segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Carta do amigo Havelange

Clique na imagem

Fernando César Mesquita

O papel de Sarney

Se existe alguém com um rico histórico de contribuições à consolidação dos valores democráticos é o senador José Sarney. No registro de sua vida não há atos que o desabonem, e desafio que provem o contrário. Inverdades são publicadas e os esclarecimentos ignorados, como se a liberdade de imprensa valesse apenas para quem ataca e condena sem provas. Trabalhei em seu governo e continuo ao seu lado no Senado. Por desinformação, tentam manchar-lhe a honra e desqualificá-lo. Lembram as orquestrações nazistas, quando multidões erguiam o braço na saudação ao Führer que as concitava com palavras de ordem de morte aos judeus, aos ciganos e aos comunistas, embriagadas pelo fanatismo instrumentado por Goebbels. Assim acontece hoje com pessoas de boa-fé manipuladas por gente odienta que, em passeatas e shows de rock, repete slogans banais. Quem pesquisar a história do Brasil dos últimos 50 anos constatará que a vida de Sarney foi marcada pela preocupação com as liberdades públicas, a cidadania e a modernização do Estado. Foi um dos criadores da "Bossa Nova da UDN" - grupo de deputados inconformados com o conservadorismo do partido - e integrou a Frente Parlamentar Nacionalista. No Senado dos anos 70, foi precursor na defesa do meio ambiente e mais tarde se empenharia na realização da Rio 92. Em dezembro de 1978 relatou a Emenda Constitucional nº 11, que revogou todos os atos institucionais e complementares impostos pelos militares. Acompanhei-o na formação da Frente Liberal, que resultou na eleição de Tancredo Neves, cujos compromissos Sarney respeitou na montagem de seu governo. Legalizou todos os partidos políticos, assegurou a liberdade sindical, acabou com a censura prévia, foram realizadas as primeiras eleições diretas para prefeito das capitais em 20 anos. Na política externa, reaproximou o Brasil da China e da então URSS e reatou relações diplomáticas com Cuba. Estreitou o diálogo com a Argentina, criou o Mercosul e foi firme diante dos EUA na defesa do interesse nacional. Sarney convocou a Assembleia Nacional Constituinte, que produziu uma Carta garantindo amplos direitos sociais e incorporando os princípios de democracia direta. Seu governo inovou em todos os setores. Criou-se o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher; o Ministério da Reforma Agrária; instituiu-se o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde, o SUDS, que universalizou o atendimento médico. A questão ambiental foi levada a sério com a criação do Ibama; foi dele a Lei de Incentivo à Cultura, atual Lei Rouanet; instituiu o vale-transporte que beneficia milhares de trabalhadores; fez o Programa do Leite, que atendia 7,6 milhões de crianças por dia; pela igualdade racial defendeu sanções contra a África do Sul e criou a Fundação Palmares. Foi o primeiro parlamentar a propor uma política de cotas para negros. Na área econômica e financeira, surgiu a Secretaria do Tesouro Nacional; foi extinta a conta-movimento do Banco Central no Banco do Brasil, unificado o Orçamento Geral da União e criado o Siafi. Foi dele a ideia do seguro-desemprego e de proteção da moradia do trabalhador contra penhora. Também o projeto de lei que garantiu aos portadores de HIV acesso gratuito a medicamentos. Sarney abriu o Senado ao País com a rádio e TV Senado ao vivo. Toda a atividade parlamentar está on-line na internet, como também a administração da Casa. O senador convocou juristas para reformar os Códigos Civil, Penal, de Processo Civil e de Defesa do Consumidor, além das reformas política e eleitoral em tramitação no Congresso. Erros administrativos do Senado foram reparados por proposta de Sarney, que encomendou à FGV uma auditoria na Casa. Omissões e falhas de servidores foram apuradas, e os culpados, punidos. A reforma do funcionamento do Senado será concluída até o fim do ano. Sarney tem defeitos como todo ser humano, mas os serviços prestados ao País o fazem credor do respeito dos seus compatriotas. É injusto e imperdoável o linchamento moral que fazem de sua biografia.

Fernando César Mesquita é jornalista e secretário de Comunicação Social do Senado. Foi porta voz da Presidência da República no governo Sarney. Foi presidente do IBAMA e governador de Fernando de Noronha em 1987. Fernando César coordenou toda a implantação do sistema de comunicação do Senado, em destaque a TV Senado, veículo que foi referência para a criação de outras tevês públicas. Recentemente comandou o planejamento estratégico da SECS.

sábado, 29 de outubro de 2011

Boa Sorte ao Lula

Lula é homem de fibra. Cavou o belo destino que  Deus lhe deu com as próprias mãos. É um vencedor. Já superou enormes obstáculos. Seguramente ultrapassará mais este. O Brasil cresceu e se desenvolveu em todos os setores com Lula na Presidência da República. Político carismático e respeitado inclusive no exterior. Lula ainda tem muito a fazer pelo Brasil e pela coletividade. Boa sorte para ele.
  

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Governo federal confirma apoio ao modelo ZFM na abertura da FIAM 2011


Emerson Medina      

Autoridades, delegações de países estrangeiros, empresários, representantes de instituições públicas e privadas e representantes das classes trabalhadoras lotaram o auditório do Studio 5 para a solenidade de abertura da sexta edição da Feira Internacional da Amazônia (FIAM 2011). O tom da cerimônia foi o reconhecimento da importância da Feira como vitrine dos produtos e serviços da região e o comprometimento do governo federal para com a Amazônia e o modelo Zona Franca de Manaus. Representando o Governo Federal, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Indústria  e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, elogiou o esforço de todos os envolvidos para a realização da FIAM 2011. “A Feira possibilita conhecermos o espetáculo da sustentabilidade e das potencialidades da Amazônia”, afirmou. O secretário-executivo enfatizou que o trabalho da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) é importante não apenas para a região, “como também para o País” e fez questão de reforçar que o Governo Federal está comprometido com o modelo ZFM. “Quando alguns poucos de outras regiões afirmam que a Zona Franca é ultrapassada e decadente, e quando eu vejo que apesar das dificuldades, temos aqui um centro de produção com recordes de faturamento e emprego eu me pergunto como é que podem dizer que aqui é um modelo de atraso?”. Como prova de que o Governo apóia o modelo ZFM, Teixeira lembrou a assinatura do Projeto de Lei assinado pela presidenta Dilma Rousseff no último dia 24, para a extensão dos incentivos fiscais à Região Metropolitana de Manaus (RMM) e a assinatura do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) prorrogando os incentivos em mais 50 anos. “Quando divulgamos a ZFM em outros países e ouvimos que é um modelo com diferencial, nos orgulhamos de dizer que é um modelo que combina tecnologia com recursos humanos e sustentabilidade”, afirmou. Dando as boas vindas, o superintendente em exercício da SUFRAMA, Oldemar Ianck, citou os três pilares que reúnem as principais atrações da FIAM 2011, a exposição da produção do PIM, as Rodadas de Negócios e de Turismo, além do Salão de Negócios Criativos e os seminários internacionais com as discussões de temas estratégicos para a região. Durante o discurso, Oldemar Ianck saudou os ex-superintendentes que passaram pela administração da autarquia, entre os quais Ozias Monteiro, que idealizou a Feira e a ex-superintendente Flávia Grosso, que deu continuidade à realização do evento.
Oldemar Ianck agradeceu o apoio do Governo Federal e do MDIC na realização do evento e destacou os investimentos federais em infraestrutura energética como o Linhão de Tucuruí e o gasoduto de Coari, e em infraestrutura portuária, como o novo porto a ser construído na área da extinta Siderama. “Mas eu vejo mais com o Linhão do Tucuruí. Eu vejo um novo paradigma de integração da região, promovida pelo Governo Federal. Eu vejo oportunidades de desenvolvimento para o médio Amazonas e também a futura integração da cadeia produtiva do PIM ao complexo minero-metalúrgicoeral do Pará e do Maranhão. Vejo ainda, o desenvolvimento do polo petroquímico em Tefé e Coari. Estejam certos que a ZFM e o PIM entram em um novo ciclo de crescimento”, celebrou.
O governador do Amazonas, Omar Aziz, saudou os empresários que acreditam no modelo e investem na região, mas criticou aqueles a quem acusou, sem citar nomes, de quererem “tirar daqui investimentos para levar a outros Estados”. Omar defendeu o modelo ZFM e o PIM, mas demonstrou preocupação com os novos paradigmas tecnológicos que precisam ser acompanhados pelo País, além da concorrência com os produtos chineses. Ele destacou, no entanto, o diálogo e o apoio do Governo Federal ao Estado, traduzidos, segundo o governador, na ampliação dos incentivos da Zona Franca por 50 anos e ampliação da influência desses incentivos para a RMM.  
Omar Aziz também fez questão de citar a ex-superintendente Flávia Grosso em seu pronunciamento a quem reconheceu o trabalho à frente da autarquia e ofereceu solidariedade pelas circunstâncias que a levaram a se desligar do cargo. Flávia Grosso solicitou a sua exoneração no último dia 7 de agosto.  

Collor critica parte da mídia, mas reafirma defesa da liberdade de expressão

Durante pronunciamento na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal na manhã desta quinta-feira (27/10), o senador Fernando Collor (PTB) fez duras criticas a parte da imprensa brasileira que, em sua avaliação, “mentiu” em relação a matérias publicadas sobre o PLC 41/10, que regula o acesso a informações. Apesar das criticas, Collor manifestou-se favorável a liberdade de expressão e contrário a qualquer proposta de regulação da mídia. No entanto, afirmou estar preocupado com o que chamou de “comportamento rasteiro e dissimulado de determinados segmentos dos meios e alguns de seus pretensos e ditos profissionais da informação, que se julgam suzeranos da verdade”.
O senador Fernando Collor referia-se especificamente à tônica da cobertura jornalística verificada ao longo do processo de discussão e mantida após a aprovação do projeto. Ele destacou uma série de matérias publicadas sobre o tema com base em uma pesquisa realizada por um jornalista holandês que diz ser especialista em liberdade de informação. Para Collor, a pesquisa realizada pelo jornalista estrangeiro não merece credibilidade não apenas pelo linguajar utilizado em seus escritos, como também pelas dificuldades e dúvidas por ele mesmo levantadas ao buscar informações.
Na avaliação do presidente da CRE a cobertura feita pelo jornalista brasileiro com base nas pesquisas do holandês está eivada de informações errôneas e inverídicas. “Em suas matérias ele assevera que a aprovação do PLC 41 faz o Brasil ser o octogésimo nono país a ter uma lei de acesso a dados públicos. E que, entre os países latino-americanos, o Brasil é o décimo nono a ter uma lei dessa natureza. E logo em seguida se contradiz: são raros os países que têm uma legislação tão ampla. Ora, se o Brasil passa a se enquadrar no rol dos quase 90 países com uma lei do gênero, como é possível afirmar que são raros os países com legislação dessa natureza?”
O senador também rebate a informação de que o Brasil não tinha em seu arcabouço jurídico leus que regulassem o acesso a informação. “Desde 1988 o Brasil possui legislação sobre o tema. A começar pela Lei Maior, nossa Constituição Federal, que garante o acesso à informação pública em três dispositivos distintos: o inciso 33 do art. 5º; o inciso II do parágrafo 3º do art. 37 e, por fim, o §2º do art. 216. Foi exatamente em função desse mandamento constitucional que, no exercício da Presidência da República, em janeiro de 1991, sancionei a primeira norma do gênero, a Lei nº 8.159. No mesmo ano, em dezembro, sancionei também a Lei nº 8.394, referente aos acervos documentais privados dos presidentes da República”.
Collor lembrou ainda a lei ordinária 11.111/05 e dois decretos regulamentadores:  4.553/02 e 5.301/04. “Todas essas normas dispõem sobre o acesso à informação, sendo elas, inclusive, muito mais avançadas do que a esmagadora maioria da legislação estrangeira. Esse é um fato que tenho dito e repetido nos últimos meses e provado por meio de estudo comparado que, inclusive, fiz questão de mostrar em projeção neste Plenário”.
O senador lembrou que a nova lei passa a ser a primeira e única do mundo a permitir o completo acesso ao inteiro teor de todos os documentos públicos, sem exceções. Ele voltou a afirmar que mesmo nas grandes democracias há salvaguardas e ressalvas aos ou exceções para determinadas questões de Estado.
Apesar das criticas a cobertura de parte da imprensa nacional, Collor deixou claro ser favorável a liberdade de expressão. “Sou contrário a qualquer tipo de regulação e controle dos órgãos de comunicação. Continuo discordando de qualquer proposta de regulamentação do exercício profissional do jornalismo. Todavia, a defesa desses princípios demanda sempre, e acima de tudo, a devida responsabilidade pública por parte dos meios. A começar por não mentir”, concluiu.

O que acontece por aí...


Aplausos para Luiz Mendes

Deus levou mais uma figura humana querida e profissional magistral para perto de si: o inigualável comentarista Luiz Mendes. Um mestre na arte do futebol, esporte que conhecia como poucos. Conviveu de perto com grandes e verdadeiros craques, como Zizinho, Leõnidas da Silva, Domingo da Guia, Pelé, Didi, Garrincha, Nilton Santos. Que sujeito bacana, simples, despojado de vaidades e competente, era Luiz Mendes. Escrevo com a alma triste, mandando meu sincero pesar para nossa querida Dasy Lucidy, companheira e esposa de Mendes há mais de 60 anos. Se amavam muito. Penso também em Gerson, o cerebral canhotinha de ouro, que trabalhou , foi amigo de fé e conviveu durante décadas com Luiz Mendes na rádio Globo. O canhota seguramente também está triste, chorando com a perda do querido amigo. Nilton Santos também, a semelhança de Gerson, assim como José Carlos Araujo, o verdadeiro Garotinho e todos que conheciam e tiveram o prazer de trabalhar com Mendes. Hélio Fernandes, João Havelange, Fernando Calazans, João Máximo, Renato Mauricio Prado, Teixeira Haizer, são entre outros expoentes do jornalismo e do futebol que estão triste com a partida de Luiz Mendes para um plano superior da Vida. Um beijo, querido amigo!

Outra vitória de Collor

O senador Fernando Collor ganhou mais uma. Depois de ganhar R$ 100 mil do ex-deputado Ciro Gomes na Justiça num processo por calúnia e difamação, agora é a vez do ex-ministro Franklin Martins coçar o bolso. Ele perdeu o processo movido pelo senador Fernando Collor em última instância e terá que pagar ao ex-presidente um valor para reparar o que andou falando por aí. O processo já está em fase de execução e um pouco mais da metade do valor determinado pela Justiça já foi depositado em juízo. Collor não quis comentar sobre o assunto, mas aguarda outras vitórias nos tribunais.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Collor critica abertura excessiva da nova lei de documentos públicos

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) reviveu nesta quinta-feira (27) o debate que marcou a aprovação do projeto da chamada Lei de Acesso às Informações Públicas, ocorrida há dois dias em Plenário. O assunto foi levantado pelo presidente da comissão, senador Fernando Collor (PTB-AL), em manifestação onde afirmou que a futura lei passará a ser "a primeira e única do mundo" a permitir completo acesso ao conteúdo integral de todos os documentos públicos, sem exceções.
- Se isso é realmente positivo, o Brasil tronou-se de fato vanguarda. Porém, somente num futuro breve descobriremos os potenciais efeitos dessa nova legislação que acabamos de aprovar - comentou sobre a matéria, que ainda depende de sanção presidencial.
O texto substitutivo apresentado por Collor ao projeto original (PLC 41/10), de autoria do Executivo, foi derrotado na votação. O texto do governo previa a possibilidade de prorrogações sucessivas do prazo de 25 anos de sigilo para informações ultrassecretas. Na Câmara, ficou definido que só poderia haver uma só prorrogação.
O substitutivo de Collor previa como regra uma única prorrogação do prazo, mas fazia exceções em casos de documentos ultrassecretos e de outras classificações, quando o sigilo fosse considerado imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Nesses casos, não haveria limite para o número de prorrogações.
O presidente da CRE repetiu a mensagem dos últimos dias, de que as principais democracias adotam salvaguardas, ressalvas ou exceções para "determinadas questões de Estado". Citou a mais recente lei dos Estados Unidos e da União Européia e chegou a ler trecho da norma em vigor na Alemanha, com ressalvas para um conjunto de temas, inclusive para os que possam causar prejuízos às relações internacionais e à segurança interna e externa.
O senador criticou ainda a forma como segmentos da mídia trataram a questão, segundo ele num "comportamento rasteiro e dissimulado". Apresentou elementos para mostrar que houve "mentiras e distorções". Ao contrário do que jornalistas desse grupo sustentavam, ele disse que o acesso à informação pública já existe no país, com normas na própria Constituição e ainda por meio de duas leis que ele próprio sancionou em 1991 e suas regulamentações.  

Pouco debate

Sem entrar no mérito da questão do acesso às informações públicas, os senadores Ana Amélia Lemos (PP-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF) concordaram que nesse e outros temas vindos da Câmara o tempo de discussão tem sido muito curto na Casa. Cristovam criticou ainda o fato de temas de destaque serem apreciados apenas com os votos de líderes, por acordo.
- O Senado está se transformando na Casa em que só votam os líderes. Temos de repensar esse sistema de votações açodadas - disse.
Eduardo Suplicy (PT-SP) reiterou o que foi dito antes pelos dois colegas, de que as posições assumidas por Collor em relação ao tema do sigilo contribuiram para o debate e o conhecimento do assunto.
Aloysio Nunes (PSDB-SP) ponderou que, apesar das controvérsias, um ponto foi pacífico tanto na Câmara quanto no Senado: os documentos públicos relativos aos direitos humanos não devem ser submetidos a qualquer grau de sigilo.

Gorette Brandão / Agência Senado

Fernando Meirelles abre o 8º Amazonas Film Festival com estréia mundial de Xingu no Teatro Amazonas

A première contará  com a presença dos atores Felipe Camargo, João Miguel, Caio Blat, Maria Flor e do diretor Cao Hamburger 

O consagrado diretor de cinema Fernando Meirelles, com duas indicações ao Oscar em menos de dez anos, será o Presidente de Honra da oitava edição do Amazonas Film Festival e trará para Manaus a première mundial de Xingu a ser exibido no Teatro Amazonas na noite de 03 de novembro. A produção é assinada pela O2 de Fernando Meirelles e Andréa Barata Ribeiro e a estreia nacional do filme está marcada para abril de 2012. 
Xingu é o novo longa de Cao Hamburger, diretor de O ano em que Meus pais saíram de férias e do infantil Castelo Rá Tim Bum, e aborda temas bem diferentes.  
Para o diretor “fazer a primeira sessão pública do Xingu no coração da Amazônia é tão especial e simbólico quanto o fato de estarmos no aniversário de 50 anos do Parque” analisa o diretor apoiado por Fernando Meirelles para quem “Xingu não poderia estar em melhor lugar e melhor momento para ser apresentado pela primeira vez. Estaremos em Manaus, coração da Amazônia, num festival que ganha prestígio a cada ano, num momento em que se questiona os mega-projetos para o desenvolvimento da região e as desastrosas mudanças do Código Florestal. O filme fala sobre esses mesmos erros cometidos há 50 anos”, alerta Meirelles lembrando que o Parque Indígena do Xingu está comemorando seu primeiro centenário.  
O filme conta a saga dos irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas-Bôas, sertanistas que idealizaram o Parque do Xingu, primeira terra indígena regularizada pelo governo brasileiro, em 1961, considerada a maior e uma das mais importantes reservas do gênero no mundo. São mais de 30 mil quilômetros quadrados ao norte do Mato Grosso  onde vivem mais de dez etnias. 
Os atores Felipe Camargo (Orlando), João Miguel (Cláudio) e Caio Blat (o caçula, Leonardo) darão vida aos irmãos Villas-Bôas numa história que, segundo Cao Hamburger, mistura ação e aventura com questões políticas e ambientais.
Cerca de 250 índios da própria reserva também participaram das gravações. O roteiro foi inspirado no livro A marcha para o Oeste, espécie de diário com registros e documentos dos 42 anos de expedição dos irmãos sertanistas. O roteiro é assinado por Eléna Soarez, autora de Eu tu eles (2000) e Redentor (2003). 
Para Cao Hamburger  “escolher atores para formar uma família, e, nesse caso, um trio de irmãos, sempre tem dois aspectos. Além de ter que achar o ator que tem a ver com o personagem, com a personalidade do personagem, que tem que ter, enfim, uma química entre o ator e o personagem, você tem que pensar na química do conjunto também”, explica o diretor.

SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Telefone Com.: (92) 3631 4605
Sarah Viegas:  (92) 9128 8006
Layla Lopes:  (92) 9128 2557
Juliana Silva:  (92) 8816 1725

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Gesto indigno do ministro do STJ


A meu ver trata-se de uma dupla indignidade e má-fé: um arrogante ministro-presidente do STJ que covardemente demitiu um servidor estagiário e uma lenta, revoltante e injustifiacável providência que não chega nunca, parada, nas mãos de um poderoso de plantão do judiciário. O estagiário fez o que tinha que fazer: protestar na justiça contra a prepotência de um magistrado que seguramente deve se achar o dono do mundo. Lamentável. São casos assim que humilham o cidadão e desmoralizam todo governo que pretende ser sério, democrático e justo.

Derrotaram o bom senso e não Collor


Maluquetes e pseudos éticos e isentos, fantasiados de senadores, aprovaram o fim do sigilo eterno para documentos secretos. Não satisfeitos, com apoio da banda podre da midia, insinuam que o senador Fernando Collor foi derrotado no substitutivo que apresentou. Derrotados foram eles, democratas de araque, palanqueiros e cretinos que não sabem dialogar e fazer justiça a quem merece. Nenhum deles, registre-se e afixe-se, é mais democrata ou mais patriota do que o ex-presidente Collor. Apenas para refrescar a cabecinha ôca de alguns destes paladinos por correspondência, algumas pessoas na época do torpe e covarde impeachement, chegaram a propor ao então jovem Chefe da Nação que fechasse o Congresso. Evidente que Collor repudiou energicamente a idéia, como também deu ordens para que todas as denúncias que faziam contra ele e seu governo fossem devidamente apuradas. Com o substitutivo que apresentou sobre o fim do sigilo dos documentos, Collor não foi derrotado em rigorosamente nada. Altivo, sereno, maduro e articulado, apenas cumpriu com seu dever, alertando o país para as barbaridades que seriam aprovadas. Tanto que o trabalho do senador pelo PTB alagoano foi aplaudido por senadores que realmente sabem pensar e pensam com suas próprias cabeças, como Demóstenes Torres(DEM), Aloísio Nunes Ferreira(PSDB) e Randolfo Rodrigues(PSOL). O tempo é senhor da razão. Esperemos os reflexos futuros das decisões aprovadas e prejuízos que poderão causar ao Brasil. A serenidade fala mais alto do que a demagogia e a leviandade.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Presidência do Senado envia carta ao Estadão

A Assessoria de Imprensa da Presidência do Senado encaminhou, nesta segunda-feira, 24, ao jornal O Estado de S. Paulo, o esclarecimento que se segue:

"Caro Editor,
A matéria publicada na edição de hoje intitulada “Sarney inspira Lobão a agravar pena de corrupção” registra uma série de equívocos:

  1. Ao afirmar que o senador “transformou-se em um dos políticos que mais enfrentaram denúncias nos últimos anos, sem que nenhuma delas o afastasse do poder”, o jornal esqueceu de mencionar que todas as denúncias feitas foram prontamente desmentidas pela Assessoria de Imprensa da Presidência e desqualificadas tanto pelo Senado Federal, quanto pela Polícia Federal, Tribunal de Contas da União e Procuradoria Geral da República. Aqui, ressalte-se, as instituições públicas referidas foram chamadas pelo próprio presidente Sarney a promoverem apurações sobre as ditas denúncias;
  2. É improcedente a afirmação do jornal de que as “11 representações por quebra de decoro no Conselho de Ética […] acabaram arquivadas, sem abertura das investigações”. Todas foram devidamente arquivadas por falta de provas e fundamento, pois não apresentavam nenhum documento, apenas repetiam notícias de jornais. Como é de amplo conhecimento do próprio jornal, todas as providências e esclarecimentos — sempre pautados em documentos — podem ser acessados no link:http://www.senado.gov.br/senado/presidencia/anexos/verdade3.swf
  3. O jornal insiste na tese de que desvendou a existência dos chamados “atos secretos”. A primeira notificação a respeito foi feita pela Fundação Getúlio Vargas, em entrevista coletiva realizada no Gabinete da Presidência do Senado, no dia 12 de maio de 2009. Contratada pelo presidente Sarney para elaborar projeto de reestruturação administrativa da Casa, naquela oportunidade a Fundação relatou a todos os jornalistas presentes que em seu diagnóstico foram detectados boletins administrativo sem a devida publicidade legal. A reportagem de O Estado de São Paulosobre o assunto é de 10 de junho;
  4. O jornal diz que o neto do presidente Sarney, João Fernando Michels Gonçalves Sarney, foi “um dos beneficiados com os atos secretos”. Não é verdade. Sua nomeação foi publicada no dia 1 de fevereiro de 2007, quando o senador Sarney não era presidente da Casa. À época não havia a Súmula do STF sobre o nepotismo. João Fernando foi exonerado assim que houve a decisão do STF.
  5. O presidente Sarney não tinha conhecimento de que havia atos não publicados na Intranet do Senado Federal. Tão logo soube do fato, mandou apurar a responsabilidade dos servidores envolvidos e os culpados por essas e outras regularidades responderam a inquérito e foram punidos na forma da lei.
  6. O quadro consolidado pela administração do Senado sobre os “atos secretos” é o seguinte:

Presidente
Atos Não Publicados
%
José Sarney (95/96)
0
0,00%
Antônio Carlos Magalhães
484
50,84%
Jader Barbalho
0
0,00%
Edison Lobão
2
0,21%
Jader Barbalho
0
0,00%
Ramez Tebet
34
3,57%
José Sarney (03/04)
16
1,68%
Renan Calheiros
196
20,59%
Tião Viana
16
1,68%
Garibaldi Alves Filho
204
21,43%
José Sarney (09/10)
0
0,00%
José Sarney (11)
0
0,00%
Total
952
100,00%

Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado"

Clique no banner abaixo...


Fórum de Investidores da FIAM 2011 terá projetos do Amazonas, Pará e Rondônia

Lisângela Costa

Onze projetos foram selecionados para participar do Fórum de Investidores, uma das novidades deste ano da Feira Internacional da Amazônia (FIAM 2011), cuja abertura oficial acontece no próximo dia 26 (quarta-feira), no Studio 5 Centro de Convenções, em Manaus (Amazonas). O Fórum integra a programação do Salão de Negócios Criativos, uma realização da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) e Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Os planos de negócios escolhidos são dos Estados do Amazonas, Pará e Rondônia. Três deles são voltados à aplicação no segmento industrial: o projeto da empresa Freitas Tsouris Logística Reversa, que tem por objetivo agregar valor aos resíduos eletroeletrônicos de indústrias; o projeto da Metalmil para fabricação de turbina de energia eólica amazônica; e ainda o idealizado pelo empresário Michel Blind, voltado ao aproveitamento de mantas de esponjas vegetais para substituição gradativa de poliuretano em selas de motocicletas, sendo este o único projeto de iniciativa de pessoa física selecionado para o fórum.
Outras propostas visam ao desenvolvimento das potencialidades regionais, como é o caso dos projetos da empresa Pronatus do Amazonas, cuja finalidade é a fabricação de cosméticos com efeito clareador e de antissinais a partir do uso do extrato da casca do mulateiro; da Delicatessem Pescado, o qual visa à ampliação da industrialização e comercialização de produtos a base de pescado com maior valor agregado a partir da aplicação de tecnologias modernas; e ainda, o projeto da Oiram Indústria de Produtos Alimentícios para produção de bebida alcoólica fermentada de cupuaçu.
Também foram selecionadas propostas das empresas Solve (Tecnologia e inovação em manuseio de materiais formados por partículas); Neoradix (Tecnologias de automação na Amazônia, para a Amazônia e o mundo); Ecoete – Engenharia e Equipamentos para saneamento ambiental Ltda (Estação compacta para tratamento ecológico de esgotos de fluxo ascendente); Pentop do Brasil (Guia de turismo sonorizado da cidade de Manaus); e Amazon Dreams (Modelo de negócio baseado na inovação e responsabilidade socioambiental).
As empresas receberão treinamento preparatório para o fórum a ser realizado por técnicos do Centro de Biotecnologia da Amazônia nos dias 20 e 21 deste mês. No caso das empresas de outros Estados, participarão do treinamento por meio de videoconferência. Os investidores convidados são representantes da Associação Brasileira de Private Equity&Venture Capital, Inseed Investimentos, Peforma Investimentos, Merchant-Edge, Hubz e K&C Investimentos.

Comandante alerta para risco de produção de cocaína no Brasil


A plantação de coca no Peru já chegou a áreas baixas e úmidas da Amazônia e poderá em breve chegar ao Brasil. O alerta foi feito nesta segunda-feira (24) pelo comandante militar da Amazônia, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, durante audiência pública promovida pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), a respeito do tema "Vigilância de Fronteiras - organização, distribuição espacial na Amazônia e no sul do país". Na abertura da audiência, que foi presidida pelo senador Fernando Collor (PTB-AL), o general informou que uma grande área da plantação de coca foi descoberta em ação conjunta das polícias do Brasil e do Peru. A plantação foi feita em áreas de índios ticunas, que vivem na região de fronteira entre os dois países. E, caso se estenda até o lado brasileiro, levará o país a deixar de ser apenas um corredor de passagem para a cocaína produzida nos países vizinhos.
- Se a coca for plantada no Brasil, o grau de complexidade será muito maior. Temos indícios da presença na região de cartéis mexicanos, que têm um modus operandi mais violento. Temos de estar muito atentos - afirmou Villas Bôas, após observar que algumas regiões de fronteira podem vir a experimentar, se não forem tomadas providências, problemas semelhantes aos do México. 

Farc

A presença de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na região de fronteira foi indicada como um fator de risco de insegurança, devido à sua participação no tráfico de armas e de drogas, pelo coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora, Ricardo Vélez Rodrigues. Entre outras ameaças potenciais à segurança do país, a seu ver, estão o aumento da produção de cocaína na Bolívia e a criação do "maior centro de contrabando da América do Sul" na região da Tríplice Fronteira, entre Brasil, Paraguai e Argentina. Ainda a respeito da fronteira brasileira com a Colômbia, o jornalista Marcelo Rech, editor do site de notícias Inforel, relatou o papel exercido por soldados do Exército Brasileiro na região de Tabatinga (AM) e Letícia, do lado colombiano. Em primeiro lugar, observou, existe uma integração dos dois exércitos "além dos acordos formais", que, a seu ver, ajuda a construir confiança mútua. Em seguida, ele relatou a importância do Exército Brasileiro para a população civil dos dois lados da fronteira.
- Alguns colombianos com quem conversei me disseram como consideravam importante a presença na região dos militares brasileiros, até, por exemplo, pelo atendimento odontológico a crianças colombianas. Um soldado brasileiro me disse que ali não há distinção de idioma, bandeira ou nacionalidade, pois todos estão na Amazônia, distantes dos dois governos - relatou Rech. 

Focem

Como estímulo ao desenvolvimento das regiões de fronteira localizadas ao norte do Brasil, o chefe do Departamento da América do Sul 2 do Ministério das Relações Exteriores, ministro Clemente de Lima Baena Soares, defendeu a extensão para essas áreas de uma experiência já realizada no Mercosul - o Fundo de Convergência Estrutural (Focem). Composto por dotações anuais de US$ 100 milhões, o fundo é destinado a investimentos principalmente nos dois menores países do bloco, Paraguai e Uruguai.
- Por que não se estabelecer um Focem para a Região Norte? Com investimentos em educação, saúde, cooperação técnica e controle integrado de fronteiras, o fundo seria de fundamental importância e beneficiaria todos nossos países vizinhos - sustentou Baena.
Ao comentar os pronunciamentos dos convidados para a audiência, Collor lembrou que, apesar dos problemas existentes nas fronteiras, o Brasil vive em paz com seus vizinhos, busca o consenso e, nos últimos anos, "vem demonstrando a capacidade de promover amplo desenvolvimento, com ascensão de 30 milhões de pessoas que viviam na linha da pobreza". O senador agradeceu ainda a presença, na audiência, de representantes diplomáticos de 11 países, entre os quais os embaixadores de Rússia, Filipinas e Cuba. Por sua vez, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) ressaltou a importância da presença da população na segurança das fronteiras. Ele defendeu ainda a construção de uma "forte unidade" entre a universidade, o governo e as Forças Armadas, para defender o que chamou de um "grande projeto de nação".

Marcos Magalhães / Agência Senado

José Sarney: 'Eu consigo perdoar todos os meus inimigos'

O presidente do Senado, José Sarney, concedeu entrevista exclusiva publicada ontem em O Imparcial na qual falou da intimidade, da família, de política e de literatura. Confira aqui a íntegra da entrevista. Na manhã do último dia seis, o maranhense de São Bento e presidente do Senado, José Sarney (PMDB), deixou sua casa em reforma num bairro nobre de Brasília para se deslocar à residência oficial destinada a quem ocupa a cadeira mais importante do Congresso Nacional, na Península dos Ministérios. Eram 9h30 e, àquela altura, ele já tinha lido jornais, o livro de cabeceira, e repassado na mente a abarrotada agenda daquela quinta-feira chuvosa. O primeiro compromisso: café com os repórteres de O Imparcial. Na pauta, quase nada de política. A Revista Tudo foi à Brasília para saber o que existe por trás da figura séria, dada a formalidades da burocracia e aos ritos do parlamento, elogiada por muitos maranhenses, criticada por outros tantos. Como anda a saúde, quais mágoas a política trouxe, os prazeres da literatura, como é a rotina de tão influente figura da República e quem é José Sarney no dia a dia com a família. Tudo isso e muito mais você confere nas próximas quatro páginas deste especial preparado por nós.

O Início

Ao sentar a mesa do café da manhã, Sarney recebe uma vitamina de linhaça, granola, mamão e ameixa. No cardápio, tapioca, ata, manga tapioca. “Eu como muito pouco”, diz ele, abrindo uma caixa de remédios. “Aqui é minha carteira de sonhos”, completa, sorrindo. “Porque é remédio que não faz nada e a gente vai sonhando, né? Pra gente se iludir que realmente vai viver muito”.

A rotina

O Imparcial: As ligações começam cedo, presidente?

José Sarney: Já. Desde de manhã já têm coisas pra resolver. Mas eu levanto cedo. Acordo umas seis horas, seis e meia, levanto umas sete horas, já estou familiarizado com o IPad (tablet da Apple), leio tudo antes de ir para o trabalho.

Usa para ler livros também?

Não. Livro é insubstituível. Não tem coisa que substitua.

Quando o senhor acorda, qual a primeira coisa que faz?

Rezo. Todo dia.

Hoje, o que lhe veio a cabeça quando acordou: trabalho ou família?

O dia de trabalho. Penso na minha agenda, que está sempre cheia. O primeiro compromisso já era aqui com vocês. Eu repasso minha agenda para me organizar. Quando tenho algum encontro internacional recebo sempre um briefing sobre o visitante antes de recebê-lo.

O senhor dorme a que horas?

Eu sempre deito às 11 horas e durmo meia noite, uma da manhã. É pouco.. Eu sempre dormi muito pouco. Toda a minha vida. Eu aprendi a estudar de noite, de maneira que me fez dormi pouco.

E a famosa sesta que o maranhense costuma tirar depois do almoço?

Não. Não descanso em nenhum outro horário do dia. Eu chego uma hora, tô almoçando uma e meia e duas e 50 eu saio para chegar ao Senado 15h15. Eu sou muito de horário. Acho que horário, sem a gente ter uma disciplina, as coisas tumultuam.

E quando o senhor se depara com um político sem pontualidade?

Em geral, os políticos não tem disciplina nenhuma para horário. Eu estou sempre reclamando. Político e mulher não obedecem a horário.

Em suas leituras diárias, o senhor prioriza os jornais?

De manhã eu leio primeiro as resenhas todas nossas porque não há tempo de ler todos os jornais. Leio dois relatórios que me vêm todo dia da imprensa, feito pelo nosso serviço de imprensa, do Senado. Eles selecionam as matérias mais importantes e fazem uma análise do noticiário.

Essas que o senhor consome pela manhã lhe pautam muito durante o dia?

Não. Mas pelo menos informam a gente do que está acontecendo. As decisões políticas são sempre decisões que demandam certa costura, muito diálogo, muitas pessoas que a gente liga por dia, de manhã logo. E (ficamos sabendo) quais são os fatos políticos que tem, para se informar e poder comentar.

Diante de tantas tarefas, o que o senhor considera como lazer?

Olha, eu até hoje não tive tempo de ter tempo para ter lazer. Eu não tenho nenhum hobby. A minha vida toda foi dedicada a política e a literatura. Meu tempo livre é só pra ler. Eu passei 25% da minha vida lendo, de maneira que eu não vejo televisão, eu não vou a teatro, não vou a show, gosto de música sacra e as vezes leio escutando. Minha rotina é sempre lendo e escrevendo.

Então seu lazer é a leitura.

É. Eu não posso viver sem. Eu fico angustiado atrás de um livro de noite. Eu já me habituei. E também quando eu acordo cedo eu pego livro e leio um pouco, ainda na cama, e depois levanto.

O que o senhor está lendo no momento?

Estou lendo a biografia do Jango (João Goulart, ex-presidente do Brasil). Esta que saiu agora...

A família

Nesses dias tão corridos, como o senhor consegue manter a proximidade com a família?

Eu tenho uma norma de sempre almoçar, fazer refeições em casa. É a hora que a gente tem de se reunir com a família na intimidade. Mas a gente sempre tem convidados que sempre chegam, pessoas e ligações.

Longe de São Luís, como fica a relação com os netos, os sobrinhos?

Eles são muito carinhosos comigo. E quase que diariamente todos me ligam, falam comigo e estão sempre passando aqui. As minhas netas, por exemplo, todas elas estudavam aqui. Vieram fazer o curso universitário em Brasília e moravam comigo. Então eu sempre tenho neto em casa. Já tive três, já tive dois. Eu chamo que é um lugar de discipliná-los, coordená-los.

Então o senhor não é o avô que mima os netos.

Não, pelo contrário. Eles aqui gostam muito, conversam muito comigo sobre as dificuldades quando estão estudando, comentam muito, participam. E eu tenho um hábito também de nestes momentos me inteirar do que eles estão pensando, como a juventude está pensando. De maneira que eu procuro sempre ser um homem do meu tempo.

Uma forma de atualização...

E não ficar olhando para o passado, mas sempre para o futuro. E por vezes eles trazem colegas e a gente se mantém sempre com o pensamento da juventude. Não fica desatualizado.

O senhor hoje preserva algum amigo de infância que não seja ligado a política?

Ah! sim. Nós hoje temos já muito poucos. Mas nós sempre tínhamos aqui, em Brasília, e ao longo da vida, reuníamos a turma do Colégio Marista. E fazíamos um jantar uma vez por mês na casa de cada um. Começávamos e terminávamos o jantar cantando o hino do Marista. Era o Campelo, o Betinho, o Luís Antônio... São pessoas que não são da política, cada um na sua profissão. Hoje somos cinco. Já fomos muito mais. Outro dia o Campelo completou 80 anos e ele quis comemorar em um restaurante. De repente o restaurante ficou estarrecido quando levantaram pessoas, entre os quais eu, e cantamos o hino do Colégio Marista. Cantamos para abrir e para fechar o jantar.

Este hino é do Marista de São Luís?

Marista de São Luís, onde estudei, que era ali junto da Igreja da Sé, onde hoje é o Palácio do Arcebispo. Era arcebispo do Maranhão, Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos, depois Carmelo de Aparecida. Ele, então, para atrair o Marista para o Maranhão, deu aquelas instalações para funcionar o colégio. Ali fiz exame de admissão, estudei, quando vim pra São Luís fiquei num pensionato na Rua de São Pantaleão, um pensionato de meninas e meninos. Colocavam as meninas em cima, no sobrado, e os meninos embaixo. Para não ter perigo, porque não podia namorar.

Enquanto pai, como o senhor se sente cada vez que um de seus filhos é questionado ou criticado?

Eu sempre fui um pai muito afetivo com meus filhos. Eu sempre disse a eles que pai a gente não escolhe, já nascemos com um pai, mas amigos era coisa que na vida a gente tem que construir e é difícil. E queria que fossem meus filhos e meus amigos. Então eles se transformaram todos em meus amigos. E temos uma relação muito afetuosa, de muita intimidade, de muita liberdade. Eles são também muito rigorosos comigo. E qualquer coisa que tem com eles em mim eu sinto multiplicado mil vezes. Enquanto pai e enquanto amigo.

E com o senhor.

Comigo eu vivo, aguento, eu sei administrar. Com os filhos é difícil.



Política

A política, literatura e família são coisas fortes na sua vida. Mas o senhor se considera mais um literata, um político ou um homem de família?

Eu sempre tive uma grande consciência de que a família é a base, o núcleo da vida da gente. A política para mim foi destino. Não foi a vocação. A vocação é a literatura. Eu achava que eu iria ser um escritor. Só um escritor. Mas ai eu entrei... e O Imparcial entra nessa história, eu passei num concurso de reportagem para o jornal, tirei o primeiro lugar e fui contratado. Então eu fui repórter do setor policial durante dois anos, depois eu fui, aquele tempo a nomeclatura era outra, secretário do jornal, redator, depois editorialista. E dirigi um suplemento literário que era a minha menina dos olhos.

Nesse tempo, sempre com foco na literatura...

Sempre de olho nela. Mas o jornalismo sempre leva a gente questionar a sociedade. Então, a partir daí eu comecei a me envolver politicamente. Até porque com a minha qualidade de ser um pouco levado a liderar eu cheguei no colégio e já fui presidente do Centro Estudantil, da União Maranhense dos Estudantes, do diretório de nossa faculdade, representante na União Nacional dos Estudantes (Une) do Maranhão e comecei a fazer a política estudantil. E ela me levou a me envolver na política partidária porque era na campanha do Brigadeiro Eduardo Gomes contra o Getúlio (Vargas), e naquele tempo eu era muito contra o Getúlio. Então fui na juventude brigadeirista e minha geração era de muitos ‘ismos’, comunismo, integralismo, e eu não aderi a nenhum ‘ismo’. A literatura me levava a ser um liberal, um humanista. E a partir daí eu comecei entrar na política.

E o senhor ficou cada vez mais envolvido...

E eu era muito novo, a sedução era muito grande. Eu fui logo convidado para ser deputado federal, com 24 anos. De maneira que eu entrei como candidato e não me elegi. Mas fiquei suplente. E com a morte do Lima Campos, um deputado da época, logo em seguida eu assumi. Então, em 1955, com 25 anos, entrei para deputado federal. Para mim foi um deslumbramento. Eu via os líderes que existiam, o Fábio Mangabeira, o Carlos Lacerda, todos fazendo parte da bancada do partido que eu pertencia. A partir desse instante então fui candidato pela segunda vez, já tinha 28 anos, e fui o deputado mais votado pela oposição no Maranhão. E a partir daí fui me afastando da literatura que eu me dedicava totalmente. Mas eu sempre fui um grande leitor. No meu tempo de estudante, como eu não tinha livros, eu ia para a biblioteca e ficava lendo até a biblioteca fechar.

O que mais lhe entristece na política hoje?

A política é uma coisa cruel. A gente lida com a crueldade, com a ingratidão, que é uma coisa que a gente tem que se preparar para compreender pouco a pouco. E depois, como eu sou cristão, eu consegui uma coisa que me dá uma certa tranquilidade, que Deus me ensinou: 'perdoai seus inimigos'. Isso é muito difícil na política. Mas eu... se Ele fez tanta coisa por mim, na minha carreira, me encheu de estrelas, então eu não tenho o direito de negar a Ele um mandamento que Ele me dá. Eu consigo perdoar todos os meus inimigos.

A gente pode dizer que hoje a política lhe faz mais mal?

Eu sempre tive uma ligação de muito atrito com a política. Porque ela lida com realidades e a literatura com abstrações. E eu, me considerando um humanista, acho que é uma coisa que não se pode conciliar. Mas, evidentemente, que ela tem um lado humano. Eu considero que a política foi feita para o homem e não o homem para a política. A gente tem que saber... e ela me deu tantas oportunidades ao longo da vida, de trabalhar para os outros, porque se entra para política com o objetivo de mudar o mundo, mudar a sorte das pessoas, de nosso estado, do país e até da humanidade.

Maranhão

O senhor é senador pelo Amapá e presidente do Senado, que é uma casa de todos. Mas qual a sua relação com o Maranhão e como o senhor busca contribuir para o estado onde nasceu e se formou como um político?

Eu posso dizer que o Maranhão não passou um só dia em que não tivesse ele como inspiração de toda minha vida. Isso não é uma palavra só. Minha formação toda foi feita no Maranhão. Minha aventura de menino do interior, com meu pai peregrinando por todo o interior do Maranhão numa época que nem estrada tinha, de muita miséria. Isso sem dúvida alguma marcou muito meu lado humano, pelo qual sempre fui um político marcado pelo social. Tanto que o lema do meu governo, enquanto presidente, foi "Tudo Pelo Social". O Maranhão é sempre uma saudade, um amor que não passa. Acho que a minha geração teve a grande oportunidade de dar uma contribuição ao Maranhão extraordinária.

Fale sobre essa contribuição.

Nós encontramos o Maranhão no século 19 sem nada e iniciamos a era do planejamento. Foi o momento em que todos nós, e eu tive a sorte de ser o líder dessa geração, junto com Bandeira Tribuzi, Belo Parga, Madeira, Ivaldo Macieira, nós formulávamos e eu entrei na política com essa determinação. E conseguimos porque, na realidade, a partir de então, não tinha sido feito um planejamento de criar uma infraestrutura do Maranhão. Porque sem infraestrutura nada acontecia. Nós não tínhamos estradas, universidades, energia, transporte, comunicação, não tínhamos nada. E São Luís era apenas uma cabecinha do estado, isolada ali por 300 quilômetros de campos alagados em torno dela. Então nós tínhamos primeiro que restaurar a integração do estado. Para isso nós identificamos primeiro o porto, em torno do porto nós saímos, fizemos a Boa Esperança, levamos uma estrutura de energia para o Maranhão que hoje é uma das melhores que nós temos na região, que de tal modo possibilitou uma fábrica de alumínio. Traçamos as estradas, criamos as duas universidades, feitas por mim. Na época, eu tinha um lema que dizia “uma escola por dia, um ginásio por mês e uma faculdade por ano”. E isso ocorreu. Porque só tinha um ginásio no Maranhão, que era o Liceu Maranhense, no qual eu estudei. Era o único ginásio oficial no Maranhão. Então eu interiorizei os ginásios. Criamos 72 deles. E hoje a gente já vê como desdobramento disso a expansão do ensino superior no interior do Maranhão.

Mas, no Brasil, as pessoas veem estado como muito pobre...

O Maranhão hoje é o décimo sexto estado do país em PIB (Produto Interno Bruto). Quando falam dos índices sociais do Maranhão eu sempre digo: pior são os do Brasil. Por que o Brasil é hoje a sétima economia do mundo e 81 em seus índices sociais. Existem dois mil índices. Nós somos ruins em alguns e outros somos bons. A gente vê que criaram essa coisa, que foi a coisa mais danosa já feita para o estado do Maranhão, foi o governo, há algum tempo, ter se empenhado para divulgar que o Maranhão é um estado pobre. Para me atingir eles atingiram o estado. Achando que para me atingir precisavam atingir o estado. Então isso foi um crime contra o Maranhão. Hoje é difícil desmontar uma campanha contra o estado. Acho que foi uma coisa deplorável. Um primarismo, uma falta de visão. Isso não foi só contra o Maranhão. Foi contra todos nós, de um estado que sempre teve uma grande alto-estima. E procurou se destruir essa alto-estima. Hoje nós temos que reconstruir o orgulho do Maranhão, a cultura do Maranhão, a literatura.

Qual peso o poder acumulado até hoje exerce em sua vida?

O poder sempre passou por mim, mas nunca me atingiu em nada. Sempre fui o homem simples que procurei ser, de vida austera. Ele nunca me perturbou, até porque eu sou muito seguro das minhas coisas, das minhas limitações, das possibilidades. Então isso o poder não me destruiu e nem me modificou. Eu sempre tive preparado para saber o que ele tem de bom e o que ele tem de mal. E sempre me fiz resistir e combater o que ele tem de mal e aproveitar o que tem de bem.

O senhor já anunciou que este é seu último mandato. Ainda está firme nesta decisão?

A Virgílio Távora (político paulista) disse que só existem duas maneiras de se abandonar a política. Ou o povo larga a gente ou a gente larga o povo. E hoje eu cheguei a conclusão que existe uma terceira: a idade. Mas isso não significa que vou deixar de exercer. Até o fim da minha vida eu vou me dedicar, porque a política é sempre uma maneira de lutar coletivamente. As pessoas que não conhecem a política, a imagem do político, deformam as pessoas. Mas na realidade o verdadeiro político é aquele que vive permanentemente pensando no coletivo. Isso eu vou ficar até o fim da minha vida. E vou ficar escrevendo também. Eu tenho gosto pela escrita. Gosto das palavras. É a minha verdadeira vocação. As vezes eu até digo que não gosto da política, gosto é da literatura.

Literatura

Hoje, qual a tarefa principal do literata Sarney?

Eu escrevi 64 títulos. E continuo. Agora estou terminando as minhas memórias. Acredito que até o próximo ano ficará pronto. Porque quando a Regina Echeverria (autora de Sarney, a Biografia) me procurou para escrever a minha biografia ela me pediu e eu assumi com ela o compromisso de não publicar as memórias antes desse livro. Ela me deu um prazo de um ano e meio e levaram cinco anos fazendo. (risos)

Agora atrasou o projeto....

Atrasei e estou num trabalho de reescrever o que ela colocou no livro para não repetir as mesmas coisas. Estou debruçado neste projeto e estou inconcluso um romance que eu tenho que é O Solar dos Tarquínios, que se passa num casarão no Centro de São Luís, um casarão bonito, na Rua Afonso Pena, onde até já funcionou O Imparcial durante alguns anos. É a história de três velhos que não morrem nunca e eles ficam ali dentro contando histórias.

Qual o livro da sua vida?

Olha, o maior livro que já se escreveu eu acho que foi Dom Quixote. Acho que dentro dele não tem só um livro. Mas muitos livros. Outra obra que também me marcou muito, que acho fantástica, são as “Memórias de Além Túmulo”, de (François-René) Chateubriand. Entre os autores, Guimarães Rosa, para mim, é um escritor fantástico, acompanhei sempre a obra que ele escreveu e acho que é extraordinária. E sem dúvida considero o ponto alto da nossa literatura a fase do regionalismo, que Oswald de Andrade chamava de “Búfalos do Norte”, quando se criou o romance nordestino, da seca, com Graciliano Ramos, Jorge Amado, José Lins do Rêgo, Raquel de Queiroz... E não podíamos deixar de lembrar de um livro fundamental da literatura brasileira que é o livro de Joaquim Nabuco, “Um Estadista do Império” que para tratar da biografia de seu pai ele construiu uma história de todo o império e da vida política daquele tempo todo. Sobretudo, é um livro muito bem escrito. Acho que ainda hoje poucos escritores escreveram tão bem quanto Joaquim Nabuco.

Infância

Aos 81 anos, a idade lhe impõe muitas limitações?

Não. Eu me considero como se eu tivesse em absoluta aptidão para viver. Agora, cada idade tem seu tipo de vida. Eu procuro todo dia aprender uma coisa, tô sempre estudando, sempre me atualizando, sempre com essa preocupação de acompanhar o mundo. Agora eu sempre fui meio hipocondríaco, eu sempre acho que estou doente. Eu sou o próprio doente. (risos)

Desde a infância?

Desde a infância, desde menino eu sempre tive essa ideia. Então vivo preocupado. Qualquer coisa fico encucado. Eu sou um grande leitor de bula. Já me deram no Hospital Sírio Libanes uma bata escrito Dr. Sarney, porque eu chego lá e eles já perguntam: ‘Eu quero saber os remédios que o senhor já receitou’. (mais risos)

Do que o senhor mais sente saudade?

A grande saudade, acho que de todo mundo, e Jung (Carls Gustav Jung, fundador da psicologia analítica) trata isso, eu tenho muita saudade da minha infância. Eu associo a palavra felicidade à infância. O que é a felicidade? É a infância. Porque é um tempo que nós não temos nenhuma preocupação, nenhuma angústia e é quando a gente começa a descobrir o mundo, a beleza das árvores, das pessoas, a amar as pessoas, a mãe, o pai avós, irmãos.

Na infância sempre temos uma figura marcante. Quem marcou a vida do presidente Sarney?

Olha, marcou desde o princípio até o fim, que foi minha mãe. Eu sempre tive uma relação com ela que nunca tive com ninguém. Era uma relação de sublimação, amizade, amor, tudo. Uma admiração. Eu até hoje não entendo o mundo sem a minha mãe. (Sarney silencia, de olhos marejados).

Qual foi o principal ensinamento dela?

O carinho, o amor. Eu nunca vi minha mãe levantar a voz com ninguém. Nunca vi ela brigar com ninguém, nem reclamar de nada. E, sobretudo, como ela era muito religiosa, tinha um gosto pela penitência. Ela gostava de fazer penitência. A oração dela era muito forte. Eu dizia que ela já tinha uma intimidade muito grande com Deus. Quando eu fui candidato a vice-presidente, eu falava com ela todo dia, e dizia: 'A senhora está vendo isso? Estão falando no meu nome... o que a senhora acha... e tal'. Ela disse um dia: 'Olha, quando vocês nasceram eu entreguei vocês a Nossa Senhora e pedi que ela fizesse por vocês tudo que pudesse fazer de bem. Mas outro dia eu falei com Jesus e pedi o seguinte: ‘Jesus, se o senhor puder ajudar o José, ajude'’. (risos)

Para encerrar, qual o ponto fraco do presidente Sarney?

De modo geral eu sou um frágil. (risos) Muitas vezes eu sou acusado de ser muito calmo, de não reagir, não gostar de briga, de atrito. Eu me dei bem com isso até hoje porque que eu vou modificar? De maneira que eu sempre vejo nas pessoas também o lado que eles veem a gente. É um ponto fraco, mas é um ponto forte.
A entrevista acaba. A pedido de nosso fotógrafo, Sarney atravessa a sala da residência oficial e vai ao jardim. Senta em meio a árvores para uma sessão fotográfica, que leva mais tempo que o programado. Ao fim ele levanta e, sorrindo, concluiu: "Quer saber de verdade qual é o meu ponto fraco? Quando Roseana me liga zangada pra brigar comigo”