terça-feira, 11 de abril de 2017

O Exército na vida nacional

       
 Uma enciclopédia não esgotaria a participação do Exército Brasileiro desde a Independência do Brasil.
         Nos países europeus e nos EUA as forças militares e policiais chegam a ser cultuadas. Aqui não ocorre o mesmo, lamentavelmente. Somente são lembrados nos momentos de crise e nossos feitos históricos só recordados e comemorados na caserna.
         Ninguém mais se lembra dos heróis da Guerra do Paraguai, da sua contribuição à abolição da escravatura e de sua participação na Proclamação da República.
         Poucos sabem do papel que desempenharam na 1° Guerra Mundial, nos movimentos insurrecionais na década de 1920, na Revolução de 1930, na Constitucionalista de 1932 ou na romântica era do “Tenentismo”.
         No monumento da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, somente as Forças Armadas prestam homenagem aos heróis mártires da Intentona Comunista de novembro de 1935.
         Os ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira ( FEB) na 2ª Grande Guerra são mais prestigiados na Itália do que em nosso País, apesar do maravilhoso desempenho no combate ao nazi-fascismo com efetivo de 25.394 pessoas, 465 mortos, 2722 feridos, 35 prisioneiros e 16 extraviados. Obtiveram 21 vitórias em solo italiano e aprisionaram uma Divisão Alemã com 14.479 homens que se renderam.
         Retornando ao solo pátrio após lutarem pela democracia no exterior, não poderiam admitir o prosseguimento da longa ditadura de Vargas, por 15 anos, e o demitiram em 1945.
         Em 1961, com a intempestiva renúncia de Jânio, houve uma cisão nas Forças Armadas em torno da posse de Jango e o exíguo regime parlamentarista nos livrou de uma guerra civil.
         Lideraram o Movimento de 1964 e livraram o Brasil da desordem e do comunismo.
         Muitos equívocos e excessos foram cometidos-  mais lembrados do que os benefícios -  mas é inquestionável o vertiginoso progresso durante a chamada  “ditadura militar”, a  segurança  propiciada apesar dos atentados terroristas  , e o controle da corrupção  . Neutralizaram a guerrilha urbana!
         Os presidentes militares morreram como cidadãos da classe média, sem riquezas mas deixando um exemplo de honradez no exercício de funções públicas.
         Na redemocratização, foram decisivos para a posse de Sarney após a inesperada morte de Tancredo que não chegou a assumir a Presidência. Contribuíram, sobremodo, para a tranquilidade da transição que iria culminar com a Constituição de 1988.
A sua conduta foi exemplar  para a garantia da ordem no decorrer dos dois recentes e traumáticos processos de impedimento de ex- Presidentes da República, no pequeno intervalo de 24 anos.
No segundo semestre de 1992, quando a temperatura política fervia principalmente em Brasília, os Ministros das Forças Singulares, o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e o Chefe do Gabinete Militar de Collor reuniam-se sistematicamente nos finais de semana para a adoção de medidas preventivas que garantissem o trâmite normal do processo de impedimento qualquer que fosse o seu epílogo. E assinaram o histórico “Compromisso de Governabilidade”, de 25 de agosto do mesmo ano, apelando a todos os brasileiros de boa vontade, sem exclusão, para que “acima da crise política que encontrará o seu desfecho natural na órbita da Constituição e das instituições democráticas, colaborem para a indispensável governabilidade do país, e a preservação dos interesses permanentes do Brasil”.
No  processo contra Dilma tudo também transcorreu normalmente apesar de a mesma, por falta de sensibilidade, ter extinto o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República que sucedeu a histórica e tradicional Casa Militar.
A ECO- 92, conhecida como Cúpula da Terra, realizou-se no Rio de Janeiro em junho de 1992 e foi a mais concorrida desde 1972 até hoje. Foi prestigiada por 114 Chefes de Estado, representantes de 180 países, mais de 30 mil participantes e coberta por 9 mil jornalistas do mundo.
As Forças Armadas foram convocadas para a proteção da cidade que se transformou na Capital do Planeta naqueles dias, e da segurança de todo o evento. O sucesso foi absoluto e excelente a repercussão internacional. O mesmo ocorreu na Copa do Mundo de Futebol e nas recentes Olimpíadas e Paraolimpíadas.
Ontem como hoje, os militares têm sido fundamentais para segurança nacional e constantemente requisitados pelos Estados para socorrerem a população em períodos de turbulência.
O povo carente do sertão nordestino usufrui de suas inúmeras ações cívico-sociais que deveriam merecer maior destaque na mídia nacional. Adoram o soldado quando lhes distribuem água e alimentos.
Sistematicamente, o Exército destrói milhares de armamentos ilegais, inservíveis ou apreendidos com criminosos, além de vistoriar pedreiras para controlar o uso de explosivos. Se não o fizesse, o arsenal dos bandidos seria muito maior ainda.
Até Fernando Henrique acabar com os Ministérios Militares e criar o ocioso e oneroso Ministério da Defesa, tiveram voz ativa no equacionamento de problemas governamentais de toda ordem e no assessoramento leal, direto e diário ao Presidente da República.
Apesar disso, os militares continuam a desfrutar de elevado conceito na opinião pública porque estão sempre dispostos a cumprir o seu dever, em qualquer lugar,, a qualquer dia e hora, sem pensar em recompensas, privilégios ou direitos assegurados a outras categorias de servidores.
O Exército tem enorme capilaridade no território e recebe anualmente cerca de 100 mil jovens para devolvê-los à família e à sociedade como cidadãos após 1 ano de serviço militar.
“Deve-se, antes de tudo, servir à Pátria, qualquer que seja seu governo”. (General Osório)

Diógenes Dantas Filho- Coronel Forças Especiais/ Consultor de Segurança  

Nenhum comentário:

Postar um comentário