domingo, 17 de maio de 2009

Helio Fernandes




ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JORNAIS/SOCIEDADE INTERAMERICANA DE IMPRENSA: OBCURANTISMO ABI/MAURICIO AZEDO: LIBELO PELA LIBERDADE



Lendo o artigo de Paulo Krugman, com o título "America, a desacreditada", confesso: fiquei com inveja e ciume pelo fato do artigo ter saido lá (New York Times). É raiva e revolta por saber que nada parecido poderia sair no Brasil.Quem teria o direito, e mais do que isso, a LIBERDADE de escrever no Brasil as verdades que Krugman escreveu? Seria logo perseguido pelos governos, e a p-e-r-s-e-g-u-i-ç-ã-o referendada e ratificada por essa fraude, farsa e falsificação que se esconde nos subterrâneos de uma sigla, ANJ.O que se identificaria na sigla misteriosa? Fui investigar, descobri: Associação Nacional de Jornais. Mas vi logo que a sigla estava incorreta, faltava uma letra. Devia ser ANGJ, Associação Nacional dos Grandes Jornais.
É o que eles fazem: defender os poucos "grandes" jornais, que enriqueceram nas ditaduras, alguns, mais antigos, em 1937 e 1964. E a multidão de pequenos jornais, inteiramente abandonados. Essa ANJ favorece os interesses mais escusos desses ditos GRANDES jornais no Brasil. E na America, faz ponte aérea com a SIP, que representa a mesma falta de ÉTICA, de MORAL, de CARÁTER, de CONVICÇÃO, de PROFISSIONALISMO.
A Tribuna da Imprensa foi o primeiro jornal brasileiro a entrar para a SIP, não tinhamos ideia de que fosse uma sigla falsa, deturpada, embebedada pela subserviencia e pela servidão. Mas descobrindoque essa SIPera tão falsa, tão sem dignidade quanto a ANJ, fomos os primeiros a deixar o orgão, com direito a editorial violentissimo na Primeira. Esta Tribuna recusou todos os apelos para voltar à SIP tão inuti quanto a ANJ.
Um só exemplo da enormidade de quanto a ANJ é submissa: o ministro Celso de Mello na ação da Tribuna que vicejava há 27 anos pelas gavetas dos desembargadores federais, (acumpliciados com causidicos que dã prioridade a questões altamente valiosas) em brilhantissimo voto como relator, dedicou três quartas partes dele à LIBERDADE DE IMPRENSA. Colocou-a no auge, como verdadeira alavanca da Democracia.
Na outra quarta parte, restabeleceu o respeito pela Justiça, fulminou a perseguição da ditadura e de outros governos ditos legitimos. Para isso, Celso de Mello não precisou de mais do que 18 dias, e diga-se: COM O SUPREMO EM RECESSO. Atendeu à petição do advogado Luiz Nogueira, que em 8 meses recuperou o tempo perdido em 27 anos.
Nenhum jornal, radio, televisão, ou os seus volumosos sites, tomou conhecimento da decisão do Ministro Celso de Mello e da sua apaixonada e convicta defesa da LIBERDADE DE IMPRENSA - permaneceram no obscurantismo de toda uma vida, ou melhor, se entrincheraram na fortaleza do enriquecimento.Por que? É simples. Todos esses orgaos que praticaram adulterio com as ditaduras em troca de favores e privilegios, não querem a volta da Tribuna da Imprensa. Pretendem manter as capitanias hereditarias de um jornalismo que tem mais aspas e contas bancarias aqui no exterior, e que defendem protegidas por esse sigla palavrão que se identifica assim: A-N-J.Estas notas já estavam escritas, quando saiu o ultimo numero do Jornal da ABI, com corajosa e inedita materia, RIGOROSAMENTE JORNALISTICA, revelando o concluio e a cumplicidade dos chamados "QUATRO GRANDES JORNAIS", se revezando vorazmente na pressa em servir às ditaduras, e receber IMEDIATAMENTE o pagamento pelo fato de serem , sempre, SERVOS, SUBMISSOS e SUBSERVIENTES.O presidente da ABI, jornalista Mauricio Azedo, não mandou apenas ninguém escrever, não se escondeu atrás de outros, escreveu ele mesmo o libelo contra esse "jornalismo". Os jornalões não precisam de credenciais ou presença em universidades, pois já surgem contaminados e sem qualquer possibilidade de recuperação.Na capa, Mauricio Azedo coloca impavidamente: "A ABI mostra quem flertou com a ditadura, a grande imprensa e o golpe de 1964". E mostra que esses jornais (jornalões) enriqueceram protegendo seus negócios principais, que não estavam nos orgaos jornalisticos, mas sim em atividades inteiramente diferentes.O general Hugo Abreu já havia revelado no livro "O Outro Lado do Poder" o que se passava nos bastidores e na promiscuidade da ligação imprensa-ditadura. Comandante da censura, como Chefe da Casa Civil de Geisel, relatou no livro suas conversas com Roberto Marinho, Julio Mesquita pai e Nascimento Brito. É repugnante a traição que jornalões cometeram e que o general não escondu.P. S. - Agora, com o proprio nome e garantido pela ABI, Mauricio Azedo produz um libelo que não pode ser esquecido ou escondido. É I-M-P-E-R-D-I-V-E-L.
Tribuna da Imprensa

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