segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Greve dos auditores prejudica o polo de Manaus

O Centro da Indústria  do Amazonas (Cieam) e  representantes do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Amazonas (Sindifisco-AM) além do deputado federal Pauderney Avelino (DEM) reuniram-se com a imprensa para tratar da greve dos auditores, que prejudica   empresas do Polo Industrial.

De acordo com o diretor executivo do Cieam, Ronaldo Mota, o setor de eletroeletrônicos e de duas rodas são os mais prejudicados com a paralisação. Há, pelo menos, 10 empresas em vias  de parar, caso suas cargas não sejam liberadas até a próxima semana. “Estamos no último trimestre e há uma expectativa por parte da indústria que haja um aumento nos pedidos do varejo para atender a demanda do final do ano. Se as fábricas não conseguem liberar os insumos, não tem produção. Logo, não tem produto e, consequentemente, não tem recuperação”, explicou  Mota.
Para os representantes do Sindifisco-AM a greve não é apenas pela questão do reajuste salarial da categoria. Eles reivindicam mudanças no Projeto de Lei 5.864/2016, que trata da carreira tributária e aduaneira da Receita Federal. A autoridade administrativa, tributária e aduaneira da União, compete aos auditores fiscais. E os analistas tributários conseguiram o compartilhamento dessas atribuições. A aprovação do PL, como proposto, legalizará esta atribuição.
Com o propósito de evitar novos prejuízos ao PIM e assegurar seus empregos, o Cieam foi moderador do encontro, na tentativa de um acordo para acabar com a greve. Com a palavra o deputado Pauderney:
“Estou aqui pra tentar ajudar, conciliar: essa é a minha disposição. Não vou defender lado A ou B. Podemos buscar saídas, me proponho a conversar com o movimento aqui, em Manaus e com o comando de greve, em Brasília. Uma coisa é certa: uma vez que a Receita Federal paralise as liberações de cargas no portos e aeroporto, quando o estoque de insumos das indústrias do PIM acabar não terá mais trabalho. Os empregados serão mandados para casa por um período. Depois, serão  demitidos. As atividades correlatas deixam de funcionar, a arrecadação do Estado cai, o dinheiro deixa de circular. Daí todo o segmento industrial entra em colapso”, alertou o parlamentar.
Na terça-feira, 25, o Cieam entrou com um mandado de segurança para garantir que as mercadorias das empresas sejam liberadas.
O auditor fiscal Sheldon Kerme explicou que para atender todo o Amazonas a Receita Federal conta com perto  de 300 servidores, que atuam entre os portos, aeroporto e a delegacia regional. Com a paralisação das aduanas, a categoria está trabalhando em regime de operação padrão nos setores de importação e exportação e greve na parte da arrecadação, com apenas 30% do efetivo operando. Segundo Kerme,  95% dos contêineres estão sendo liberados diariamente.  Com a operação padrão por conta da greve esse valor cai para, no máximo, 30%/dia.

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