Tão logo o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), abriu os trabalhos desta quinta-feira (30) para debater a adesão da Venezuela ao Mercosul, o senador Fernando Collor (PTB-AL) pediu a palavra e leu um duro discurso contra o ingresso daquele país no bloco econômico. Para ele, princípios básicos de democracia - que norteiam a adesão de qualquer país ao Mercosul - não estariam sendo seguidos pela Venezuela.
- Não se pode dissociar o país e sua liderança, como não se separam as funções de chefia de Estado e chefia de Governo. Reitero que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, luta por um projeto político próprio, que vai frontalmente contra o perfil de atuação externa do Brasil, que busca a paz, a integração e o não confronto - afirmou Fernando Collor.
Para ele, o próprio Mersocul foi alvo de ataques do presidente venezuelano. Como exemplo, lembrou declarações de Chávez quando disse que obloco econômico e a Comunidade Andina de Nações, "nasceram dentro do neo-liberalismo e constituem integração de elite, de empresas e de transnacionais".
Fernando Collor previu que a entrada da Venezuela no Mercosul poderia trazer "graves fissuras" ao bloco econômico, em virtude "da falta de comedimento de seu presidente". Por isso, pediu cautela na análise da questão.
- Não é hora de discutir tema tão delicado como o da aceitação de novo parceiro que, por seu procedimento, possa a vir debilitar o Mercosul e não a fortalecê-lo - concluiu Fernando Colllor.
Cláudio Bernardo / Agência Senado
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