segunda-feira, 26 de junho de 2017

A INTELIGÊNCIA NO BRASIL

Não somente as grandes potências mas todos os países devem dispor de um eficaz Sistema de Inteligência que contribua para defesa nacional, a integridade territorial, a segurança interna, a preservação dos valores institucionais, a manutenção dos recursos naturais, o combate à corrupção, às ingerências estrangeiras, aos movimentos insurrecionais, subversivos e perturbadores da ordem pública, propondo adoção de medidas, prioritariamente preventivas, de interesse do Estado e do Governo.

O desenvolvimento tecnológico, a invasão nas redes de comunicação, a sofisticação do armamento, o incremento de atentados terroristas e o barbarismo do Estado Islâmico (EI) merecem ser acompanhados diuturnamente por autoridades competentes  e pessoal altamente especializado.

Já imaginaram a possibilidade de ataque do VATICANO com drones portando, por exemplo, munição química? Não poderia haver maior repercussão para os brutais assassinos que deturpam seus próprios princípios religiosos para catequizarem crianças como  futuros homens-bomba na propaganda de seus interesses deletérios.

No BRASIL, é inquestionável a eficiência do Serviço Nacional de Informações (SNI)  durante os governos militares para se contrapor  à subversão, às guerrilhas urbana  e rural, e ao desvio do dinheiro público.

Algum Presidente, Ministro ou titular de Estatal ficou rico ou foi denunciado por corrupção? Houve superfaturamento na extraordinária obra da Ponte RIO - NITERÓI?

Os radicais de esquerda afirmam que tudo era tão fechado que não dava margem a tais especulações. Porém, os revanchistas fizeram incursões exitosas em algo muito mais recluso haja vista as indenizações maximizadas  pela denominada Lei de Desaparecidos  no Governo FHC e as absurdas conclusões das Comissões da Verdade(?) nas administrações de LULA e DILMA.

Apesar da anistia, torturadores devem ser denunciados à opinião pública da mesma forma como os que assim procederam na subversão.  Mas daí a imputar responsabilidade penal ao Patrono da Aeronáutica, aos Generais – Presidentes e a tantos outros inocentes, poucos ainda vivos e sem sequer  ouvi-los, aí já é demais. Os Comandantes das Forças Armadas, de então, levarão para o túmulo o remorso da omissão por não terem defendido companheiros de farda mesmo sabendo que alguns foram caluniados  ou tiveram seus nomes equivocadamente trocados.

O SNI cometeu excessos e extrapolou no exercício de suas atribuições. Foi na realidade um governo paralelo com extraordinário poder que, inúmeras vezes, ultrapassou  as autoridades militares e criou inúmeros  ressentimentos internos. O malfadado “CONSTA QUE” proliferou e banalizou-se criando um pavor até no meio militar porque ninguém ficava imune a acusações vagas, levianas , preconceituosas e, até mesmo, vingativas.

Com o término da chamada “ditadura militar”, ele continuou menos invasivo e mais moderado no governo SARNEY.

Cumprindo a promessa de campanha, COLLOR extinguiu-o radicalmente e, para tanto, também contribuiu o fato do Chefe do SNI não tê-lo recebido no Palácio do Planalto quando era Governador de ALAGOAS.

Acabaram as agências de informações nos Ministérios Civis e nas Estatais, incluindo a PETROBRAS, o pessoal altamente especializado foi demitido e cooptado pelas empresas privadas de segurança, os antigos que permaneceram fizeram corpo mole e os admitidos eram muito jovens com  conhecimento incipiente.

O pouco que restou do SNI foi para a recém criada Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e o resultado foi um fracasso. No Governo ITAMAR, o novo titular da Secretaria ainda teve de aturar a remanescente Subsecretaria de Inteligência que acabou caindo no colo do Gabinete Militar de FHC, como sempre ocorre em situações semelhantes.

A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) só foi criada no final de 1999 e os resultados aí estão.

Basta citar que o BRASIL é, talvez, o único país do mundo a admitir somente por concurso público, o pessoal para tão importante setor da vida nacional. Que vulnerabilidade! E a experiência anterior, a vida pregressa, a ideologia e a confiabilidade? 

Será que detectaram e informaram a quem de direito com oportunidade as aventuras de PC FARIAS, a compra de votos para aprovação da emenda  constitucional que garantiu reeleições, o  mensalão, o petrolão, o poder dos empreiteiros, a generalização do Caixa Dois, os “malfeitos” nos órgãos governamentais, o fedor da corrupção e os cenários de possibilidades de impedimento de Presidentes da República, dois já concretizados?

Pouco antes da posse de COLLOR, seu tio se reuniu com os futuros Ministros das Forças Armadas e o Chefe da Casa Militar, na Base Aérea de Brasília, dizendo ter sido por ele incumbido de estudar a reestruturação do Sistema de Inteligência. Trocaram ideias a respeito do enxugamento do SNI e da restrição de sua atividade em alguns setores.

Ficou a impressão de que o serviço seria reformulado mas jamais extinto. Para surpresa geral, o Presidente nada adotou daquilo que lhes havia sido informado e seu parente sumiu, sendo nomeado  Embaixador em um país europeu.

De lá pra cá, até hoje, nos ressentimos da falta de um instrumento que seja de extraordinária eficácia para o Estado, principalmente, e cujos benefícios seriam em proveito da população sob todos os pontos de vista.
DIÓGENES DANTAS FILHO- Coronel Forças Especiais/Consultor de Segurança.

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