CPI a favor da Petrobras
Por Álvaro Dias*

O objetivo que motivou a criação da CPI da Petrobras foi o de preservar o interesse nacional, bem como de seus acionistas, diante dos indícios ostensivos de gestão temerária e claudicante que chocam toda a sociedade. As investigações já iniciadas pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União e pelo Ministério Público reúnem um rol explosivo de irregularidades que não pode ser ignorado.
O Senado da República não pode se omitir. A nossa Carta Magna preceitua em seu artigo 70 que ”a fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia das receitas, será exercida pelo Congresso Nacional”.
O argumento utilizado por inúmeros porta-vozes do governo de que a investigação no âmbito de uma CPI ameaça a credibilidade da empresa é uma falácia. O efeito da investigação é justamente o contrário. A CPI se presta a devolver ao ente investigado as suas características operacionais e gerenciais originais. As apurações deverão preservar as imagens interna e externa da empresa, em respeito aos seus 700 mil acionistas e a todos os brasileiros.
Não se pode fechar os olhos às fraudes nas licitações para a reforma de cinco plataformas que vieram à tona na Operação Águas Profundas da Polícia Federal, muito menos às irregularidades nos contratos de construção de novas plataformas apontadas pelo Tribunal de Contas da União, sem falar no superfaturamento das obras da refinaria Abreu e Lima e no esquema de favorecimento na distribuição de royalties a prefeituras aliadas. As recentes manobras contábeis constituem um capítulo à parte.
A Petrobras é uma empresa emblemática para todos os brasileiros. Não bastasse estar introjetada no inconsciente coletivo como símbolo da soberania pátria, é responsável por 12% do PIB nacional; por 13% do total arrecadado com impostos pelo governo federal e de 17% do ICMS pago aos Estados; e detentora de uma carteira de investimentos maior do que o da própria União. É inaceitável que um portento como esse permaneça figurando em escândalos sucessivos.
O nosso intento é tão somente o fortalecimento da Petrobras, expurgando as interferências políticas e fisiológicas recentes, as quais imobilizam a capacidade de independência técnica e gerencial dos seus quadros. A CPI é o instrumento de investigação do Parlamento e, neste caso, o caminho para imprimir transparência à atual gestão da empresa.
* Álvaro Dias é senador da República pelo Paraná e 1º vice- líder do PSDB
Assessoria de Comunicação - Gabinete do Senador Alvaro Dias
Jornalista responsável: Cristiane Salles
E-mail: gsadia@senado.gov.br
Mais Informações no site:www.senadoralvarodias.com
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