segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

CÂMARA NÃO VOTA FIM DO ABUSO DE AUTORIDADE

Texto de Renan Calheiros:

“A procuradora-geral da República, Raquel Dodge (que Janot acusara, lembram, de ser ligada a mim quando eu nem a conhecia), não pode ceder ao fétido corporativismo e patrimonialismo de setores do Ministério Público Federal e do Judiciário. 
“Nesta semana, não lembro quem, quis saber o que eu penso do reajuste dos Poderes no final da legislatura. Eu disse: o Brasil seria um país mais respeitável se os problemas da corrupção, da transparência, do Ministério Público Federal, do Judiciário, e das contas públicas como um todo fossem apenas esses R$ 39 mil do teto e os R$ 6.000 do auxílio-moradia dessa gente. 
O buraco é bem maior, segui respondendo. Continuam pagando salários de R$ 150, 200, 300 mil Brasil afora. A que pretexto? Não importa, eles dizem que é salário.  De que fonte, de onde vem o dinheiro? Também não importa, continuei respondendo, até o Funjuris serve. 
“Na prática, enfatizei, são mais de 20 penduricalhos. Talvez, esse auxílio-moradia para marido, para esposa, mesmo tendo casa própria, seja mais defensável, por exemplo, do que a ajuda para educação que o contribuinte paga aos filhos deles até 25 anos de idade, mesmo que seja apenas para aprender inglês.
Mas lembre-se, prossegui: o Moro falou que tudo isso é justificável porque é salário.
“Enquanto isso, eles vão seguir coagindo o STF, não deixam a Câmara dos Deputados votar o fim do abuso de autoridade, dos supersalários, das aposentadorias de juiz e promotor quando comentem malfeito. 
“Não sei se você se recorda, mas o Senado já votou tudo isso. 
“Mas eles pressionam  a Câmara e o STF para manter privilégios. 
“E vão seguir divertindo a plateia…Mandam prender o Pezão porque o pé cresceu demais; mandam Adib Assad  citar Serra, Alckmin, Marta; fazem  outra denúncia contra o Lula, desta vez por ter recebido doação para o Instituto  (só quem pode receber por palestra é o Dellangnol); aproveitam também e mandam Pallocci fazer uma nova delação.“Entre eles, alguém questiona: e a prova? 
“E outro responde: nunca precisamos de prova.
“E o jogo continua…”

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