O senador Fernando Collor
(PTB) denunciou, durante pronunciamento na tarde desta segunda-feira (6), a
rotineira conduta antiética que a revista Veja segue a realizar contra ele,
‘produzindo matérias sem fundamento’ e que seriam extraídas de supostos
depoimentos. Ele lembrou que a postura de perseguição fere, inclusive,
dispositivos do código de ética da Associação Nacional de Jornais (ANJ). O
senador revelou que a perseguição começou à época que, como presidente da
República, remanejou recursos do orçamento da União e cortou vultuosas verbas
destinadas à Abril Cultural, responsável pela Veja.
Collor narrou que, em março de 1990, quando
assumiu a Presidência da República, recebeu o orçamento anual já aprovado pelo
governo anterior. Diante do quadro financeiro de dificuldade enfrentado pelo
País, ele revelou que precisou fazer cortes, motivo pelo qual efetuou diversos
contingenciamentos, entre eles, as verbas previstas do Ministério da Educação
para a empresa Abril Cultural. O senador afirmou que fez questão de ligar para
Roberto Civita – presidente da editora – e explicar os motivos dos cortes, já
que o País, àquela altura, tinha outras prioridades.
“À época, fiz questão de dizer a ele que parte
dessas verbas do MEC recebidas pela Abril estava sendo utilizada com desvios de
finalidade, como, por exemplo, o uso do dinheiro público na subcultura da
publicação de gibis. A reação de Civita foi de resmungo e admoestação, sem
demonstrar nenhuma compreensão ou apoio às medidas de que o Brasil precisava.
Foi nesse exato momento que se verificou o modus operandi de seu grupo
editorial: o achaque e a ameaça. A ele respondi apenas: faça como quiser”,
discorreu o senador.
De acordo com o parlamentar, a edição deste
final de semana da revista repete os mesmos absurdos, as mesmas mentiras em
relação a ele, única e exclusivamente para atingir aquele que, segundo Collor,
sabem que “não se curva diante dos canhestros procedimentos de um grupelho
editorial inspirado em um dos maiores achacadores que a República brasileira já
conheceu, o senhor Roberto Civita”.
Na oportunidade, o senador disse que a última
publicação ‘vai além do limite das suposições aceitáveis’, de modo a tentar
ludibriar o bom senso do leitor.
“Esse folhetim semanal, que se sente credor da
verdade alheia, volta a falar em suposto grupo ligado a mim. Mas aqui eu
pergunto: grupo de um, grupo de dois, a que grupos se referem afinal? Falam,
ainda, vejam bem, em ajuda para fraudar uma licitação e, pior, por R$ 20
milhões. Pergunto: desde quando, empreiteiros profissionais precisam de ajuda
política para fraudar licitação? E mais, quem pagaria, em sã consciência, R$ 20
milhões por uma ajuda que nem ao menos está ao alcance de um agente político?”,
indagou o senador.
Ainda de acordo com Collor, mais absurda ainda
é a alegação de que o empreiteiro aceitou condições de pagamentos milionários
tão somente por saber que esse suposto agente político estaria por trás de um
pretenso intermediário, que sequer faz parte dos quadros da Petrobras. E, de
novo, reforçou o senador, tudo baseado apenas em estranhas, organizadas e
codificadas planilhas, que teriam sido apresentadas pelo próprio delator. Na
reportagem da Veja, o nome do senador Fernando Collor não aparece, em nenhum
momento, nas planilhas.
“Todo este enredo mostra uma sequência armada
de forma indireta, atravessada numa lógica que não resiste a mais elementar
análise da realidade minimamente possível e razoável no cotidiano empresarial e
político. Por ser um registro vazio, desprovido de elementos jornalísticos, a
tentativa de Veja de me achacar fere o Código de Ética da ANJ e teve, assim,
cometido uma infração em vários de seus dispositivos, incluindo o de número
três, em relação ao qual os meios impressos brasileiros se comprometem a apurar
e publicar a verdade dos fatos de interesse público, não admitindo que sobre
eles prevaleçam quaisquer interesses”, destacou Collor.
Diante das recorrentes e insistentes
publicações da Veja com informações frágeis e extraídas de supostos
depoimentos, Collor declarou que, contra essas tentativas criminosas, resta a
interpelação judicial em busca de justiça. Para ele, a tática da revista Veja
‘já está batida’, e o procedimento rasteiro ‘já está de todo conhecido, cuja
endêmica e sistemática perseguição remonta aos tempos do exercício dele na
Presidência’. O senador afirmou, ainda, que tais motivações precisam vir ao conhecimento
público, e, assim, ‘mostrar que são os verdadeiros achacadores’.
“A revista Veja se utiliza deste termo:
achacadores. Seus baboteiros se utilizam do exemplo maior do achacador nato, o
gângster, Roberto Civita, e seus rebentos. E, aqui, vale lembrar que achacar
significa também intimidar alguém. O vírus daquele gângster Roberto Civita até
hoje contamina seu rebanho e as páginas pútridas desse folhetim. Por isso,
continuam seus borradores de letras agindo não só como chascos, mas
principalmente à base de achaques delinquentes, de chantagens despudoradas e de
ameaças veladas. A todos os covardes achacadores da Veja, eu digo: Sorvam suas
fétidas palavras, canalhas! A mim elas não atingirão”, concluiu o senador.
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