quinta-feira, 28 de setembro de 2017

FUNDO DO POÇO

Lamentavelmente, nosso País chegou ao fundo do poço em termos de corrupção, moralidade política, princípios éticos e insegurança pública e privada, jamais vistas em nossa história.
Os governantes, com raríssimas exceções, se apropriaram do poder em benefício próprio amparados pela impunidade secular e inspirados pelos “êxitos” alcançados, neste particular, por seus pares e antecessores. Os políticos correram na mesma esteira e os empresários se locupletaram em conluios criminosos nas licitações de  obras, sucessivos aditivos dispensáveis, farta distribuição de propina, com a participação de Ministros de Estado e diretores de  bancos e empresas estatais.
Quantos outros  quartos com 51 milhões de reais existiram ou ainda poderão ser descobertos?
Nunca se viu tanto desvio de dinheiro público e tanto prejuízo para a população em termos de saúde e educação, principalmente, diante da conivência e/ou omissão de autoridades de diferentes níveis.
Felizmente, não há mal que não se acabe!
Muitos já estão pagando pelo que fizeram e inúmeros outros estão no mesmo caminho. Tão ou mais importante do que prisão é a devolução ao tesouro nacional, com as devidas correções, de tudo que surrupiaram.
E as delações premiadas continuam e aterrorizam corruptos e corruptores, interrompendo o caminho  livre que sempre tiveram para a consecução de seus objetivos deletérios contando com a impunidade e morosidade da justiça.
Hoje, muito se fala na LAVA-JATO, no impecável trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público, na atuação de juízes corajosos como Sérgio Moro. Entretanto, nos esquecemos da origem de tudo isto.
Quem diria que o “mensalão” seria, de fato, o motivador de novos tempos para o Brasil.
Quantas CPI embrionárias sobre as “Empreiteiras” morreram no seu nascedouro no Congresso Nacional. Hoje, sabemos o porquê!
Roberto Jefferson foi punido pelos erros que cometeu, mas se  não fosse ele jamais chegaríamos às atuais averiguações.
A sua acusação a José Dirceu foi antológica e surpreendeu a todos  causando enorme impacto na opinião  pública justamente no momento em que Lula e o seu partido desfrutavam de grande índice de popularidade.
Naquela ocasião, o provável futuro Presidente da República iniciou  o seu calvário e Dilma foi escolhida para substituí-lo, chegando a ser reeleita.
Não se espera uma delação de Dirceu que acaba de considerar Palocci um traidor. Se a fizesse, não ficaria pedra sobre pedra porque, na prática, foi o executivo mais atuante na Praça dos Três Poderes e com enorme poder decisório, por mais de uma década.
O denuncismo ganhou muita força na vida  nacional e o dedo duro, antes censurado, é atualmente incentivado.
O que se viu no caso dos dirigentes da JBS foi um escárnio e um verdadeiro absurdo. É inconcebível a concessão de total liberdade, inclusive no exterior, a criminosos confessos só porque denunciaram seus cúmplices de longa data.
Esta mancha permanecerá nos currículos do Procurador-Geral da República e do Ministro do Supremo Tribunal Federal responsáveis por tão infeliz sentença.
A generalização de tais procedimentos, às vezes amparados sem provas concretas, pode criar deformações no caráter das pessoas.
As Escolas e os educadores terão de enfrentar este novo desafio na formação e no relacionamento das crianças para contornar atritos inevitáveis decorrentes de delações que podem maximizar os bullyngs.
Saindo do fundo do poço, temos a esperança de que, no futuro, estes “mal feitos” não mais se reproduzam com tanta frequência, intensidade e descaramento.
A honestidade deve ser a principal virtude na escolha de políticos e de dirigentes de todos os níveis. E as eleições de 2018 estão chegando!
A oportunidade deve ser aproveitada, também, para estancar os enormes desperdícios observados principalmente nos Poderes Legislativo e Judiciário, repletos de mordomias inaceitáveis que agravam a situação econômica.
Não mais acreditamos que os empreiteiros tenham coragem, daqui para frente, de formarem cartéis e usufruírem vantagens ilícitas nas concorrências públicas.
É chegada a hora de terminar com empreendimentos hiperfaturados e inconclusos por falta de continuidade administrativa e planejamento.
Equipamentos novos e caríssimos apodrecem em galpões, áreas descobertas e, até, em hospitais aguardando liberação dependente de retrógrada burocracia. Ninguém tem competência para acabar com isto?
Contando com homens de bem e equacionados estes graves problemas, sobrarão recursos para serem investidos prioritariamente na saúde, educação e segurança.
E a população ficará permanentemente grata àqueles que contribuírem, direta e indiretamente, para a reversão de tão nefasta herança.

DIÓGENES DANTAS FILHO- Coronel Forças Especiais/Consultor de Segurança.

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