terça-feira, 12 de junho de 2018

A hora é da união em nome da gestão competente e justa, hora de Brasilidade !!!

*Wilson Périco
Aplaudimos a iniciativa da  ELETROS – Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos, que mobiliza seus associados e respectivos fornecedores para questionar a demagogia da revisão do frete mínimo, proposta pelo governo federal,  para cumprir acordos assumidos no frigir de sua inépcia crônica na gestão do interesse comum. Assim como toda a sociedade  não pode pagar pelos malfeitos de seus governantes, esses governantes não podem, por incapacidade de entender e equacionar os dilemas nacionais, premiar segmentos às custas da penalização  de outros. As medidas propostas vão provocar desemprego, vão onerar os consumidores e afugentar investimentos, por absoluta falta de segurança jurídica.
A Eletros  reúne as maiores indústrias de eletroeletrônicos de consumo do País, com 30 empresas associadas, 45 fábricas, em 27 cidades de 11 Estados, as quais geram mais de 115.000 empregos diretos e representam 3,3% do PIB Industrial do Brasil. Como entidade, cabe-lhe apontar os impactos dessa nova tabela de preço mínimo do frete rodoviário. A  Resolução nº 5.820, de 30 de maio de 2018, expedida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT vai fortalecer cartéis dos empresários que patrocinaram as greves e vai, no mínimo, dobrar o frete, por exemplo, das empresas que fazem Manaus Belém ou Porto Velho e vice-versa, no sistema híbrido de frete, podendo alcançar 150% de aumento. Ninguém segura.
A economia do Amazonas, cuja competitividade se arrebenta a qualquer mexida da caneta burocrática, receberá seu tiro de misericórdia.  O  Ministério da Fazenda, especialista em guerrilha contra a ZFM,  cumprirá seu oráculo de compulsão tributária, mesmo sem dispor de estrada de integração do Estado ao restante do Brasil. Não temos rodovias, estrutura pública portuária, distribuição de energia e nossa comunicação é cara e precária. Prestamos o melhor serviço fiscal do Brasil, pois proporcionalmente ao nosso PIB, somos o Estado que mais recolhe do que recebe dos cofres federais, numa proporção de 3,5 pra um. Utilizamos 8% dos incentivos fiscais do Brasil, somos, de acordo com o TCU, um dos poucos que prestam contas, e temos a maior contrapartida em termos de geração de empregos, tributos e serviços ambientais. Mesmo assim, somos o bode expiatório preferencial da mídia nacional.
E se o segmento de Eletroeletrônicos terão seus estragos já anunciados pela Eletros, alem do de Duas Rodas, o de Concentrados, no Amazonas, deverá ir à lona, pois além do frete, terá seu benefício fiscal de 20% para 4%, pondo em risco 100 mil empregos, segundo estimativas da Suframa. Que país é este que pratica as maiores taxas de tributação do mundo para cobrir a maior taxa de contravenção de que se tem notícia. Até quando?

Wilson Périco é Presidente do CIEAM, Centro da Indústria do Estado do Amazonas. 

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