quarta-feira, 11 de junho de 2014

Senadora destaca APAE



Há 60 anos presente em todos os cantos do país, o movimento das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) foi elogiado pelos senadores em sessão especial do Plenário do Senado. Requerida pela senadora Ana Amélia (PP-RS) e apoiada por outros senadores, que defenderam a atuação do movimento na educação das pessoas com deficiência, a sessão contou com a apresentação do Coral do Senado e com a declamação de poesia de um aluno da Apae, Alexandre Lemos. O movimento é uma grande rede constituída por pais, amigos, pessoas com deficiência, voluntários, profissionais e instituições parceiras - públicas e privadas - para a promoção e defesa dos direitos da pessoa com deficiência e a sua inclusão social. A primeira iniciativa do grupo ocorreu no Rio de Janeiro em 1954, quando foi criada a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), liderada por Beatrice Bemis, membro do corpo diplomático americano e mãe de uma criança com Síndrome de Down que, com outras famílias, vivia o drama de não encontrarem escolas para os filhos. O objetivo do movimento, entre outros, é garantir a escola especial como escola de fato e direito, por isso inclusiva, do ponto de vista do acolhimento à diversidade; a parceria do poder público com as instituições filantrópicas regularmente constituídas para que seja garantida a política inclusiva e o apoio à profissionalização e à inclusão no mercado de trabalho dos jovens com deficiência intelectual e múltipla. Atualmente, o movimento reúne a Federação Nacional das Apaes, 23 federações estaduais e 2 mil Apaes distribuídas em todo o país, que propiciam atenção integral a mais de 244 mil pessoas com deficiência.



Superação e Inclusão

A senadora Ana Amélia citou vários exemplos de inclusão promovida pelas Apaes. Entre eles, uma parceria com a Biblioteca do Senado Federal desde 2010, em que oito alunos fazem a higienização dos documentos e livros, garantindo a manutenção do acervo. Lembrou que no Rio Grande do Sul existem mais de 200 Apaes.

-- Na cidade onde nasci, Lagoa Vermelha, a Apae é chamada de Escola de Educação Especial Cantinho da Esperança - olha que nome bonito! - foi fundada em 3 de julho de 1980, conta com 110 alunos, e atende também alunos de Capão Bonito do Sul -- contou a senadora.

Ana Amélia citou ainda a produção do primeiro longa-metragem brasileiro protagonizado por três atores com Síndrome de Down. O filme Colegas, exibido em 2013, foi dirigido por Marcelo Galvão. A história mostra as aventuras de três jovens entre o interior de São Paulo e Buenos Aires, na Argentina, em busca da realização de seus sonhos. Segundo a senadora, o Movimento Apaeano é o maior movimento filantrópico do país e um exemplo de dedicação e trabalho para a inclusão social.

-- É um dos melhores exemplos de um voluntariado que junta a família, junta os amigos, junta a sociedade numa causa comum, que é a causa da inclusão -- afirmou Ana Amélia.



Plano Nacional de Educação

A presidente da Federação Nacional das Apaes, Aracy Maria da Silva Ledo, ressaltou que a inclusão, tão falada e defendida atualmente, muitas vezes é apenas alvo de "jeitinho" ou é feita "da boca para fora". Por isso, Aracy destacou a força do movimento Apaeano, que fez muita pressão durante a tramitação do PNE no Senado..

-- Na hora da briga, superlotamos essa plenária porque sabemos onde queremos chegar -- declarou.

Ana Amélia ainda elogiou o ex-senador Flávio Arns, do Paraná, a quem ela atribuiu contribuição decisiva na argumentação para que o PNE fosse aprovado sem a extinção das Apaes no Senado, no ano passado.  A senadora gaúcha citou ainda outras pessoas que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência, como o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), pai de uma menina com Síndrome de Down; o senador Wellington Dias (PT-PI), pai de um menino autista; o deputado federal Romário (PSB-RJ), que também tem uma filha com Síndrome de Down; e a deputada Mara Gabrili (PSDB-SP), que é cadeirante.

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