terça-feira, 12 de julho de 2016

Said Dib: "O maior guerreiro da transição democrática"



O maior guerreiro da transição democrática, José Sarney, infelizmente, sofreu mais um pequeno acidente. O corpo naturalmente enfraquecido pelos seus 86 anos de idade e mais de 60 de dedicação ao Brasil, já tem dificuldades em suportar a grandeza da alma extraordinariamente experiente e virtuosa que forjou ao longo da vida. O corpo parece não suportar mais. Isto é natural e óbvio que aconteceria. É a ordem natural das coisas. O que não é natural, nem óbvio, nem cristão, nem humano, é a maneira covarde e imunda com que certos tapados existenciais, protegidos pelo anonimato covarde das redes sociais, trataram o acidente, com comentários maldosos e alienados. Sarney merece respeito de todos nós, pois foi o grande timoneiro da difícil transição democrática brasileira. Em qualquer outra sociedade civilizada, Sarney seria herói tratado com a admiração e o respeito necessários.
(...)
Talvez a cultura humanista, a visão de futuro e a satisfação com a missão realizada, tenham sido o lenitivo que, nos momentos mais difíceis, fizeram com que o político maranhense, no exercício ou depois do poder, resistisse às pressões que, em outros períodos históricos, resultaram em tragédias. Ao contrário de Getúlio Vargas, que se suicidou, ou de Jânio, que renunciou, Sarney teve coragem e continuou. Como se vê, o peso maior não está nas mãos de quem parte, que se liberta da angústia da existência, mas de quem fica com as responsabilidades, principalmente se vindas de surpresa. Para Tancredo, merecidamente, a entrada no Panteão dos heróis nacionais; para Sarney, o peso terrível de ter sido obrigado a assumir seu Destino, com patriotismo e convicção. Tancredo não sabe do que se livrou. Sarney, com a missão já cumprida, espera do historiador, no dizer de Eduardo Galeano, “este profeta com os olhos voltados para o passado”, o reconhecimento justo para com um homem de boa-fé e coragem. E, claro! Conciliador. Parabéns presidente Sarney, pelos 86 anos de vida muito bem vivida. E que Deus tenha piedade dos meões, ímpios, medíocres, covardes, apátridas e frustrados que hoje, sem qualquer respeito, sem qualquer humanidade, conseguem comemorar o acidente de um ancião da importância e da grandeza de Sarney, o homem que dedicou sua vida ao Brasil. Tem algo de doente nisso.

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* Said Barbosa Dib é historiador, analista político e, com muito orgulho, ex-assessor de imprensa do presidente Sarney 

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