quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

REELEIÇÃO?

O mandato presidencial de 4 anos é realmente muito curto para se dar continuidade às reformas e às providências administrativas.
Uns defendem a duração de 5 anos e outros a de 6, mas a maioria deles não admite a possibilidade de reeleição.
Com a morte de TANCREDO NEVES, seu Vice SARNEY assumiu a Presidência em março de 1985 para exercê-la por 4 anos segundo a Carta vigente.
Foi um período conturbado pela pressão da oposição, por uma inflação galopante e incontrolável, pela moratória, por uma desgastante Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e pela realização da Assembleia Constituinte.
Os congressistas se dividiram entre os que desejavam eleições diretas em 1988 – anseio popular após longo período de governos militares – e os que apoiavam SARNEY almejando sua permanência até março de 1990. O Bloco Parlamentar Evangélico teria feito um manifesto pela duração de seu mandato por 6 anos.
Após ameaça de renúncia, prevaleceu a hipótese mediana dos 5 anos mas sem a possibilidade de reeleição.
Este mal é decorrente de obra maquiavélica de FERNANDO HENRIQUE que dela se beneficiou permanecendo no Cargo por duas legislaturas. Até hoje restam muitas dúvidas sobre parlamentares que teriam sido “comprados” para aprovarem esta emenda.
Não conseguiu fazer SERRA seu sucessor e analistas afirmam que seu modo de ser contribuiu para a eleição de LULA após três tentativas.
O líder do PT conseguiu reeleger-se e , ainda ,fez de DILMA a sua sucessora que também conquistou esta benesse .
A reeleição é inadmissível pelo simples fato do titular usufruir por longo tempo dos benefícios da máquina administrativa, da demagogia e do empreguismo eleitoreiro até às vésperas do pleito.
A obsessão pela manutenção do Poder leva governantes a tomarem decisões temerárias sem pensarem no bem do Estado e do País, haja vista a caótica situação econômica em que nos encontramos.
O Governo TEMER é considerado “reformista” mas os resultados não serão imediatos. A produção continua caindo e o desemprego aumentando. As previsões para o corrente ano não são otimistas. Para emoldurar este quadro desolador existe a incerteza política diante, inclusive, das consequências da Operação LAVA JATO com centenas deles envolvidos.
Dizem que a reeleição de DILMA favoreceu ao PSDB e a AÉCIO porque a bomba estouraria em suas mãos. Por incrível que pareça, o PT e seus aliados também ficaram contrariados com o resultado porque quase implodiram nas eleições de 2016 e estão inseguros quanto ao que lhes espera em 2018. Mas, após o tsunami, muitas águas ainda vão rolar.
Na reforma política, em estudo no Congresso, não é possível admitir-se a reeleição. A renovação é mais do que necessária para impedir o crescimento das raízes da corrupção, a proliferação de cargos comissionados para conchavos políticos e a concessão de privilégios demagógicos por interesses eleitorais.
A duração do mandato presidencial também deve ser debatida: 5 anos ficaria de bom tamanho porque 6 cansa!
Já que estamos falando sobre isto, convém lembrar aos parlamentares que ninguém aguenta eleições a cada 2 anos. Eles só pensam nisto, o Congresso para, as despesas aumentam, o povo sofre e o País vai para o brejo.

DIÓGENES DANTAS FILHO- Coronel Forças Especiais/ Consultor de Segurança

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