A Internet e as redes sociais tiveram enorme impacto na mídia tirando de circulação, inclusive, conceituados noticiosos de repercussão nacional. A vendagem de jornais caiu drasticamente e desapareceram muitos deles sendo que alguns chegavam a minar sangue quando torcidos por explorarem fotos constrangedoras e manchetes espalhafatosas diante de tragédias.
Historicamente, os políticos procuram aproveitar os holofotes da mídia em benefício próprio haja vista os seus pronunciamentos demagógicos e inflamados durante as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) e nas cansativas reuniões durante os processos de impedimento nas Câmaras Legislativas e no Senado Federal, incluindo os de dois ex- Presidentes da República que assistimos no exíguo intervalo de 24 anos.
A sucessão vergonhosa de escândalos em nosso País reverteu em parte este quadro. Aumentou a procura por jornais e revistas, enquanto centenas de políticos e ex- parlamentares se sentem vítimas da imprensa apesar de a bajularem anteriormente.
A corrupção sempre existiu mas jamais nos níveis encontrados na compra de votos no Congresso, no mensalão, na LAVA-JATO e nas obras de infraestrutura licitadas nos governos federal, estadual e municipal.
A delação premiada tem sido de vital importância para a apuração dos crimes mas carece de deformações que até podem influir na formação do caráter das futuras gerações.
É inadmissível, por exemplo, que um cidadão passível de pena de dezenas de anos a tenha reduzida pela vigésima parte, com prisão domiciliar, por denunciar parceiros com quem conviveu e usufruiu da corrupção por muito tempo.
O maior castigo para tais delinquentes seria o de ressarcir à União, com as correções devidas, o somatório daquilo que tiraram do povo em termos de saúde, educação e segurança. Este exemplo permaneceria eternamente, ninguém gostaria de correr o risco e nossas caóticas prisões deixariam de ficar ainda mais congestionadas. O maior castigo é o que pesa no bolso!
Por outro lado, surgiu uma nova categoria que também procura se aproveitar dos referidos holofotes ao apresentar suas denúncias. Além de prejudicar o andamento das investigações , podem difamar inocentes no seu rol de possíveis criminosos. Mas a mídia adora estas notícias e controvérsias...
Antes da divulgação de fatos à população, principalmente por autoridades de qualquer nível, tudo deve ser exaustivamente avaliado.
É abominável o chamado vazamento em "off" de assuntos sigilosos que está se tornando corriqueiro em BRASÍLIA.
O sigilo e a discrição são fundamentais para o êxito de qualquer operação, militar ou civil.Lamentavelmente, isto não tem sido observado em muitos casos.
Recentemente, no episódio da "CARNE FRACA", o Ministério Público e a Polícia Federal prestaram um desserviço ao Estado Brasileiro. Seria para comemorar os três anos de aniversário da LAVA-JATO?
Até o Presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal reconheceu que houve "erro de comunicação" na divulgação da Operação que ocupou as manchetes nacionais e as dos países que importam o nosso produto.
A imagem de alguém não se faz da noite para o dia.A internacional pode durar séculos!
Tudo deveria ter sido rigorosamente apurado e os envolvidos exemplarmente punidos por crime tão indigesto.É bem verdade que ocorreram sanções e foram tomadas medidas preventivas para minimizar o episódio.
A situação do BRASIL no exterior já tão comprometida pela corrupção, instabilidade política e fragilidade econômica- financeira ficou ainda pior.
Quantos anos para revertê-la?
O Ministro da Agricultura afirmou que o mercado de carnes movimenta 15 bilhões de dólares anualmente e propicia milhões de empregos diretos e indiretos .Ele lembrou que durante o episódio da febre aftosa ficamos sem exportar esta mercadoria por três anos.
Segundo o noticiado e o estardalhaço decorrente, as consequências poderiam ter sido ainda mais desastrosas.
Os holofotes da mídia também deveriam estar voltados para a ajuda ao País sem descurar, evidentemente, do esclarecimento da opinião pública. Não se deve maximizar o problema mas não se pode considerá-lo “insignificante” como apregoou o Presidente TEMER na tentativa de tranquilizar o povo e os importadores.
Convém destacar a louvável iniciativa do Auditor Fiscal DANIEL GOUVÊA TEIXEIRA ao denunciar a fraude na produção de alimentos e a corrupção existente, livrando-nos do risco de consumi-los.
A ARGENTINA e o URUGUAI ainda estão rindo à toa porque suas “carnes não são fracas” e, desde aquela ocasião, aumentaram os seus faturamentos no comércio exterior.
Diógenes Dantas Filho
Coronel Forças Especiais/ Consultor de Segurança
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