Somos 34 gloriosos atletas. Altos, baixos, gordinhos, calvos, cabeludos. Duas vezes por semana passamos gel ou óleo nas canelas e lá vamos nós. Seguros de que nossos jogos são prolongamento de nossas vidas. Não importa se a bola reclame de alguns bicos exagerados ou se geralmente perdemos gols incríveis ou que deixamos de fazer uma bela jogada porque o peso da idade e de corpo não acompanha mais nosso raciocínio ou, por que não admitir, a técnica e a intimidade com a bola passaram longe. O importante é que fazemos tudo com ternura divertida. Erramos e também acertamos. Ainda bem. Estou certo de que os deuses da bola nos acompanham e nos protegem. Todos carregamos dentro de nós um pouco de nossos ídolos. Exatamente porque temos consciência de nossas limitações. Ficamos felizes nos achando um Gerson, um Rivelino, um Neymar, um Tafarel, um Filipe, um Messi. Se muitos jogadores profissionais também sonham e se espelham em craques antigos, famosos e consagrados, porque nós, boleiros do "Bão Demais", também não podemos sentir este gostinho doce na ponta de nossas chuteiras? Depois vamos todos jantar, recordar lances, fazer gozações. Tudo com direito a cervejas e refrigerantes. Porque ninguém é de ferro e a vida continua lá fora. Cuidemos, então, do nosso corpo. Das nossas trombadas e caneladas. Porque a vida é bela. Com amizade, solidariedade e alegria.
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