quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Bonner e Renata são mestres na arte de entrevistar

Qual o Brasil que quero para o futuro?
Um país com mais jornalistas imaculados, puros, isentos e sensacionais  como William Bonner e Renata Vasconcelos. A dupla de sábios adora elogios. Não admite críticas. Corta o coitado do candidato se insistir em divulgar seus planos de campanha. Já começam a entrevistas ansiosos em demonizar e fuzilar o convidado. Com os olhos e alma ardendo de sangue, Bonner e Renata ensinam aos jovens repórteres  como se deve entrevistar os candidatos à presidência da República. Nenhum candidato sabe mais do que eles. Nunca erram. Jamais se equivocam. São poderosos. De ferro. Com fervor cívico. Criados sob o manto da arrogância e da petulância. O pomposo, perfumado e empolado Bonner jura que a TV-Globo e o Jornal Nacional têm apreço à verdade. Os glamorosos parceiros globais  criaram uma nova, sutil e original forma de entrevistar políticos. Como fazer perguntas longas, sem permitir, contudo, que  concluam o raciocínio. Interrompem. Enfiam a faca na língua do presidenciável. Ciro, Bolsonaro e Alckmin cortaram um roçado. Quase foram linchados e execrados. O consolo foi que aprenderam muito com a decência e pureza dos  inventores do monopólio da verdade. Que apresentam o Jornal Nacional com comovente e insuperável sabujismo.  Com Alckmin sobraram  maledicências e toscos blagues  para Collor. Sério. No duro. O ex-presidente e senador não é do Centrão nem é réu em nenhum processo no STF. Bonner e Renata são fofos. Merecedores de aumento. Ciro, Bolsonaro e Alckmin passaram a maior parte dos 27 minutos da entrevista chupando o dedo. Impedidos de retrucar e tentar desenvolver suas idéias e mudanças que desejam para o Brasil. Apreciaram, de camarote, a exaltação de um jornalismo dissimulado, arrogante, farsante, professoral e eternamente fantasiado de donos da ética, dos bons costumes e das boas virtudes do universo. Modelo de imprensa que veio para marcar época no Brasil. Para ensinar jornais, revistas, redes sociais, emissoras de televisão e rádios, como se pratica o verdadeiro e moderno jornalismo. Tenho ânsia de vômito.

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