domingo, 12 de abril de 2015

Procede a preocupação de Bernardo Cabral

A minha apreensão ​​J. Bernardo Cabral ​ Nos últimos dias fui tomado de muita apreensão. Vejo o momento político passar para as principais páginas dos jornais e das Tv’s, com destaque para autoridades na lista de banco suíço; do acervo de obras de arte, em números de 131, apreendido pela Polícia Federal; de acusados de coletar propinas para autoridades governistas; de desvio, não só na Petrobrás mas também na Caixa Econômica, através de fraude no crédito imobiliário, num total de 120 milhões de reais; da discordância dos partidos sobre o financiamento de campanha; do pacote de medidas contra a corrupção, grande parte delas com propostas antigas. De outra parte, comprovo que o governo não conseguiu pagar um centavo dos R$ 311 bilhões de juros sobre a dívida pública e, ao contrário, registrou um “déficit primário” de R$ 32,5 bilhões e elevou a dívida pública a 63,4% do PIB. E mais: o clamor popular nas ruas, nas casas, nos bares, agravado pela especulação de um “impeachment”. A minha apreensão é que não vislumbro instrumentos efetivos e de imediata solução para a grande maioria desses problemas que estão a afligir a Nação, a permitir que novas frestas de luz iluminem os operadores especializados na busca de soluções modernas, a partir de premissas novas, com o abandono de vários dogmas já sepultados pela atualidade. Teses, princípios e soluções incontestáveis há alguns anos devem ser relidos com urgência, atualizados ou abandonados, para não persistirmos na utopia de que sairemos dessa brutal crise que nos assola – e só alguns a consideram aparente – e brutaliza a nossa sociedade. É incomodamente óbvio ressaltar que as causas já foram identificadas e elas se encontram numa única e mesma realidade, a de ter sido desprezada a ética e de que o Estado não foi criado para a prática de atos condenáveis – para não dizer imorais, ao extremo – e sim para promover o bem geral da comunidade. Talvez neste instante esteja eu revivendo o meu tempo de advogado militante – e a advocacia tem uma certa semelhança com a medicina. Isso porque o advogado é o cirurgião plástico do fato e, na sua vivencia, o seu tempo de análise das pessoas e dos fatos se agiganta, tornando-o capaz de distinguir o essencial do acessório. Mas eu continuo apreensivo. E muito!

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