quarta-feira, 10 de junho de 2015

Suframa, nomes e propostas

Por Wilson Périco
Presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam)

Na condição de dirigente da entidade que congrega as empresas do Polo Industrial de Manaus não nos compete definir ou vetar candidatos à direção da Suframa. Isto é tarefa do governo federal, é pauta da classe política. Como dirigente de entidade, não nos cabe debater nomes e sim propostas. Compete-nos denunciar que o Amazonas, a Amazônia Ocidental, objeto da gestão da Suframa, não reividicam candidaturas e sim atitudes.

Por isso não faz sentido transforma em troféu político a conquista do cargo. Importa recuperar, e com muita urgência, a tarefa consitucional da autarquia, sua autonomia administrativa e financeira. Afinal, trata-se de um órgão que gerencia, há quase 50 anos, um modelo de acerto, o maior acerto de redução das desigualdades regionais baseado em renúncia fiscal.

Gustavo Igrejas e Rebecca Garcia merecem todo o nosso respeito e apreço por suas demonstrações de compromisso com o Estado e disposição ao diálogo. Mas nenhum deles, neste clima belicoso formado em torno da autarquia, fará o milagre da metamorfose institucional.

Repetimos, porém, que o Estado e a região precisam de atitudes, sobretudo da união urgente das forças políticas para determos o desemprego, a fuga de investidores e a desindustrialização do modelo Zona Franca de Manaus. Somente um pacto altruísta, obstinado e proativo - que renunciado ao conlito estéril e prejudicial - pode resgatar a Suframa, conter o confisco de suas verbas, propiciar, com as taxas administrativas e verbas de P&D, a conquista de novas matrizes econômicas. 

Nãos podemos seguir na dependência de uma caneta. Com essa autonomia e o investimento de 3% dos impostos sobre o faturamento do setor produtivo em infraestrutura de transportes, energia e comunicação, iremos progressivamente conquistar a competitividade e reduzir a dependência dos incentivos fiscais do modelo ZFM. Não vemos, portanto, outro caminho para salvar a Suframa e a economia regional que não seja a união de todos.

No próximo dia 26, estaremos reunindo os atores locais interessados nos desafios da aquicultura, academia, empresas, instituições públicas e não governamentais, parceiros dispostos em identificar os gargalos do stor, debater soluções e propor saídas com respostas rápidas para a geração de fontes alternativas de riqueza.

Afinal, por conta da falta de união, de espírito público e coletivo em torno da defesa constitucional do modelo, que prioriza nomes e não propostas, programas e atitudes, corremos o risco do esvaziamento progressivo e preocupante deste patrimônio social e econômico que a Suframa e a Zona Franca de Manaus representam.


Fonte: Jornal A Crítica

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