"Peço desculpas, as mais sentidas e as mais humildes, aos brasileiros que passaram por constrangimentos, traumas, medos, incertezas e dramas pessoais com o bloqueio do dinheiro. Lamento que tenha acontecido. Hoje, não faria de novo". Assim o senador Fernando Collor (PTB-AL), mostrando amadurecimento político e a força de sua personalidade, se manifesta hoje sobre o empréstimo compulsório criado para debelar um perigoso processo hiperinflacionário, mas que deixou apenas 50 mil cruzados novos (equivalente a R$ 6 mil) nas contas correntes, cadernetas de poupança e demais investimentos em 16 de março de 1990, dia posterior à posse do primeiro presidente eleito após o regime militar. Hoje fica fácil dizer que aquela foi uma decisão errada, mas, para um estadista, não se pode pecar jamais é pela omissão. Collor não foi omisso. Fez o que acreditou que era, naquele contexto delicado, o melhor para o Brasil. Aliás, todos os candidatos - e suas equipes econômicas - daquela eleição sabiam que medidas drásticas teriam que ser tomadas independente de quem vencesse. Como Collor mostra na entrevista a seguir, se não fosse ele, teria que ser Lula ou outro candidato que teria que arcar com o peso da decisão de controlar a liquidez gigantesta da economia. Collor errou em um aspecto específico, mas não se omitiu no conjuto de ações que eram necessárias ao atendimento das demandas dos 35 milhões de votos que recebeu. Como Presidente, mais acertou do que errou. Deu início à modernização da economia com medidas estruturais importantes para o processo de abertura, desagradando setores arcaicos da economia nacional (que acabariam por derrubá-lo), criou o Código do Consumidor e o Estatuto da Criança e do Adolescente e moralizou a máquina pública. Não deixe de ouvir a histórica entrevista a seguir. Muito esclarecedora.
Leia a matéria e ouça a entrevista completas na Agência Senado e na Rádio Senado.
0 Comentários
Olá Limongi,
ResponderExcluirPassei por aqui para conhecer teu blog (gostei) e deixar um abraço.
Voltarei sempre.
Drummond