quarta-feira, 31 de outubro de 2018
Jornalista adora elogios e tem pavor de críticas
Impecável o texto da carta do leitor Heitor Barreto Corrêa (31/10), enfatizando a colossal pretensão da imprensa em se fantasiar eternamente de dona do monopólio. Considero inclusive um milagre O Globo publicar a contundente análise do Heitor. Já que a valiosa seção das cartas dos leitores é mestra em destacar somente elogios aos colunistas do jornal. Nessa linha, duvido que publiquem minha carta. Faz tempo que não publicam nenhuma delas. Porém insisto. Por dever de ofício, convicções e como assinante. Repórteres, editores e colunistas disputam, entre si, o troféu do mais boçal e arrogante sabidão. Não têm espelho em casa. Muitos têm o rei na barriga, embora, na verdade, não passem de meros rabiscadores. Botam uma banca dos diabos. Como salientou Heitor Barreto, adoram elogios, mas não têm grandeza nem desprendimento para acolher críticas. Que jornalismo é esse, indagaria um perplexo Francelino Pereira. Nos meus 48 anos de jornalismo, inclusive como repórter do Globo, com muita honra e orgulho, constato, hoje, com pesar, que tornou-se norma da maioria esmagadora imprensa, confundir liberdade de expressão com irresponsabilidade, leviandade, insultos, denuncismo torpe, canalha e covarde, e maledicências tolas, burras, cretinas e vulgares.
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