sexta-feira, 24 de abril de 2009

Said Barbosa Dib

Papaléo Paes, muito elogiado, foi o grande destaque hoje no Senado. Foi macho e falou o que precisa ser dito...

Papaléo fala verdades que outros amestrados não falam. Mostra a hipocrisia de alguns senadores oportunistas e desagregadores e apresenta documentos que comprovam campanha canalha da mídia golpista contra Agaciel Maia. E a agência Senado tenta censurá-lo.


O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) deu, nesta quinta-feira (23), uma lição sublime nos senadores sabujos e oportunistas que, diante do ataque da imprensa amestrada, procuram se mostrar como paladinos da moralidade para atingir não só os parlamentares, mas a Instituição. Papaléo mostrou firmeza de caráter e autoridade, desmascarando aqueles que se aproveitam do holofotes para desestabilizar o trabalho sério do Senado. Mostrou que é hipocrisia quando se fala que senadores têm privilégio e ganham muito. O argumento foi muito forte: senadores devem ganhar muito, sim, e devem ter ajuda da instituição em seus gastos, simplesmente porque, do contrário, irão se submeter aos lobistas, às grandes corporações e ao poder econômico em geral. Um senador não é apenas uma pessoa física, mas uma entidade pública em seus compromissos. Muitas vezes têm que trazer à Brasília representantes de entidades, corporações, sindicatos e associações que não têm recursos, quando assuntos pertinentes são discutidos na capital federal. Papaléo lembrou que ele, como médico destacado em seu estado, ganharia os mesmos 12 mil reais líquidos que ganha hoje. Mostrou com coragem que senador que fala que não precisa de ajuda financeira para desempenhar bem as suas funções, sempre pressionada pelo poder econômico, é porque, ou se utiliza de "caixa dois" ou de recursos ilegais de empreiteiras.

Caso Agaciel

Papaléo, que sempre teve relações não muito boas com o ex-diretor-geral da Casa, Agaciel Maia, fez questão de defender o funcionário, que deixou o cargo em 4 de março último, depois 14 anos à frente do posto administrativo mais importante do Senado. Segundo o parlamentar, documentos do Ministério da Fazenda e do Tribunal de Contas da União (TCU), além de uma declaração de renda, provam que Agaciel é inocente da acusação de ter bens incompatíveis com sua renda e de ter sonegado informações ao fisco. Papaléo solicitou à Mesa Diretora a publicação no Diário do Senado de uma Declaração de Imposto de Renda apresentada pelo ex-diretor em 1997, com base no exercício fiscal de 1996. Dela consta a compra, por R$ 180 mil, de uma casa com cinco dormitórios e três salas mais dependência de empregados e garagem, localizada num terreno de 1.087 metros quadrados na quadra QL 6 do Lago Sul. Naquele ano, Agaciel declarou ter recebido do Senado renda de R$ 167.104,92 e pago R$ 31.189,86 de IR, com restituição de R$ 1.846,13. Da declaração consta, ainda, a venda, por R$ 418 mil, sem ganho de capital, de uma casa na QL 8, também do Lago Sul. Entre a casa e benfeitorias realizadas no imóvel; outra casa em Natal (RN); automóveis; linhas telefônicas e uma aplicação financeira, o então diretor declarou bens e direitos no valor de R$ 553.358,42, que se somaram aos R$ 100.387,44 de evolução patrimonial da mulher. Outro documento apresentado pelo senador foi uma Certidão Conjunta Negativa de débitos relativos aos tributos federais e à Dívida Ativa da União emitida pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e a Secretaria da Receita Federal. Conforme o documento, não constavam na data de 22 de abril, pendências relacionadas aos impostos federais, com exceção de contribuições previdenciárias. Já a certidão negativa do TCU afirma que até 22 de abril não constava registro "de tomadas de contas especial, prestação de contas ou tomada de contas julgadas irregulares".
- Todos sabemos que Agaciel Maia foi condenado de uma maneira que chamo de cruel, sem defesa. Ele foi vítima de disputa travada pela Presidência do Senado, em fevereiro - afirmou Papaléo. Segundo o senador, não é verdade que ex-diretor teve seus bens declarados indisponíveis pela Justiça, o que teria justificado a não declaração do imóvel, conforme levantamento feito junto à Justiça Federal. O parlamentar assinalou que a imprensa já noticiou a existência de um parecer do TCU considerando o valor do imóvel compatível com a renda de Agaciel. Papaléo ponderou no sentido de que se avalie a construção do patrimônio ao longo do tempo, e não no momento presente. Ele próprio disse ter adquirido uma casa no Amapá por pequeno valor, que aumentou de preço com instalação de benfeitorias públicas no local.
Para o senador, o que chama de "uma campanha" de denúncias contra o Senado deve merecer o repúdio e a resistência dos senadores. Ele lembrou que depois de uma denúncia repercutir com grande efeito é muito difícil recuperar a imagem do acusado.
- Não devemos ser oportunistas e nos aproveitar de manchetes contra esse ou aquele senador. Vamos resolver nossos problemas internamente - aconselhou Papaléo.


Dúvidas que merecem ser respondidas...

Estes argumentos de Papaléo, ouvi pelo rádio. Mas, estranhamente, quando fui consultar a matéria da Agência Senado sobre o caso, percebi que, na própria reportagem da Agência Senado (reproduzida no trecho acima que fala de Agaciel), que geralmente disponibiliza um link com a íntegra do pronunciamento dos senadores (outro com acesso ao vídeo e ao audio), isto não foi feito. Aliás, a matéria publicada falou apenas do apoio de Papaléo a Agaciel, mas não mostrou nada do que o senador falou sobre a hipocrisia dos senadores oportunistas, do poder econômico das grandes corporações econômicas e do papel irresponsável da mídia em geral. Parecia que estavam querendo estigmatizar osenador como alguém que queria, apenas, defender um funcionário tido como corrupto, não a instituição e a verdade dos fatos. Houve a tentativa de se abstrair o mais importante (a crítica à posição de certos senadores oportunistas) em favor do que era apenas o mote: o apoio sincero a Agaciel. Curioso. Deve ter gente na Agência Senado que está a serviço de empresas jornalísticas privadas e seus financiadores. É hora do senador Sarney tomar alguma providência. O discurso de Palaléo foi muito importante e muito bem feito. Um pronunciamento histórico em defesa da instituição. Muitos senadores, nos bastidores, elogiaram o colega. Mas, na hora de comentarem em público, nada. Os repórteres vermes da própria Agência Senado não tinham o direito de censurar o senador para favorecer canalhas do jornalismo amestrado. QUEM ESTÁ PAGANDO A CONTA, SENHORES REPÓRTERES DO SENADO? Esta posição pode nos levar a crer que a série de denúncias vazias que está tumultuando o Senado pode estar vindo da própria Casa. Será? Acredito que sim. Ou isso, ou imcompetência na cobertura mesmo...

Said Barbosa Dib é analista político, historiador, colaborador deste Blog e mantém o Blog do Saïd Dïb
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Enquanto isso, CPI dos Grampos dá em nada...

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