terça-feira, 29 de abril de 2014

O que acontece por aí...


Meu comentário sobre pronunciamento de Collor 

O discurso de Collor foi marcante por vários aspectos. Primeiro, o STF  pela segunda vez absolveu o ex-presidente, dando-lhe diploma de isenção pública, correção administrativa e honestidade pessoal e política. Segundo, com firmeza e clareza, duas de suas características de vida, Collor enterrou de vez  as patifarias dos parasitas, demagogos, covardes e fracassados. Terceiro, adverte que continuará não tolerando  abusos de decaídos, calhordas e canalhas. Responderá todas as torpezas com vigor. Por fim, Collor e a nação esperam que os verdadeiros historiadores reescrevam o episódio da sua absolvição pela Suprema Corte com honestidade, sem partidarismo e paixões, em beneficio da verdade e das novas gerações.  

Mais um inimigo da zona franca

Alguns setores do Amazonas, especialmente de Manaus, decidiram, açodadamente, bajular Eduardo Campos. Só faltaram oferecer para ele a chave da cidade. Fotos na imprensa e os eternos sorrisos de serviçais que não pensam(perdão, foi mal) na coletividade, apenas e tão somente nas eleições que estão perto. Tenho ânsia de vômito. Vai daí que a resposta do pretensioso e arrogante Eduardo Campos não demorou, fazendo declarações com restrições ao vitorioso modelo zona franca de Manaus. E agora, bobalhões? Não vão retrucar as sandices de Eduardo Campos?  Quem é Eduardo Campos para dizer asneiras contra a zona franca? Com que autoridade  viaja o país fantasiado de dono da verdade, deitando falação, com banca torpe de professor?  Evidente que começou o jogo imundo e venal da sucessão presidencial. Vencerá quem tiver e mostrar à população realmente mais serviços prestados ao Brasil. Candidatos à campeão de cuspe á distância tem muitos. Difícil saber qual deles é o pior. O saudável nesta maluquice política e eleitoreira de colocar os carros na frente da realidade, é que os empresários, aqueles que realmente trabalham para manter e fazer a zona franca crescer, não são tolos e não embarcam em canoas furadas. Estão cheios de conversa fiada. Como todos os brasileiros esclarecidos. 

Périco e a Zona Franca


Para o presidente do Centro das Indústrias do Amazonas, Wilson Périco, mesmo com noticias de CPIs e pesquisas eleitorais, há fôlego para retomar o debate da prorrogação da zona franca por mais 50 anos. "Enquanto a copa do mundo não chega e assim ajudar a escoar a produção de televisores e similares, reconhecendo que o calendário do imponderável tomou conta da agenda parlamentar". A seu ver, enquanto os políticos não definem a agenda da votação para o segundo turno, abre-se espaço para, de uma vez por todas, "comunicar à opinião pública os benefícios e objetivos do modelo zona franca de Manaus para o país e as mazelas prováveis de sua interrupção".

Fernando Collor: 'Estou absolvido de todas as acusações'



Ao comentar decisão do Supremo Tribunal Federal que o absolve das últimas acusações a ele imputadas, o senador Fernando Collor (PTB-AL) - afastado da Presidência da República em 1992 - disse que experimentou um grande sofrimento ao "reviver em toda a sua extensão a tortura, a angústia e o sofrimento de quem é agredido meses a fio" e que, além disso, "teve de suportar as agruras de acusações infundadas e a condenação antes mesmo de qualquer julgamento".
Segundo o senador, a decisão do Supremo Tribunal Federal, tomada por unanimidade na quinta-feira (24), não só alivia as angústias que ele sofria há 23 anos, como também permite reescrever a história do país, no período em que ele passou na Presidência e em que implantou, como observou, "medidas macroeconômicos e estruturantes" da administração federal, como a abertura comercial e a quebra de monopólios. Sem essas medidas, disse ele, seria impossível a estabilização alcançada pelo país.
- Estou absolvido de todas, absolutamente todas as acusações. Estou inocentado de todas as delações. A ninguém é mais dado o direito, salvo por reiterada má fé, de dizer o contrário. Todavia, depois, de mais de duas décadas de expectativas e inquietações pelas injustiças a mim cometidas, cabe agora perguntar: quem  poderá me devolver tudo aquilo que perdi, a começar pelo meu mandato presidencial? - questionou Collor.
Para o senador, o julgamento possui, em especial, "o mérito e a virtude de passar a limpo o país", no que se refere ao período que ele passou à frente da Presidência da República. Em sua opinião, este foi um dos períodos mais importantes da história da República, uma vez que "consolidou o processo de redemocratização política por meio da primeira eleição direta para presidente da República, após 25 anos de governo sob um estado de exceção".
A decisão do Supremo, a seu ver, permitirá mais do que o resgate da justiça e da imagem de um homem público. Propiciará, também, a "reflexão da sociedade em geral sobre a verdade dos fatos e, em particular, de uma geração de jovens, que tão somente ouviram inverdades ou estudaram em livros tendenciosos por versões falseadas".
Além da decisão unânime do Supremo de absolver o ex-presidente de todas as acusações ainda pendentes, o tribunal resolveu, por cinco votos a três, absolvê-lo, também no mérito, de outros dois crimes, mesmo em detrimento de sua prescrição.
- Ou seja, mesmo nesse caso, a maioria julgou pela absolvição completa ou, em outras palavras, não houve, nos 16 votos proferidos nas duas votações quanto às preliminares e quanto ao mérito, nenhum voto pela minha condenação em relação aos três crimes de que me acusava o Ministério Público. E não poderia ser diferente - afirmou Collor.
Ao final de seu pronunciamento, o senador lembrou o dramaturgo alemão Bertold Brecht, para quem "a verdade avança e nada a deterá".
- É o caso exemplar do ditado vincit omnia veritas, ou seja, a verdade tudo vence.
Agência Senado
Clique aqui para ler o discurso na íntegra

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O que acontece por aí...


Collor de alma lavada

Fernando Collor pode bater no peito e orgulhar-se de ser o único político brasileiro merecedor de duas certidões de honestidade, correção e zelo com a coisa pública, dadas pelo Supremo Tribunal Federal. O tempo realmente é senhor da razão, como definiu há 20 anos o próprio Collor de Mello, quando foi arrancado da Presidência da República por abutres fantasiados de paladinos e vestais. Brasileiros esclarecidos, que pensam com a própria cabeça, estão soltando foguetes com a decisão da Suprema Corte. Já os eternos ressentidos, torpes e fracassados, estão cortando os pulsos. Collor merecidamente está com a alma lavada.

Clésio é candidato


O Senador Clésio Andrade colocou seu nome à disposição do PMDB na disputa ao Governo de Minas para atender aos anseios da base partidária que deseja candidatura própria. Mesmo tendo certeza da vitória na convenção, preocupado com a eleição de seus amigos parlamentares, deputados estaduais e deputados federais, que precisam de coligação para se reelegerem e, considerando ainda, sua história de vida que sempre foi de construtor de pontes, acata a decisão de ontem, 22 de abril, tomada pela maioria da bancada do PMDB.

CPI da Petrobras

Minoria política tem de saber se contentar com migalhas. Evidente que nenhum governo forte, competente e cheio de artifícios jurídicos vai permitir que a oposição cante de galo à custa da presidente Dilma. Ou se apuram todas as possíveis mutretas, do PT, do PSDB, do DEM etc., ou não se apura nada. Eleição se ganha no voto, não com comissões de inquérito demagogas e eleitoreiras. Desçam do palanque e mostrem planos e idéias que realmente contribuam com a melhoria da qualidade de vida da população.

Sou Dilma

Votei na Dilma. Não me arrependo e votarei novamente. O jogo político é bruto, sujo e rasteiro. Desafetos de Dilma insistem em demonizar a Chefe da Nação. Dilma acerta mais do que erra. Adversários de Dilma soltam foguetes diante das recentes pesquisas. Fingem desconhecer que os números indicam que Dilma continua liderando todas as pesquisas isentas e, de quebra, ainda vence no primeiro turno. Berram e comemoram visando confundir o eleitor. Arrotam várias sandices, como se fossem imaculados e donos da verdade. Dilma realiza ações proveitosas para a população. Tirou milhões de brasileiros da pobreza e da miséria. Aumentou o salário mínimo e vai aumentar ainda mais. Tem procurado fixar médicos nos lugares mais distantes e carentes. Inaugurou escolas e creches e já entregou milhares de casas populares. O Poder fascina, mas é difícil e árduo exercê-lo. Usam a Petrobrás como palanque eleitoreiro e bomba-relógio, colocando Dilma no paredão de fuzilamento, passando a impressão torpe de que Dilma quer destruir a empresa. Até a leviandade tem limites. Francamente.

STF absolve mais uma vez ex-presidente Fernando Collor. Contra Elle, nada, nadica de nada... E agora?


Acusações eram do período em que senador foi presidente, entre 1991 e 1992, ano do impeachment. Ministros absolveram Collor dos crimes de peculato, corrupção e falsidade ideológica

O Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu na tarde desta quinta-feira (24) o ex-presidente e atual senador, Fernando Collor (PTB-AL), dos crimes de peculato, corrupção passiva e falsidade ideológica. As acusações são do período em que Collor foi presidente da República, entre 1991 a 1992, ano do golpe institucional perpetrado pelas elites do Congresso e parte da mídia, que o tirou da Presidência. A relatora do processo, ministra Cármen Lúcia, votou pela absolvição do senador alegando ausência de provas de autoria e materialidade dos crimes. Ela foi seguida pelos ministros Dias Toffoli, revisor do processo, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Ricardo Lewandowski. O ministro Teori Zavascki, em seu voto, considerou improcedente a ação que trata do crime de peculato. Teori foi seguido por Rosa e pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa. A denúncia contra Collor foi recebida pela Justiça de primeira instância em 2000 e chegou ao STF em 2007. O processo foi distribuído para o ministro Menezes Direito, mas, com a morte do magistrado, em 2008, o processo passou para relatoria da ministra Cármen Lúcia. Em novembro do ano passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF rapidez no julgamento da ação penal. De acordo com denúncia apresentada pelo MPF, teria sido instaurado no governo do ex-presidente Collor “um esquema de corrupção e distribuição de benesses com dinheiro público” em contratos de publicidade. Segundo o órgão, o esquema envolvia o ex-presidente, o secretário particular da Presidência e empresários. Na defesa apresentada no processo, que veio a ser vitoriosa, os advogados de Collor negaram as acusações e afirmaram que a denúncia do Ministério Público apresentava falhas. Segundo a defesa, o órgão fez a acusação sem apontar quaisquer atos teriam sido praticados pelo ex-presidente.

Veja matéria da Comunicação do STF a respeito, clicando aqui.


Fernando Collor bagunça mesmice da campanha presidencial. E, com apoio dos seus eleitores históricos, pode mudar os rumos do Brasil em 2014

Por Said Barbosa Dib, historiador e analista político em Brasília


Collor deveria pegar esta decisão e esfregar na cara dos porcos da imprensa e dos mafiosos da política. E tem o dever de tomar coragem e se candidatar à Presidência em outubro. Nem que seja para bagunçar o coreto. Os que votaram Nelle em 1989, os 36 milhões históricos, depois de anos de ditadura, vão voltar a fazê-lo com grande satisfação...... Depois de 12 anos de poder desperdiçado do PT, o povo está cansado da polarização da mesmice subserviente ao capital financeiro internacional entre Tucanato e Petezada. Os cenários na disputa pela sucessão presidencial precisam de um “salto qualitativo” (expressão clássica da “Esquerda”) e têm mais complexidade do que a grande mídia tenta fazer crer. Dilma Rousseff, que disputará a reeleição, tem a caneta do Diário Oficial na mão, mas não tem carisma suficiente nem voto próprio; Aécio Neves, pelo PSDB, não decola com discurso anticorrupção falso, pseudo-lacerdista e sonso (e tem ainda o medo de se expor na vida privada); o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), não passa de aventureiro que vem há muito apenas surfando no nome de falecido nacionalista Miguel Arraes e que fez a besteira de se relacionar com uma apátrida internacionalista notória: Marina Silva, o "Tiririca de Serra". Neste cenário e diante das últimas notícias sobre a absolvição definitiva de Collor, informações sobre pesquisas reservadas recentes mostram que apenas uma coisa pode sacudir o cenário político-eleitoral deste ano: a vingança dos aproximadamente 36 milhões de eleitores que votaram no Collor em 1989 e que se sentiram ludibriados, enganados, traídos e vilipendiados não pelo ex-presidente, mas por aqueles que o apearam do poder legítimo, quando o ex-presidente foi deposto por golpe urdido pelo Congresso e pela mídia golpista, apenas porque não aceitava os “mensalões” da vida. E elles nunca engoliram as piadinhas e os discursos falso-moralistas dos petistas golpistas de então. O peso desta gente (massa calada, mas consciente), humilhada há anos pelos radicais petistas da época – e de agora -, hoje pode ser vingativo, desestabilizando por completo a dicotomia anódina e atrasada entre PT e PSDB. Cassado pelo Congresso Nacional em setembro de 1992, o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB) - e atual senador de Alagoas – agora definitivamente entra no rol de possíveis candidatos. De acordo com estratégicos levantamentos reservados, o ex-presidente teria entre 12% e 15% das intenções de voto, numa avaliação em quatro grandes centros em torno de 6 milhões de eleitores. Esta demanda da população já havia aparecido em pesquisas sérias em 2010, mas, então, assim como hoje, foi ocultada pela grande mídia. É número relevante, levando-se em consideração que o número de candidatos no primeiro turno é grande, embora sem grande expressão. Mas isso também aconteceu em 1989, quando, no primeiro turno, havia Brizola, Affif Domingos, Maluf, Enéias, Ulisses, Caiado, Covas, etc.. Isto facilitou Collor chegar e vencer Lula – o então favorito – no segundo turno. Tem site e blog comprados por aí que tentam fazer pilhéria a respeito da informação apenas para desviar a atenção da população e desacreditar o potencial do ex-presidente. Coisa de gente paga pelo Planalto ou pela oposição. Mas, os fatos são interessantes. A verdade é que informações confidenciais mostram (não podem ser citadas por questões estratégicas) que os números de Collor, uma vez colocados nas opções das pesquisas, suplantam em muito candidatos de fachada paparicados pelos mesmos colunistas sabujos de sempre, como Aécio Neves, Marina Silva e Eduardo Campos. Todos, candidatos da oligarquia financeira internacional e descomprometidos com o Brasil. E o pior, sem votos efetivos. Está explicada a razão pela qual os institutos de pesquisa já manjados não colocam o ex-presidente Collor de Mello entre os “presidenciáveis” a serem avaliados: o homem está bem nas pesquisas preliminares sérias, feitas apenas para consumo interno dos partidos. É verdade. O povão, a massa, a raia miúda, o mesmo povão dos grotões e do “Bolsa Família” do Lula (classes C e D), quer mesmo é a volta de Fernando Afonso Collor de Mello na Presidência da República a partir de 2014. E isto está causando um alvoroço danado em Brasília. Os políticos estão batendo cabeça que nem cachorro que caiu de mudança. O medo é de que, no momento em que não se conseguir mais evitar a divulgação das pesquisas, Collor aglutine forças de todos os partidos que não estão satisfeitos com a dobradinha Dilma/Lula ou com os já manjados tucanos. Todos sabem que Collor usará como trunfo o fato de nada ter sido comprovado contra ele, depois de inúmeras acusações. E o ex-presidente tem toda razão, pois foi realmente deposto, como foi deposto Jango há 50 anos. Quando o motorista Eriberto França foi usado como respaldo para as denúncias sobre o esquema PC Farias, o PT automaticamente encampou a história, a CPI tomou força e Collor acabou deposto por um “golpe de mestre” das elites políticas, simplesmente porque, pelo seu caráter forte (arrogância de um jovem de 41 anos), nunca aceitou se submeter aos esquemas e “mensalões” do Congresso que, em 2005, assistimos estarrecidos na TV. Tudo rápido e simples, tiraram o homem de cena sem choro nem vela. Mas agora, “Collor vollltooouuu”. Tremam, golpistas!! Sugiro que o ex-presidente Collor se cerque de gente competente, resgate sua coragem famosa e saiba honrar aquelles 36 milhões que acreditaram Nelle. Mesmo que não vença, vai fazer os poderosos atuais repensarem muita coisa. É uma missão patriótica, presidente Collor! Pelo menos estará nos debates para contraditar a mesmice cansativa que está aí. É isso.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Sarney diz adeus a Gabriel Garcia Márquez

Gabriel García Márquez sempre escreveu sobre a morte e a velhice. Elas dominam Cem Anos de Solidão, seu livro mais popular, e O Amor nos Tempos do Cólera, aquele que achava mais importante — e eu concordo com ele. Familiar da morte, ela o alcança. Gabo, como o chamavam os amigos e admiradores, construiu sua obra na esteira de precursores, como Gallegos, com Doña Bárbara, José Eustáquio Rivera, com La Vorágine, Juan Rulfo, com Pedro Páramo. 

Na Comala de Rulfo já está em gestação a Macondo de Gabo. Tornamo-nos amigos ao participarmos de dois encontros das Nações Unidas, um do Comitê Ecológico para a América Latina e Caribe e outro o Conselho Internacional para as Comemorações dos 500 anos da Descoberta da América, em Caracas. Depois de tempos sem nos vermos recebi um exemplar da edição comemorativa dos seus 80 anos com uma dedicatória “con un abrazo del amigo”. Assim, quero homenagear o extraordinário escritor, dos maiores de nosso tempo, e o amigo generoso, caro ao meu coração.
Leia também:

Sarney: 84 Anos


Mais de 60 servindo ao Brasil



José Sarney é o mais longevo entre os congressistas  - e também entre os senadores -  do período republicano da História do Brasil. São 60 anos de vida pública, 50 de vida parlamentar, sendo 24 como senador pelo Amapá, 15 como senador pelo Maranhão e 11 como deputado federal pelo Maranhão.  É também acadêmico da Academia Brasileira de Letras (desde 1981) e da Academia das Ciências de Lisboa.

Pinheiro fica na Baixada Maranhense, região de campos alagados entre São Luís e a fronteira com o Pará, onde começa a Amazônia. Terra de gado, também alguns engenhos ali se instalaram, produzindo açúcar mascavo, mel e cachaça. Em um deles, o Engenho Queimado, nasceu Sarney de Araújo Costa, que se casou com a pernambucana, Kyola Leopoldina de França Ferreira. O primeiro filho do casal – José, que depois seria conhecido como José Sarney -- foi o 31º Presidente da República do Brasil. José nasceu em 24 de abril de 1930, justamente no ano em que um maranhense ocupou a presidência da República por 11 dias - Augusto Fragoso governou o Brasil, como chefe da Junta Governativa Provisória, de 24 de outubro a 3 de novembro de 1930. O filho de Sarney e Kyola passou seus primeiros quatro anos de vida em Pinheiro. Depois, foi para São Bento, município vizinho, residência de seus avós paternos, José Adriano e Madona.  Ali viveu até os oito anos. O avô era professor primário (mestre escola) e arrecadador de impostos, a avó fazia doces para vender, a mãe costurava e o pai era promotor público. Aos cinco anos José (que então era o José do Sarney) foi alfabetizado pela professora Cota Teixeira. Aos seis começou a buscar livros na estante de seu avô, Zé Adriano.  O Almanaque de Bristol, era uma paixão. A publicação informava sobre luas, marés, doenças e indicava os remédios. Mas José também era leitor assíduo da Biblioteca Popular-- folhetim anual, com curiosidades, sobre história, saúde, artes, etc. – e não dispensava os livros de poemas. Casimiro de Abreu e os portugueses Guerra Junqueira e Alexandre Herculano eram os preferidos.

Líder estudantil

Em janeiro de 1942 José e o irmão Evandro foram para São Luís para fazer o curso ginasial no Liceu Maranhense. Foi justamente ali que Sarney começou a desenhar também seu caminho na política. Enfrentou e venceu duas campanhas para presidir o Centro Liceísta (diretório acadêmico da escola), em 1945 e em 1946. Aos 15 anos era líder estudantil. E em 45, no final do autoritário Estado Novo de Getúlio Vargas, Sarney enfrentou breve prisão. No Teatro Arthur Azevedo, ante a entrada do interventor no Maranhão, Paulo Ramos, puxou o coro de “abaixo a ditadura”! Foi em cana. Quatro anos depois, já na faculdade de Direito e como dirigente da União Maranhense dos Estudantes (UME), representou o Maranhão na União Nacional dos Estudantes (UNE). Era o  começo da carreira política de Sarney. Em 1954, ainda  na ala rebelde do PSD, enfrentou sua primeira candidatura a deputado federal. Bem votado, mas sem conseguir se eleger, Sarney, como suplente, em 1955 e 56, esteve por curtos períodos na Câmara Federal. Mas foi em 1958 que, como candidato da ala jovem da UDN, conquistou vaga de deputado federal pelo Maranhão.

A Bossa Nova

A UDN tinha, então, uma brilhante bancada do Congresso Nacional, que era liderada pela “Banda de Música” -- ala composta de atuantes e barulhentos parlamentares. Afonso Arinos era o líder da bancada, onde se destacavam também Aliomar Baleeiro, Adauto Lúcio Cardoso, Bilac Pinto, Prado Kelly, Afonso Arinos, Milton Campos, Pedro Aleixo, José Agripino. Em 57,  Sarney, um dos vice-líderes do partido, integra o grupo de renovação, batizado de Bossa Nova da UDN. Era o governo Juscelino Kubitschek. A UDN estava na oposição. Sarney aprendia a navegar nas águas sempre intranqüilas da política nacional. Em 1960 a UDN, coligada com o PTB, chegou à Presidência da República, elegendo o paulista Jânio Quadros, tendo como vice o gaúcho João Goulart, o Jango. Jânio renunciou sete meses depois da posse, surpreendendo e colocando em crise o cenário político brasileiro. Vencidas muitas dificuldades políticas, Jango assumiu o governo, mas também não conseguiu completar o mandato. Em 1964, um golpe militar foi gradualmente afastando a classe política do comando do país. Nas eleições de 1965 ainda havia esperanças de retomada do caminho democrático. Sarney saiu candidato ao governo do Maranhão em campanha disputadíssima.  O adversário era Renato Archer, candidato da coligação PTB—PSD. Sarney, da UDN, inovou. Percorreu o estado de ponta a ponta para, em contato direto com a população, conhecer dificuldades e eleger prioridades. Numa eleição acirradíssima, que exigiu proteção de tropas federais, Sarney venceu com 120 mil votos, contra 103 mil dos outros candidatos. O Maranhão carecia de tudo e o jovem governador quis registrar o que encontrou. Assim, convidou o também jovem cineasta baiano, Glauber Rocha, para documentar a situação de penúria e isolamento do estado. Resultou no filme  “Maranhão 66”, retrato com som e imagem das dificuldade que Sarney iria enfrentar. (Veja  texto Sarney Governador). Em 13 de dezembro de 1968, o Ato Institucional nº 5, fechou o Congresso Nacional, suspendeu direitos civis fundamentais, inaugurando o período mais difícil da história brasileira contemporânea. Sarney governou o Maranhão até maio de 1970, quando saiu para disputar uma cadeira no Senado Federal. Foi eleito senador pela Arena com o dobro dos votos de seu adversário. Começava novo aprendizado. Ao seu estilo, sem confrontos, trabalhou pela restauração do regime democrático. Conciliador e paciente, atuou nos bastidores pela suspensão do AI-5 e contra as grandes alterações introduzidas pelo regime militar na Constituição, sobretudo nas atribuições e na autonomia do Poder Legislativo. Mais tarde, já como líder do governo, relatou o projeto que  enterrou o AI5, em dezembro de 1978. No último dos governos militares, o do general Figueiredo, que sucedeu o General Geisel, houve a anistia política -- 28 de agosto de 1979 -- e o fim do bipartidarismo. O MDB, de oposição, passou a ser PMDB,  e a Arena, da situação, virou PDS. O antigo partido de Getúlio Vargas (PTB) foi subdivido em duas correntes trabalhistas: PDT e PTB. Nasceram também o Partido Popular, PP, que reuniu os moderados do antigo MDB, em torno dos senadores mineiros Tancredo Neves e Magalhães Pinto. Na São Paulo industrializada foi criado o Partido dos Trabalhadores (PT), reunindo lideranças sindicais – Lula à frente -, intelectuais, artistas e oposicionista de todas as idades. Eram passos importantes da abertura para o reencontro do Brasil com a democracia. Sarney esteve no Senado até o final da ditadura militar – dos anos mais duros à abertura política, que em 1985, por força do destino, acabou fazendo dele o primeiro presidente civil depois de 20 anos do regime militar. 

O dissidente

Em 1985, haveria eleições para presidente da República – ainda indiretas, decididas por um colégio eleitoral criado pelos militares. Os tempos de abertura política abriam espaço - inclusive de vitória – para um civil. Sarney presidia o PDS, que trabalhava várias possibilidades de candidaturas: o ministro Mario Andreazza,  Marco Maciel, senador por Pernambuco,  Aureliano Chaves, vice-presidente da república. Correndo por fora, apareceu o ex-governador de São Paulo, Paulo Maluf. O grupo de Sarney no PDS avaliava que candidatura de Maluf seria um empecilho para o projeto de retomada da democracia. Franco atirador, ele ameaçava o trabalho pacientemente estruturado. O presidente general Figueiredo, que não gostava da convivência com políticos, não conseguiu comandar ou articular seu processo sucessório. E em dezembro de 1983, com discurso na TV, jogou a toalha: deixava nas mãos do partido a escolha do candidato a sua sucessão.  Maluf lutava para impor-se como o candidato do governo. E os descontentes do partido iniciaram negociações com a oposição, comandada pelo deputado paulista Ulisses Guimarães, presidente do PMDB e Tancredo Neves, então governador de Minas. Pelos dissidentes atuavam Aureliano Chaves, mineiro e vice-presidente da República, Antônio Carlos Magalhães,  governador da Bahia e Marco Maciel, de Pernambuco. Enquanto isso, os brasileiros pediam  nas ruas Diretas Já. Esse sonho era nutrido por proposta de emenda constitucional do deputado mato-grossense Dante de Oliveira, que restabelecia as eleições diretas para a Presidência da República. Essa esperança movimentou o país, com comícios que reuniram multidões. Mas, em abril de 1984, por pequena margem de votos, o governo derrotou a emenda Dante,  na Câmara dos Deputados. A vitória da opinião pública, no entanto, era insofismável. O Brasil queria o fim da ditadura e a urgente redemocratização.
Maluf ganhava corpo. Para evitar a cooptação mercantil da convenção do PDS, Sarney propôs  então que se realizasse uma prévia eleitoral entre os candidatos governistas. Mas, como o temido Serviço Nacional de Informações (SNI) garantia que a prévia favoreceria o vice, Aureliano Chaves, Figueiredo postou-se contra a sua realização. Sarney deixou o PDS. Era 11 de junho de 1984. Uma semana depois,  os dissidentes do partido criaram a Frente Liberal. Sabiam que representavam parcela expressiva do Colégio Eleitoral -- 52 parlamentares. Votos mais do que suficientes para assegurar vitória na eleição indireta. (O Colégio Eleitoral era composto por 686 delegados -- 381 do PDS, 273 do PMDB, 30 do PDT, 14 do PTB e 8 do PT. A mudança de 18 votos da situação daria a ela a maioria necessária para a oposição eleger o novo presidente da República). Uma semana depois da saída de Sarney do PDS os governadores do PMDB lançaram Tancredo Neves à candidatura indireta. No dia seguinte, Sarney, Marco Maciel e Aureliano Chaves, dissidentes do PDS, selaram acordo com o governador mineiro. PMDB e a Frente Liberal  formaram  Aliança Democrática para disputar a presidência com Paulo Maluf, candidato do PDS governista. Sarney foi o escolhido para compor a chapa com Tancredo. A campanha empolgou o Brasil e no dia 15 de janeiro de 1985 Tancredo venceu Maluf no colégio eleitoral por  folgada vitória -- 480 votos contra 180. 

O presidente

A posse de Tancredo-Sarney  aconteceria em 15 de março. Três dias antes Tancredo começou a ter febre. O diagnóstico era de faringite. Na noite do dia 14 foi operado de emergência no Hospital da Base de Brasília. Tinha uma diverticulite grave. A má notícia chega aos salões de Brasília, onde se vivia a expectativa da festa de posse no dia seguinte. Na sala de espera do hospital, pequeno grupo esperava ansioso o resultado da operação do presidente eleito e discutia o que fazer. Uns que desejavam a posse do presidente da Câmara, Ulisses Guimarães, também presidente do PMDB. Outros sustentavam que a regra constitucional impunha a posse do vice-presidente eleito, José Sarney. Venceram os constitucionalistas. Sarney seria empossado. Tensão e expectativa deram o tom das duas cerimônias - a posse no Congresso Nacional e a investidura no Palácio do Planalto. O general Figueiredo, repetindo o gesto de Newton Bello na transmissão da chefia de governo do Maranhão, não passou o cargo e a faixa presidencial a José Sarney. Tancredo morreu  em 21 de abril de 1985. No dia seguinte o Congresso Nacional efetivou José Sarney, como o 31º presidente do Brasil, marcando o ponto final no longo período autoritário e o começo a Nova República, que  tinha como principal promessa e missão devolver a democracia ao Brasil. (Veja texto 25 anos de Democracia). Devoto de São José, protegido pelas graças da Irmã Dulce, o maranhense de Pinheiro venceu as todas as muitas dificuldades vividas nos seus cinco anos na Presidência da República. Venceu principalmente a batalha em favor da redemocratização do país, que passou a um sucessor eleito pelo voto direto.


O desempenho no Congresso

Trinta e nove senadores e 61 deputados foram apontados como os 100 "Cabeças do Congresso Nacional" na 19ª edição do prêmio promovido pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Os senadores José Sarney (PMDB/AM) e Eduardo Suplicy PT/SP) são os únicos indicados como "formadores de opinião". Os dois partidos com maior número de parlamentares na elite são o PT, com 28 nomes, detentor de maior bancada na Câmara dos Deputados, e o PMDB, segunda maior bancada, com 16. Na terceira posição em número de parlamentares está o PSDB, com 12 nomes. O presidente Sarney, mesmo representando um estado nortista e ainda fraco política e economicamente, está na seleta lista de quatro parlamentares que participaram de absolutamente todas as edições dos “Cabeças do Congresso”. Os demais são representantes de estados economicamente fortes e politicamente poderosos: são os senadores gaúchos Pedro Simon (PMDB) e Paulo Paim (PT) e o paulista Eduardo Suplicy (PT). Da lista do 100 “Cabeças do Congressos”, posteriormente são escolhidos os “10 Mais” do Congresso. A elite da elite parlamentar em termos de liderança. Sarney, além de ter participado de todas as edições do 100 mais influentes, é o único que fez parte do seleto grupo dos “10 mais” do DIAP. Foram onze vezes, nas edições de 1996 (2º lugar), 1997 (2º lugar), 2003 (2º lugar), 2004 (2º lugar), 2005 (6º lugar), 2006 (6º lugar), 2007 (4º lugar), 2008 (3º lugar), 2009 (5º lugar), 2010 (4º lugar) e 2011 (3º lugar).

Sarney e o Amapá

Resumo das ações do senador Sarney em benefício do Amapá – Destaques

  • Área de Livre Comércio de Macapá e Santana – Lei nº 8.387, de 30 de dezembro de 1991
  • Ampliação do Linhão de Transmissão – Tartarugalzinho/município de Amapá/Calçoene
  • Área    Escola Técnica Federal  - obtenção da lei de criação (Lei 11.534/ 2007)
  • Universidade Federal do Amapá  – criação através da Lei nº 7.530 /86 e Decreto nº 98.997/90
  • Construção do Hospital Sarah Kubitschek – referência em aparelho locomotor - inaugurado em 2005
  • Criação do novo aeroporto (internacional) de Macapá
  • Municipalização do Porto de Santana  em  2002
  • Pátio de containers no Porto de Santana e equipamentos para o carregamento (Suframa)
  • Urbanização da Orla de Macapá  (Suframa)
  • Revitalização e asfaltamento de vários trechos da BR 156 – em andamento
  • Construção da Ponte Binacional Oiapoque(AP) - Saint George (Guiana Francesa) - em andamento
  • Ponte de Laranjal do Jarí (AP) a Monte Dourado (PA) – recursos assegurados
  • Construção de Ponte sobre o Rio Vila Nova – previsão de conclusão nesse ano
  • Construção do Museu do Tumucumaque – recursos assegurados
  • Duplicação da Rodovia Duca Serra – Macapá e Santana  - obra para ser iniciada
  • Transferência das terras da União para o Estado do Amapá –  Lei 11.949/ 17 de junho de 2009
  • Zona Franca Verde - Lei 11.898, de 9 de janeiro de 2009
  • UHE Ferreira Gomes - geração: 252 MWh – licença ambiental aprovada –   mais de R$ 1 bi em investimentos
  • UHE Santo Antônio do Jari – potência: 300 MW – licença ambiental aprovada – leilão  segundo semestre 2010
  • Luz para Todos – investimento de R$ 163 milhões

Com tantas providências, viabilizadas pela atuação do senador Sarney, sempre preocupado com o desenvolvimento, certamente o Amapá está se encaminhando para ser um estado que despontará como de maior infraestrutura da região, capaz de alicerçar seu desenvolvimento, com melhoria das condições de vida de seu povo. Não se deve esquecer o mais importante: em breve, essa infra-estrutura possibilitará a vinda de indústrias para aumentar o mercado de trabalho. Por isso, a luta de Sarney, para completar essa obra, é de estender os benefícios fiscais da área de livre comércio para a implantação de indústrias na região, ampliando o vetor de desenvolvimento decorrente do ingresso de novos investimentos no estado. O estado está preparando as condições objetivas que viabilizem a integração do Amapá com o Brasil, em primeiro lugar, e com a Guiana Francesa, por outro lado. Este é um imperativo do mercado, mas, também, por necessidade diplomática e estratégica geopolítica mais ampla no cenário da integração América do Sul/União Européia. Sobre o assunto, Sarney mostrou todo seu otimismo com o desenvolvimento no primeiro capítulo de seu livro “Amapá: a terra onde o Brasil começa”

“O Amapá é um estado vocacionado para a área internacional. Veja-se sua posição estratégica no extremo norte, junto ao Caribe. É a entrada do Amazonas, com o melhor porto fluvial da Amazônia, Santana, com um calado de mais de quinze metros, o que lhe assegura receber navios de até setenta toneladas. Ele será o grande porto da área, onde os navios da rota oceânica poderão desembarcar suas cargas que subirão o rio Amazonas em barcaças que não voltarão  vazias ,  mas   com  a s mercadorias e cereais produzidos em toda a Amazônia e mais os grãos do Mato Grosso, vindos na hidrovia do rio Madeira. As   reservas   minerais   estão  com  sua   exploração ainda começando. O estado tem excelente condição para a indústria de reflorestamento que está sendo feita nas terras altas dos alagados, onde as chapadas permitem plantar sem derrubar, numa combinação de mata ciliar e matas artificiais. Será  um grande entreposto, aproveitando as vantagens do transporte intermodal, redistribuidor de carga e exportador. Há outro fato importante. O Amapá é o estado da Amazônia que tem o maior índice de desenvolvimento humano. Seu sistema educacional, pelo isolamento, é bom. Os recursos humanos são abundantes, com classe média qualificada.”

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O que acontece por aí...


Sou Dilma

Votei na Dilma. Não me arrependo e votarei novamente. O jogo político é bruto, sujo e rasteiro. Desafetos de Dilma insistem em demonizar a Chefe da Nação. Dilma acerta mais do que erra. Adversários de Dilma soltam foguetes diante das recentes pesquisas. Fingem desconhecer que os números indicam que Dilma continua liderando todas as pesquisas isentas e, de quebra, ainda vence no primeiro turno. Berram e comemoram visando confundir o eleitor. Arrotam montes de sandices como se fossem imaculados e donos da verdade. Dilma realiza ações proveitosas para a população. Tirou milhões de brasileiros da pobreza e da miséria. Aumentou o salário-mínimo e vai aumentar ainda mais. Tem procurado fixar médicos nos lugares mais distantes e carentes. Inaugurou escolas e creches e já entregou milhares de casas populares. O Poder fascina, mas é difícil e árduo exercê-lo. Usam a Petrobras como palanque eleitoreiro e bomba-relógio, colocando Dilma no paredão de fuzilamento, passando a impressão torpe de que Dilma quer destruir a empresa. Até a leviandade tem limites. Francamente. 

Carta ao Calazans, do “O Globo”:

“Meu caro, 

pôxa, depois da aula de futebol, inteligência, objetividade e elegância, do Paulo Henrique Ganso, imaginei que você, como legítimo defensor do verdadeiro bom futebol, seria mais expansivo com a atuação impecável deste jovem e raro armador que Felipão insiste em deixar fora da seleção. Ou seja, todos nós sofremos e lamentamos. Inclusive a bola.  

Oremos.  

abs do Limongi”


O povo deve ser ouvido e cheirado


O título acima é do meu texto publicado no Correio Braziliense de 21 de abril de 1980. Gostaria de recordá-lo e compartilhar com os leitores. Tenho a forte impressão que escrevi ontem:


Pelo menos no que me diz respeito, o governador Aimé Lamaison tem razão: "Brasília não é uma cidade madrasta". Mais direto ainda: o que tenho, o que ganhei, o que formei, o que guardei, o que construir, para mim e minha família, foi Brasília que me possibilitou ganhá-lo, conquistá-lo. Palmo a palmo, sem tréguas. Mas com esperanças, lutas, esforço pessoal, obstinação. Por que vou atirar pedras ou cuspir no prato que comi e como até hoje? Não sou hipócrita nem leviano em nada que faço ou digo. Não uso eufemismo. É claro que Brasília nos seus 20 anos, não é uma cidade perfeita. Nem o será. Nenhuma no mundo o é.  Entre vícios e virtudes, porém, o saldo é plenamente positivo. Confio num futuro cada vez mais digno e melhor para todos que aqui vivem; mais sorte, com mais oportunidades para a maioria. Mas, para isso, mãos á obra! Nada cai do céu, a não ser chuva.Que impere o sentimento de ordem. Não só no lar, mas na escola, no convívio da sociedade. Dentro do respeito à lei, dos direitos humanos, no amor ao futuro e no acatamento aos conselhos do passado.Que diminuam as injustiças. Estas liquidam com as esperanças da juventude, que, como refugo, acolhe-se no torpor do vicio , para anestesiar os espinhos de desencantos. Os governantes precisam lutar para acabar com isso. Sendo Brasília a capital do país, suas responsabilidades com a comunidade naturalmente ficam redobradas. Quando falo governantes, incluo o Presidente da República e Ministros de Estado e de Tribunais Superiores. Segurança para adultos e crianças. Não existe segurança nacional sem segurança individual. Pátria que não assegura direitos não pode impor deveres. Vem, então, a galope, o que Oliveira Bastos antevê com a sabedoria habitual: a violência avassaladora.  A justiça de Brasília tem que ser rápida. Justiça que se arrasta, mesmo quando é reta, avilta o direito. Politicamente, creio que, o povo de Brasília deva ser ouvido e cheirado. Não concebo reformas sem a aquiescência do povo, sem o pronunciamento da maioria. O candango não merece os ventos da abertura? Entre o governo de Brasília e a comunidade, a afinidade deve ser, sempre, mais ampla e aberta. Os interesses se conciliam. Da mesma forma as contrariedades e prejuízos. Entremos nessa. Dando o que o povo quer, Brasília ficará melhor. A recompensa maior, no caso, será para nossos filhos. Este é o legado, a palavra de ordem, que deve orientar os governantes. Isto feito, o resto obteremos por acréscimo.

XVIII Festival Amazonas de Ópera

Peças difíceis e femininas são destaques da primeira sessão do Recital Bradesco

A presença feminina foi o destaque da primeira sessão do recital Bradesco, executada por alunos da Classe de Canto do Coral do Amazonas nesta segunda-feira, 21, às 20h, no Teatro da Instalação. Com acompanhamento do pianista Hilo Carriel, parte do grupo – composto por um total de 25 integrantes, em sua maioria mulheres – interpretou trechos de obras representativas do repertório lírico internacional, como “Don Giovani” (Mozart), “Tosca” (Puccini), “Otello” e “Rigoletto”(Verdi). O evento integra a programação paralela do XVIII Festival Amazonas de Ópera, realizado pelo Governo do Amazonas, pormeio da Secretaria de Cultura. De acordo com o professor Juremir Vieira, a escolha do programa baseou-se em dois critérios: o nível de aprendizado de cada membro e a dificuldade de cada peça. “É uma oportunidade para colocarmos em prática tudo o que foi ensinado. No palco, o aluno aprende a perder a timidez, nossos erros e acertos são identificados para que possamos realizar ajustes nas próximas apresentações”, exemplifica. O ponto alto da noite ficou por conta da célebre “Entrada das Valquírias”, passagem composta pelo alemão Richard Wagner (1813-1883) para a peça “A Valquíria”, que compõe a tetralogia “O Anel de Nibelungo”. “É uma obra desafiadora, exige elevada capacidade técnica tanto dos músicos como dos intérpretes. Por outro lado, interpretar Wagner é um imenso privilégio”, explica a mezzo soprano Patrícia Rebouças.

Nível elevado


A professora aposentada Martha Cabrejos, que acompanha o festival desde sua primeira edição, chama atenção para o nível de profissionalização que o evento desenvolveu ao longo dos dezoito anos de existência. “Já assisti a óperas na Espanha, Inglaterra e Alemanha. Posso dizer que a estrutura do festival está cada vez melhor, não deixa nada a dever a outros países. O nível dos atores e diretores é altíssimo”, ressalta. Realizada às segunda-feiras (exceto no dia 27 de maio, data da última sessão), a partir das 20h, a série de recitais Bradesco continua na próxima semana com a apresentação da soprano Isabelle Sabrié e do pianista André Santos. O repertório será dedicado à música francesa do século XX, com destaque para peças de Maurice Ravel, Henri Tomasi e Francis Poulenc. A entrada é gratuita. Para conferir a programação completa do XVIII Festival Amazonas de Ópera, outras informações sobre o evento e demais ações e projetos desenvolvidos pela Secretaria de Estado de Cultura em todo o Amazonas.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Alfredo Nascimento viabiliza implantação da TV Digital da Câmara de Manaus


O Senador Alfredo Nascimento conquista mais uma vitória para Manaus. Atendendo a solicitação do parlamentar, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros assinou nesta terça-feira, 15, o protocolo de intenções para a implantação da Rede Legislativa de TV Digital - canal de comunicação da Câmara Municipal de Manaus. O documento foi assinado na presença do vereador João Bosco Gomes Saraiva, presidente da Câmara Municipal de Manaus. A iniciativa da Câmara de Manaus sempre contou com o apoio do senador Alfredo Nascimento. Na opinião do parlamentar toda medida que vislumbre a ampliação dos canais de comunicação, neste caso do Poder Legislativo da capital do Amazonas, é necessário apoiar por se tratar de um meio eficiente e legítimo de prestar contas à população do estado. A ideia central dessa parceria é privilegiar a transparência dos debates parlamentares em canal aberto, acessível a todos os cidadãos amazonenses. “Assinar o protocolo de intenções foi um passo muito importante. Tenho certeza que em breve o convênio de cooperação será firmado. Esta será uma medida pioneira e servirá de modelo para que as demais Câmaras Municipais possam também montar futuras parcerias com o Senado Federal. É a primeira vez que o Senado analisa uma parceira de concessão de TV Digital nesses moldes”, avaliou Nascimento. A proposta de convênio estabelece uma parceria justa. A Câmara Municipal de Manaus fica responsável por toda a infraestrutura e os investimentos necessários na cobertura dos gastos de custeio e manutenção em equipamentos para a operacionalização da TV Digital. Já o Senado não terá custos, apenas vai viabilizar a transmissão de sinais de radiodifusão de TV digital da própria TV Senado na cidade de Manaus, mais a liberação de uma faixa de programação para uso da Câmara Municipal. Segundo o senador, o objetivo maior dessa parceria é universalizar o sinal das TVs legislativas e aproximar cada vez mais o cidadão brasileiro do Poder Legislativo. “Vamos construir com mais legitimidade e transparência um canal de comunicação com a sociedade. Vamos criar um meio de prestar contas à sociedade, mas, sobretudo, aumentar a participação popular nas decisões legislativas e intensificar a presença do cidadão no dia a dia da política”, destacou Nascimento.


Embaixador Belga promete ser aliado da ZFM na União Europeia


O questionamento da União Europeia (UE) sobre o funcionamento da Zona Franca de Manaus (ZFM) e a possibilidade da concretização de negócios entre a Bélgica e o Amazonas nas áreas de logística, aeroportuária e biotecnologia foram os principais assuntos da visita do embaixador do país no Brasil, Jozef Smets, à sede da SUFRAMA. Com dados oficiais e estudos econômicos, o superintendente Thomaz Nogueira demonstrou que, mesmo com o objetivo de agregar valor local e adensar a cadeia produtiva, a ZFM não pode ser considerada um regime fechado e protecionista. “Somos uma economia aberta e plenamente integrada à economia internacional. A maioria das empresas aqui instaladas é multinacional. Compramos 60% dos insumos (matéria-prima) de fora do Estado – e boa parte vem do exterior”, detalhou. Nogueira também ressaltou que o modelo cria e partilha riquezas. “De 2003 a 2013 nós arrecadamos R$ 70 bilhões de impostos federais, recebemos de volta, no mesmo período, R$ 18 bilhões. Ou seja, além de não ser um paraíso fiscal, a ZFM ainda ajuda a desenvolver o Brasil como um todo”, frisou. Outro detalhe enfocado pelo superintendente foi o ganho ambiental proporcionado pela ZFM. Um dos estudos científicos que comprovou essa relação direta entre o Polo Industrial de Manaus (PIM) com a preservação de 98% da floresta nativa do Amazonas foi feita por cientistas belgas, como Norberto Fenzl. “A presidente Dilma defendeu a ZFM em Bruxelas porque detém essas informações”, salientou o superintendente da SUFRAMA.


Reunião


Após os esclarecimentos, o diplomata propôs uma reunião especial sobre o tema ZFM com todos os 24 embaixadores da UE baseados no Brasil e afirmou que está à disposição como aliado na questão que será avaliada pela Organização Mundial do Comércio (OMC) . Smets também acrescentou que planeja organizar e trazer para Manaus, em 2015, uma missão comercial com empresários belgas e potenciais investidores em áreas como hidrovias e biotecnologia. Outra meta da embaixada para o próximo ano é organizar um “dia da Bélgica” no País. O superintendente aproveitou para convidar o diplomata para participar da oitava edição edição da Feira Internacional da Amazônia, que está prevista para ocorrer de 18 a 21 de novembro de 2015, em Manaus.  O embaixador visitou empresas belgas instaladas em Manaus, entre elas, a Coimpa, que atua na área de metais nobres, e a Ambev - subsidiária da AB InBev, companhia belga-brasileira que nasceu da fusão das empresas de bebidas Ambev e Interbrew, em 2004. Também visitou a Copag,  mundialmente conhecida por fabricar jogos de cartas.  

O que acontece por aí...


Graça Foster

O depoimento de Graça Foster, no Senado, foi sereno, isento, sincero e competente. Tirou o tacape das mãos dos opositores de Dilma. Graça não escamoteou nada. Não vacilou nos esclarecimentos. Debilitou o principal gancho e bandeira que sustenta a alvoroçada oposição, admitindo que foi um mau negócio a compra da refinaria de Pasadina. Foster sustentou os argumentos de Dilma. Não deixou a Chefe da Nação de saia justa. Desapontando a oposição, ansiosa por escorregadas e contradições de Graça Foster. Quem como Foster sustenta verdades, merece o respeito público. Graça Foster também foi enérgica na defesa da Petrobras, repudiando perigosas e injustas generalizações que insistem em manchar a credibilidade da empresa, da qual Foster é servidora há 33 anos. Aos opositores de Dilma restou um quadro amarelado de débeis acusações, dentro de uma moldura velha e rachada.

Marin deixa a CBF de cabeça erguida

Bobagens, gracejos e maledicências não atingem nem desabonam a produtiva gestão de José Maria Marim na presidência da CBF. Vacinado contra leviandades e torpezas, Marin deixa o cargo como entrou: de cabeça erguida e consciente de que realizou bom trabalho em beneficio do futebol brasileiro. Marin conquistou a Copa das Confederações, entregou à seleção a nova e moderna Granja Comary, retomou a credibilidade da Seleção penta campeã aos olhos do mundo, dinamizou e valorizou a auto-estima dos jogadores e, sobretudo, trouxe de volta a confiança dos torcedores na disputa pelo hexa na Copa do Mundo.

Época das plantações

Como de hábito, de forma alucinada, cresce a temporada de plantações na imprensa. Quem for podre, que se quebre. Presidenciáveis aos montes. Fazem o diabo para fragilizar Dilma. Todos prometem milagres para um Brasil melhor. Embora alguns não saibam diferenciar uma jaboticaba de um grão de café. Também estão inspirados os príncipes do jornalismo brasileiro. Brindam os leitores com profundas análises e pensamentos sobre Aécio, Eduardo, Marina, Lula, Dilma. São geniais. Contribuem para o aprimoramento democrático. Não sei o que seria da história política brasileira se não existissem os eruditos e sábios, para alimentar as mentes dos simples mortais.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Copa impulsiona produção de TVs, mas acelera importação de intermediários


Gustavo Assunção, diretor de produto da Samsung: importações da empresa subiram 54,8% no primeiro bimestre.

A Copa do Mundo e o programa Minha Casa Melhor ajudaram a impulsionar a produção industrial de eletroeletrônicos no primeiro bimestre. A importação de insumos por indústrias desses segmentos, porém, contribuiu para pressionar as importações, com impacto negativo para a balança comercial do setor. A atual preferência do brasileiro, que migrou da TV de tubo para a tela plana, fez a produção doméstica privilegiar bens com menor conteúdo nacional e que demandam insumos importados de maior valor agregado. A mudança alavanca o desembarque de intermediários não só em quantidade como em valor.
Segundo dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), as importações de bens intermediários cresceram 7,4% no primeiro bimestre, acréscimo equivalente a quase US$ 1,4 bilhão. Houve elevação de US$ 370 milhões em importação de componentes eletrônicos e US$ 310 milhões a mais em compras do exterior em matérias-primas e intermediários para televisores. Esses dois grupos representaram 48,6% do acréscimo na importação de insumos no bimestre. Dentre as 40 maiores importadoras listadas pelo Ministério do Desenvolvimento (Mdic), chama a atenção a elevação de importação de fabricantes de eletroeletrônicos. Os desembarques da Samsung Eletrônica da Amazônia atingiram US$ 747,3 milhões no primeiro bimestre, um crescimento de 54,8% contra igual período de 2013. A coreana é a segunda maior importadora do país, depois da Petrobras. Na mesma comparação, a importação da LG Electronics avançou 73,9%. Com o desempenho, a LG passou de décima maior importadora para a terceira posição no ranking. A Flextronics International Tecnologia, que produz eletroeletrônicos para terceiros, elevou suas importações de US$ 72,3 milhões para US$ 335,6 milhões no primeiro bimestre. O crescimento das importações das três empresas começou um pouco antes. Em dezembro de 2013, as duas coreanas dobraram o valor de importações contra o mesmo mês de 2012. Na Flextronics, a importação subiu 142% em dezembro. Nesse mês, as importações totais tiveram alta de 3,9%. Em Manaus, onde se concentra a produção de televisores no país, a importação de insumos também começou a ganhar força no fim do ano passado. Em dezembro, houve elevação de 29,5% no desembarque de insumos para o polo industrial em relação a igual mês de 2012. O dado mais recente disponível é o de janeiro, com alta de 42,5%. As variações, divulgadas pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), levam em conta os valores de importação em dólar. Respondendo por 35,84% do faturamento do polo industrial local, o setor eletroeletrônico lidera o avanço nas importações. O nível de importados no total de insumos adquiridos pelo segmento eletroeletrônico em Manaus saltou de 78,4% em dezembro de 2013 para 82,4% em janeiro. Lourival Kiçula, presidente da Eletros, que reúne os fabricantes de produtos eletroeletrônicos, diz que as importações acompanham o nível de produção que deve ter ritmo bem mais elevado por conta da Copa do Mundo e também em razão do programa Minha Casa Melhor. As vendas de televisores da indústria para o varejo aumentaram 38% em janeiro e 52% em fevereiro. A perspectiva é que esse bom ritmo se mantenha até meados de maio. Kiçula diz que a importação de insumos é inevitável em razão da falta de fornecedores nacionais. A mudança de perfil dos televisores vendidos, diz, explica a elevação nos intermediários importados. "Chegamos a ter fabricantes de cinescópios para as TVs de tubo. Mas agora o mercado é TVs de LCD ou de plasmas e as telas finas precisam ser importadas". Ele conta que no ano passado foram produzidos no Brasil 14,7 milhões de televisores, do quais cerca de 1 milhão em TVs de tubo. Este ano, diz, a fabricação de TVS de tubo será encerrada no primeiro semestre e a produção anual cairá para 300 mil unidades. A indústria brasileira deve produzir este ano um total de 16 milhões a 17 milhões de televisores. A mudança já se reflete no volume de produção em Manaus. Em janeiro, a quantidade de TVs de tubo fabricadas no polo industrial caiu 82% em relação a mesmo mês de 2013 enquanto os televisores de plasma registraram 188 mil unidades produzidas, com alta de 441,8%. Sucesso de consumo, a TV de LCD alcançou 1,25 milhão de unidades, com elevação de 57,8%. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) também destaca que o crescimento das importações decorre da composição atual das vendas do setor eletrônico. Segundo a entidade, outros produtos que estão puxando o desempenho industrial do segmento eletroeletrônico nos últimos meses, como tablets e smartphones, têm baixo índice de nacionalização dos insumos. Como são itens com maior conteúdo tecnológico, esses componentes também são, no geral, mais caros, o que eleva tanto a quantidade quanto o valor em dólar das importações do segmento. Na Samsung, essa transição é menos relevante para explicar o aumento das importações no primeiro bimestre deste ano, já que a empresa deixou de fabricar TVs de tubo há cerca de três anos. Mas a empresa, que é patrocinadora oficial da seleção brasileira, apostou forte no crescimento das vendas de televisores em função da Copa, afirma o diretor de produtos da categoria TVs da empresa, Gustavo Assunção. O planejamento com o varejo para atender a demanda esperada começou em agosto e até agora cerca de 70% da produção já chegou às lojas. Até o fim de abril, o restante dos produtos deve ser entregue ao varejo.
Assunção afirma que a Copa deve alterar o padrão de vendas de televisores neste ano, que em geral são mais concentradas no segundo semestre, por causa do Natal. Em 2014, a produção deve se concentrar no primeiro semestre e isso teria antecipado a importação de peças sem similar nacional. A alta de importação registrada pela empresa nos primeiros meses de 2014, porém, não deve se sustentar até o fim do ano, avalia. No primeiro bimestre, a empresa importou 54% a mais do que em igual período de 2013. A Samsung não divulga a expectativa de vendas, mas Assunção afirma que o mercado de televisores deve crescer entre 15% e 20% no ano, e a Samsung espera ganhar participação nessa fatia. A Flextronics, fabricante terceirizada de celulares, computadores, roteadores e videogames, entre outros produtos, aumentou suas importações em 364% no primeiro bimestre do ano, na comparação com igual período de 2013. Segundo Jorge Suplicy Funaro, diretor de Novos Projetos da Flextronics, esse avanço resultou principalmente de novos contratos de terceirização de manufatura. Embora Funaro não identifique quem são os novos clientes da companhia, no fim do ano passado a Microsoft anunciou que seu novo console de videogame, o Xbox One, passaria a ser fabricado no Brasil, com montagem a cargo da Flextronics em Manaus. A empresa já havia mostrado forte crescimento das importações no ano passado, quando as compras do exterior subiram 50% em relação ao ano anterior. No fim de 2012, a empresa assumiu a fábrica da Motorola Mobility em Jaguariúna, no interior de São Paulo. Atualmente, a empresa tem quatro fábricas no Brasil, duas no interior de São Paulo e duas em Manaus. Embora pressione a importação e contribua negativamente para a balança comercial, a elevação de vendas de eletroeletrônicos ajuda a puxar a produção da indústria doméstica. De acordo com a Pesquisa Mensal da Indústria (PMI) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em fevereiro a atividade manufatureira avançou 0,4% na comparação com janeiro, feitos os ajustes sazonais. O setor de bens de consumo duráveis cresceu bem mais que a média, 20,9% nesta comparação, com destaque para a fabricação de eletrodomésticos da "linha marrom", no qual os televisores estão incluídos, que avançou 87,8%, e de telefones celulares, com aumento de 26,1% no período. Também aumentaram a produção de eletrodomésticos da "linha branca", em 2,3%, e de outros eletrodomésticos (9,1%) e de artigos do mobiliário (5,6%). No bimestre, os números divulgados são menos detalhados, mas o ramo de materiais eletrônicos, aparelhos e equipamentos de comunicações teve aumento de 35,4% da produção em relação ao mesmo período de 2013, impulsionado pelo crescimento na produção de televisores e telefones celulares, segundo o IBGE.