quinta-feira, 23 de abril de 2020

Paulo Octavio é valoroso cidadão e patriota trabalhando, há 40 anos, sem esmorecer,  por uma Brasília mais justa e respeitada. 

Sonho, realidade e esperança
Paulo Octavio
Empresário e ex-senador
Nas suas seis décadas de existência, Brasília mudou a geografia nacional. Fez com que um País litorâneo e de grandes vazios demográficos se transmutasse para uma nação integrada, interiorizada em seu amplo território e com melhor distribuição do povo e do progresso, este antes quase exclusivo da faixa Sudeste-Sul. Desenhada nos traços do avião de Lúcio Costa, Brasília fez o Brasil decolar, como meta-síntese do ambicioso programa de reconstrução nacional que Juscelino Kubitschek empreendeu entre 31 de janeiro de 1956 e 31 de janeiro de 1961.
Mesmo diante de ferrenha oposição, que torcia contra JK, apostando no fracasso de sua empreitada, ele triunfou graças à aliança do homem simples com os gênios que convocou para auxiliá-lo no redesenho nacional. Foram as mãos dos operários e os traços de engenheiros e arquitetos que ergueram não só uma capital em mil dias, mas um novo Brasil em apenas cinco anos de mandato. O marco histórico de 21 de abril de 1960 mostra a importância de um líder que sabia se unir ao povo.
Lembrar a maior epopeia do século passado é indispensável no Brasil e no mundo atuais. Olhar com carinho e atenção a movimentação dos candangos que deram vida às ousadas propostas de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Recordar que, contra tudo e todos, JK cumpriu sua maior promessa de campanha, a de transferir a capital para o Planalto Central, como preconizavam as Cartas Magnas que regeram o Brasil até então.
Esse exemplo do passado nos auxilia, e muito, no momento presente. A Brasília que agitou o mundo nos anos 1950/1960 não poderá comemorar seus 60 anos. Foi forçada a parar, por conta da pandemia da Covid-19, que engolfou o planeta. Parada temporária, embora necessária. Um tempo para que vidas sejam poupadas. E todas as vidas são importantes.
Não cabe prever quando vão ser suspensas as medidas protetivas adotadas em todo o País, e especialmente na capital de todos os brasileiros. Mas sabemos que, depois delas, será preciso retomar a atividade econômica, gerando emprego e renda na maior quantidade e velocidade possíveis. Afinal, a vida está em constante movimento, nos legando inúmeras lições. A lição desta geração será sobreviver à pandemia e fazer voltar a girar a roda da economia quando for necessário.
Nós, brasilienses e candangos, temos uma belíssima história de coragem, otimismo e de transformação para mostrar aos nossos irmãos da nação. No nosso corpo corre sangue pioneiro, de gente simples que cortou o Brasil na caçamba de um caminhão para fazer o País andar. Estamos silenciosos hoje, por necessidade, mas temos muito a falar. Porque somos os filhos da força de trabalho que, em apenas mil dias, construiu a nova capital do Brasil e ampliou as fronteiras nacionais. Fomos nós que unimos norte e sul, leste e oeste. Nós que integramos o País.
Vai ser daqui, também, que vamos mostrar que é tolice dizer “menos Brasília e mais Brasil”. É mais Brasília e mais Brasil, porque a nossa capital sintetiza a alma brasileira. É daqui que sairão ações e modelos para tirar as demais regiões do Brasil de seus entraves após o fim da pandemia.
Afinal, entre as Asas e Eixos de Brasília, em cada ponto desta imensa cidade, ainda pulsa o coração candango, feito de força, fé e coragem para construir e realizar. Somos muitos, somos fortes, temos muita história. E vamos participar, ativamente, desta nova reconstrução do Brasil, inspirados pelas lições de JK, ensinando nossos compatriotas a acreditar, a superar as dores e os percalços que encontramos. É esse sentimento e essa energia que temos de espalhar para todo o Brasil, quando o momento atual passar – porque, tenham certeza, vai passar. 
É a partir de Brasília que vamos empunhar a bandeira da esperança. Será com determinação, que é a nossa força, que vamos ajudar o Brasil como um todo. Porque, com todos juntos, o País vai dar a volta por cima e viver todos os sonhos que pulsam no coração candango.
Acredite e confie. A celebração dos 60 anos ficará para depois. No momento, o fundamental é agir como JK: planejar e empreender. Só assim voltaremos a ser grandes.

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