quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Seja bem vinda

Olá, vacina. Onde você andava? Sei que tua missão é árdua. Tua presença no mundo é mais requisitada do que papai-noel. Dê um jeito. Coloque o Brasil na agenda. A agonia da pandemia destrói famílias, empregos e sonhos. Até mesmo os mais fortes suplicam por você. Seja generosa. Será bem vinda. Não se acanhe. Despreze a brigalhada torpe da politicalha.  Será recebida com glórias. Com foguetórios e cantorias. Por anjos e crianças. Por idosos que não perdem a esperança. Em carreatas de ambulâncias e sirenes de bombeiros. Você poderá entrar em todos os lugares. Sem pedir licença. A maioria esmagadora dos brasileiros estará esperando por você de braços abertos. Feliz e emocionada. O Cristo Redentor será teu guia e tua luz. Não esqueça de trazer milhões de seringas. Você conhece a má fama do Brasil. Deixamos tudo para a última hora. A improvisação e o amadorismo estão em todas as partes. Sobretudo nos gabinetes dos graduados burocratas. O ocupante de plantão do Palácio do Planalto é bizarro e birrento. Bateu o pé, igual criança que não quer comer. Garante que não deixará você chegar perto dos braços dele. Destrambelhado estrupício. Não perca tempo com ele. Vá em frente. Vacine quem queira. Venha logo. Não demore. Você é a mensageira do amor. Da paz e do sossego. 


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