terça-feira, 27 de outubro de 2015

Que país é esse?

QUE PAÍS É ESTE?
Acabamos de publicar um artigo intitulado “O Exército no Chapadão” onde destacamos o seguinte:
-  o Complexo é atualmente a região mais perigosa do Estado do Rio de Janeiro abrigando um covil de criminosos;
- a grande maioria da população local é honesta e obrigada, diante das circunstâncias, a conviver em ambiente de total insegurança e submissa à audácia de marginais;
- os policiais, diante de limitações orgânicas, têm muita dificuldade de enfrentar bandidos fortemente armados;
- o Governador Pezão deseja a presença do Exército no Chapadão à semelhança do ocorrido no Complexo da Maré;
- as Forças Armadas só devem ser empregadas em conflitos urbanos com autorização presidencial e após o esgotamento de todos os recursos estaduais.
No primeiro dia de provas do ENEM, em 24 de outubro de 2015, um estudante desistiu de realizá-las justamente por ter sido sorteado para fazê-las no Chapadão nas proximidades onde, recentemente, um policial militar foi covardemente baleado e queimado vivo pelos bárbaros. Não teria tranquilidade para submeter-se ao exame na iminência de ouvir ou de ser envolvido em uma troca de tiros.
Este inédito fato demonstra o caos da insegurança pública no Estado e servirá de matéria na mídia internacional às vésperas das Olimpíadas de 2016.
O que mais precisará ocorrer para as autoridades- de todos os níveis- se conscientizarem da imperiosa necessidade de investirem muito mais na segurança da população que tanto contribui com impostos abusivos?
Os policiais devem ser equipados, treinados, assistidos e melhor remunerados. Seus efetivos necessitam atender ao desencadeamento de inúmeras ações preventivas prioritárias e das repressivas que se fizerem necessárias.
Está comprovado, no mundo, que as operações de Inteligência são muito mais   eficazes e econômicas do que as de embate. A seleção do pessoal para tão importante atividade é fundamental para o êxito da missão e na sua formação deve ser previsto, inclusive, o intercâmbio com países amigos vitoriosos no enfrentamento da criminalidade.
Os governos brasileiros têm se caracterizado pelo desperdício dos recursos públicos e pouco investem na segurança por considerarem que os dividendos políticos são irrisórios. Será mesmo? E o direito à vida do cidadão não é um dever do Estado?
Há pouco tempo, o Comandante da Polícia Militar de um dos Estados da região Sudeste fez uma assertiva que retrata muito bem a atual situação: “a polícia é forte para os fracos e fraca para os fortes”. De quem é a culpa?
Sistematicamente, a Imprensa noticia inúmeros crimes, “arrastões”, sequestros,  roubo de armamentos e de carga, contravenções e irregularidades que comprometem a imagem dos governantes, autoridades policiais e, até mesmo, das Forças Armadas. São precisos, corretos e contundentes ao comentarem as lamentáveis vítimas inocentes mas não dão o devido destaque ao assassinato de policiais.
 E os Direitos Humanos? Só existem para o “cidadão- bandido”?
De nada adianta prender criminosos se o nosso sistema prisional é caótico. O Estado não cumpre   mais da metade dos mandados de prisão porque não tem locais para alojar os delinquentes.
Em vez de dar graciosas benesses a presidiários, com recursos do povo, o Governo deveria se preocupar com a implantação de uma rede de presídios seguros. Infelizmente, a opção é pelo voto nas urnas.
Os apenados por crimes hediondos e sequestros não devem gozar de abusivas regalias.
Os criminosos mirins serão mesmo crianças ou monstros em formação?
Lamentavelmente, convivemos em ambiente de total insegurança pública e privada, onde nem as pessoas de posse, dispondo de custosos meios tecnológicos, têm tranquilidade e o direito de ir-e-vir. Até os jovens estão aterrorizados e vivendo em seu presídios domiciliares.
A situação só será revertida com muita vontade política, sem demagogia, com coragem, com a integração de esforços, com o apoio da população e, principalmente, com a alocação de recursos para a segurança pública.
Caso contrário...... 
DIÓGENES DANTAS FILHO- Coronel Forças Especiais/ Consultor de Segurança

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