segunda-feira, 20 de abril de 2009

Said Barbosa Dib

49 ANOS: já passa da hora de uma Capital própria para o Distrito Federal

Brasília foi projetada por Lúcio Costa para 600 mil pessoas. Projeto, na verdade, não muito, digamos... cauteloso. Hoje, no DF, há mais de dois milhões de habitantes, sem contar o Entorno. Um dos maiores problemas é o transporte. Os habitantes das chamadas "cidades-satélites" têm empregos em Brasília, por força da atração dos órgãos governamentais tanto federais quanto distritais. O transporte das satélites para o Plano Piloto é o grande e doloroso problema. As pessoas são obrigadas a um deslocamento para fora de suas próprias cidades. Um absurdo. Algo contraproducente. Isto, entre outros fatores, satura as vias de deslocamento, em determinados momentos de pico. O transporte em ônibus é tradicionalmente deficitário. A grande distância entre os pontos de parada inviabiliza o empreendimento. Roriz fez o metrô para tentar amenizar o problema, mas os transtornos para os habitantes das satélites não foram ainda eliminados. O inteligente, o razoável, o prudente, seria inverter as coisas. Por que, ao invés de se forçar os funcionários públicos do GDF para o Plano, não se faz o contrário? Brasília é a Capital Federal. Deveria ter apenas e tão somente, no que se refere à administração pública, órgãos federais. Isto aliviaria bastante o trânsito entre o Plano e as satélites. Todos os órgãos do GDF deveriam estar numa satélite, que seria escolhida como “Capital do DF”. Não seria prudente escolher a acolhedora e pujante Taguatinga, pois esta cidade, juntamente com a Ceilândia, já é uma potência econômica dentro do contexto do DF, com empregos nos setores secundário e terciário. Alí rola a grana da economia real. Seria inteligente escolher uma cidade com alternativas econômicas atualmente limitadas. Assim, haveria maior - e melhor - distribuição de empregos por todo a população do DF. Brasília, capital dos brasileiros, com os empregos federais. Apenas eles. Taguá, a capital econômica. E a que fosse escolhida como “Capital do DF” geraria empregos para os funcionários públicos do GDF. Ou, se não fosse possível apenas uma capital distrital, pelo menos poderíamos distribuir a maioria dos órgãos do GDF por entre as satélites mais economicamente fracas. Não eliminaríamos todos os problemas, mas, com certeza, as coisas ficariam bem mais amenas. Algo parecido já existiu. Até 1975 Niterói era capital do Estado do Rio de Janeiro. Quando a cidade do Rio era a capital federal, o fluxo entre a cidade e a sede do governo federal era muito menos problemático. Não havia ainda a Ponte Rio-Niterói e, mesmo assim, as coisas funcionavam muito bem. Por que não fazemos de cidades com menos alternativas econômicas próprias, como Sobradinho, Planaltina ou Brazlândia, a “Capital do Distrito Federal”? Se tivéssemos apenas os 600 mil "previstos" por Lúcio Costa, isto não seria necessário. Não seria preciso, aliás, nem ao menos um governador ou uma Assembléia Distrital. Teríamos um prefeito indicado pelo Presidente da República. Como já ocorreu. Hoje, não. Somos mais de dois milhões. A descentralização é um imperativo. Fica a sugestão neste ano que precede ao Cinqüentenário da Capital de todos os brasileiros. É isso.


Parabéns aos heróis candangos!!


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