Rodolfo, Millôr, Hélio e Bruno, sentados, e Felipe e Letícia em pé
Carlos Newton, jornalista
Uma cerimônia comovente e impressionante. Políticos, artistas, jornalistas, parentes e amigos foram ao Memorial do Carmo, no Caju, se despedir do jornalista Rodolfo Fernandes, diretor de Redação do GLOBO. Estiveram presentes ao velório, neste domingo, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Lindberg Farias (PT-RJ), os deputados Miro Teixeira (PDT-RJ, Aspásia Camargo (PV-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ), o vice-governador Luiz Fernando Pezão (Sergio Cabral, com certeza, estava ocupando com a leitura do Código de Conduta Ética), entre outros.
Foi impactante e comovedor assistir, na mesma cerimônia, a participação dos três filhos de Roberto Marinho, eterno adversário de Helio Fernandes, um dos raros jornalistas brasileiros que teve coragem de enfrentar e até hoje enfrenta o poderio da Organização Globo. Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto fizeram questão de comparecer. José Roberto chegou mais cedo e foi embora às 12h45m, mas Roberto Irineu e João Roberto ficaram até o final.
Detalhe: eles estiveram na cerimônia, mas não cumprimentaram Helio Fernandes e dona Rosinha. O mesmo comportamento tiveram o ex-governador José Serra (PSDB) e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), enquanto o senador Aécio Neves (PSDB-MG) fazia questão de abraçar o casal, que era muito amigo de seu avô, Tancredo Neves.
O número de personalidades era extraordinário. Estavam lá, por exemplo, o ministro de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco, e o ex-ministro do Exterior, Felipe Lampreia. O antropólogo Roberto DaMatta e o cineasta Cacá Diegues também foram abraçar Helio e Dona Rosinha. Aliás, muitos cineastas estiveram lá, como Ruy Solberg e Rodolfo Brandão, por serem amigos de Bruno Fernandes, um dos filhos de Helio e Rosinha, que é documentarista. Walter Salles foi com a mulher, Maria Klabin.
A atriz Sílvia Buarque de Holanda participou de toda a cerimônia com o marido, o ator Chico Diaz, e lá eles encontraram a atriz e produtora Paula Lavigne, Antonio Pitanga, Edu Lobo e Jards Macalé, a escritora Marina Colassanti e filha Alessandra, a socióloga Yvone Bezerra de Mello, o ex-deputado Marcelo Itagiba, o ex-diretor da Tribuna Alfredo Marques Viana, o criminalista Técio Lins e Silva, Aristóteles Drummond, ex-diretor da Light, e mais e mais.
Os jornalistas, é claro, marcaram presença, como Ancelmo Góis, Marcelo Beraba e Elvira Lobato, Aydano Mota, Marceu Vieira, Ali Kamel e Patrícia Kogut, Orivaldo Perin, Luiz Paulo Horta e Ana Cristina Reis, Arnaldo Bloch, Helena Celestino, Amélia Gonzáles, Arthur Dapieve e Manya Millen, José Augusto Ribeiro, Ricardo Noblat, Jorge Bastos Moreno e Tereza Cruvinel, que vieram de Brasília, Marisa Tavares, diretora da CBN, Merval Pereira e a filha Joana, Márcia Menezes, do portal G1, Ronaldo Lapa, Jussara Martins, Pedro do Coutto, Vera Saavedra Durão, os colunistas Luiz Fernando Veríssimo e mulher Márcia , Zuenir Ventura, com Mary, Fernando Mollica, Joaquim Ferreira dos Santos, Flávia Oliveira, Fernando Calazans, José Carlos Tedesco, Miriam Leitão, Sérgio Costa e Silva, Chico Caruso, um nunca-acabar de colegas.
Saudades do Rodolfo, aquele adolescente que começou a trabalhar como jornalista com a namorada a tiracolo, cheio de amor, e levou até fim essa paixão por uma profissão na qual deixaria uma marca indelével. Jamais, em tempo algum e em nenhum lugar, ninguém acometido de tão grave doença, que lhe tirou praticamente todos os movimentos do corpo, lutou tanto pelo dever de seguir trabalhando, como Rodolfo Fernandes. Deixou a todos um exemplo realmente inigualável.
Meu comentário:
Newton, quem sou eu para julgar procedimentos dos outros nestas circunstâncias tão tristes. Mas,vou meter minha colher, não me controlo. Seguramente O Globo e a família marinho foram dignos, amigos, solidários e altamente profissionais, cuidando e zelando do jornalista e funcionário graduado da empresa até o fim. O fato é altamente louvável e exemplar. Mesmo sendo o diretor Rodolfo Fernandes, filho de Hélio Fernandes, adversário implacável a vida inteira de Roberto Marinho. Brigas feias, cabeludas, dramáticas, por décadas. Nesta linha, não vejo nada demais os irmãos Marinho terem comparecido ao enterro de Rodolfo, mas não cumprimentaram Hélio nem dona Rosinha. Lembro que O Globo e o Jornal Nacional fizeram jornalismo verdadeiro, destacando em suas edições a figura do pai de Rodolfo, o bravo Hélio Fernandes. Poderia até fazer um blague, com todo respeito ao Rodolfo, que nosso Hélio jamais esperava ser personagem de uma notícia triste e lamentável no Jornal Nacional. Enfim, também no O Globo foi salientado um belo depoimento de Hélio Fernandes sobre o filhão Rodolfo, no meio de uma cobertura de despedida ao Rodolfo, simplesmente magnífica e inesquecível. Quanto a José Serra, aí é diferente. Foi durante muito tempo alvo de criticas duríssimas da Tribuna e de Hélio. Contudo, com amplo direito de resposta e de defesa toda vez que solicitou. Mas como Serra só gosta de elogios e de ser bajulado por medíocres, jamais será presidente da República. É mesquinho e pequeno. Nem deveria ter ido. Hélio Fernandes também jamais sentirá a falta do cumprimento dele.
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