sábado, 18 de julho de 2015

Discurso de posse de Wilson Périco, reeleito presidente do Centro da Indústria do Amazonas.

Recebi de presente de um amigo e Conselheiro do CIEAM o livro Ordem Mundial – de Henry Kissinger e no capitulo em que ele descreve a contribuição da China para essa Ordem Mundial li algo que em muito tem a ver com oque estamos passando.
Disse Mao Zedong “O desequilibrio é uma regra geral, objetiva.” 
“O ciclo, que é interminável, se desenvolve do desequilíbrio para o equilíbrio e daí novamente para o desequilíbrio. Cada ciclo, contudo, conduz a um nível mais alto de desenvolvimento. O desequilíbrio é normal e absoluto, em quanto o equilíbrio é temporário e relativo”.

O momento que atravessamos é de profunda reflexão e imediata atuação. Se não podemos desperdiçar uma crise, como alerta  companheiro Jaime Benchimol, não podemos perder tempo precioso da busca pela mobilização de todos os agentes de nossa sociedade, com criatividade, coragem e, principalmente, colocando os interesses regionais, acima dos interesses pessoais e partidários, que nos levem a desenvolver oque que temos chamado de NOVAS MATRIZES ECONÔMICAS, algo que implica em adensar, consolidar, diversificar e regionalizar a base econômica da Zona Franca de Manaus, que nos permita tirar essa concentração de riquesas e renda da Capital e levar desenvolvimento, riquesa e renda para as cidades do interior, desenvolvendo as potencialidades inumeras de todo nosso Estado e ampliarmos as condições de sustentação socio economica do Amazonas que hoje esta calcada naquilo que se faz no Pólo Industrial de Manaus.

O Estado do Amazonas não pode continuar refém das “benecies” de Brasilia e temos que tomar nas mãos os rumos do que acreditamos ser o melhor para o nosso Estado e para isso não precisamos de Brasilia, alias, se pensarmos em precisar de Brasilia isso estará errado e não nos atende, com bem disse Jaime Bechimol.    

Nessa direção temos que resgatar a legalidade do recolhimento da TSA, taxa essa que se destina a ser aplicada no desenvolvimento dos Estados da Amazonia legal e que há anos vem sendo desviada para outros finalidades que ferem  a medida de sua criação. Nos últimos 10 anos foram recolhidos para a União mais de R$ 53 bi e reinvestidos menos de  R$ 17 bi. Se é utopia buscar esses recursos ja recolhidos não é utopia buscar que se respeite a legislação e que atendam sua destinação legal os recursos que estamos e estaremos gerando e recolhendo daqui para frente.

Governadores e parlamentares dos Estados daAmazônia Ocidental, incluindo Macapá/Santana, nas Áreas de Livre Comércio, devem ser mobilizados para formar uma força política para resgatarmos essa legalidade de cobrança da TSA e mais, resgatar a autonomia da Suframa, reivindicar soluções aos entraves do PPB, as verbas de P&D, também os incentivos fiscais para o comércio e setor primário 

Tanto no âmbito federal, como local, que sejam asseguradas as presenças das entidades que representam as empresas doadores de Fundos e Contribuições nos Conselhos que os administram, além da TSA, participação efetiva no CAPDA, FTI, FMPES, Fundo UEA/CETAM. E que, possamos contribuir nas decisões e no acompanhamento das ações que envolvem o futuro desta região e de nossa gente. 

Como, porém, pensar em NOVAS MATRIZES ECONÔMICAS em nossa região sem estar vinculado a um contexto Brasil, sem assegurar reforma tributária, reforma fiscal, reforma trabalhista e reforma da previdência? 

Nos últimos 15 anos, o que assitimos foi a  transformação do tripé da estabilidade em populismo econômico da expansão fiscal, do assistencialismo sem limites, represamento de custos e manipulação do cambio que, ao serem parcialmente desvendados, nos trouxeram a situação que vivemos hoje e no momento economico que estamos passando com a perda de credibilidade de investidores, trabalhadores e consumidores; com os impactos sociais por conta do desemprego que afeta toda nossa sociedade.

Isso, porém, não deve ser confundido com perda de esperança. O desequilíbrio, não esqueçamos, é a ante-sala de um novo tempo. Num mundo de mutação constante essa dinâmica entre equilíbrio, desestruturação e crescimento em outro patamar é uma verdade imutável. Por isso jogar a toalha é algo absolutamente fora de cogitação. 

Nossa proposição de NOVAS MATRIZES ECONÔMICAS, reforço mais uma vez, passa pela mobilização dos atores locais e regionais para assegurar aplicação dos recursos aqui gerados nas demandas de crescimento, diversificação e regionalização de estabelecimentos produtivos e dos benefícios a sociedade alcançada por este modelo de acertos. 

Passa também por um redirecionamento de conceitos cívicos e educacionais; precisamos resgatar o orgulho, a valorização e a relevancia dos professores, precisamos de uma educação que preze pela comprovação do aprendizado e não se baseie em bolsas assistencialistas que incham as classes escolares de crianças e jovens descompromissados com o futuro e que desmerecem e depreciam a figura do professor.

Reafirmo: “NÃO PRECISAMOS DE AJUDA NEM DE BENECIES DE NINGUÉM, MUITO MENOS DE BARSILIA, PRECISAMOS QUE A CONSTITUIÇÃO SEJA RESPEITADA, QUE NOSSOS DIREITOS SEJAM RESPEITADOS” . 

Por isso, é preciso meditar para retomar o preceito legal e constitucional  e agir de acordo com sua determinação. Esta proposta tem sido o mote diário do CIEAM, que hora retoma sua mesma e nova caminhada, conduzida por companheiros corajosos de um Conselho Superior obstinado e parceiros generosos e solidários na Ação Empresarial. 

Mas ainda assim, para NOVAS MATRIZES ECONÔMICAS apontem novos caminhos e a emancipação crescente dos incentivos fiscais, precisamos de mobilização mais determinante e abrangente. E este foi o espírito da Carta Aberta da mobilização proativa enviada ao governador do Estado, com cópia a toda classe política da Amazônia Ocidental, em fevereiro último. 

A  riqueza aqui produzida deve, prioritariamente, ser aqui investida. NOVAS MATRIZES ECONÔMICAS são novas oportunidades na agricultura, no setor mineral, na silvicultura e aquicultura, com ênfase na produção de alimentos, em todos os municípios do interior, de alcance constitucional da Suframa. 

As escandalosas e inaceitáveis crateras das ruas do Distrito se somam ao abandono dos municípios da Amazônia Ocidental, que outrora recebiam convênios para infraestrutura e desenvolver pesquisas visando novas atividades econômicas. São muitos  bilhões nos últimos anos confiscados para outros objetivos e compromissos federais,alguns não-republicanos, convenhamos, para uma região que padece de uma infraestrutura digna pelo tudo que se gera de riquesas nessa região; convivemos com comunicação de voz deficiente, com uma banda larga lenta e cara, com apagão logístico e energético. 

Soluções e recursos existem cabes a nós, TODOS NÓS, direciona-los no sentido que acreditamos seja o melhor para sanar essas deficiencias.

Muitos são os desafios e muitas são as oportunidades.

Esse CIEAM está, TOTALMENTE COMPROMETIDO, em contribuir para com seus associados e com o Estado do Amazonas na superação de todos os desafios e no desenvolvimento de todas as oportunidades.

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