segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Assistência de Direção para Cinema foi tema de formação com Joana Limongi

Diretora de curtas-metragens como “A descoberta do mel” e “Faca amolada”, a cineasta comandou oficina no Museu Casa Eduardo Ribeiro

Quais as habilidades necessárias para trabalhar na direção de um filme? Que processos e etapas se deve seguir na produção? Essas e outras questões estão no programa da oficina de Assistência de Direção para Cinema, que a cineasta Joana Limongi ministrou na sexta-feira (29) e sábado (30), no Museu Casa Eduardo Ribeiro, no Centro. A formação integra a agenda da Mostra de Audiovisual do Circuito de Artes Visuais, promovido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura.
Diretora de três curtas-metragens, entre eles “A descoberta do mel” (2009), e assistente de direção em produções diversas, Joana Limongi divisa quatro habilidades essenciais para trabalhar nessa área.
“É preciso ter técnicas, pois há metodologias para se preparar para uma produção; habilidade humana, de saber tratar, ouvir e se comunicar com as pessoas; estratégia, para estimar o tempo para realizar o filme; e arte, que é a bagagem artística que você carrega, de filmes, músicas, viagens, livros, peças, tudo aquilo de que você se alimenta artisticamente”, enumera.
Na oficina em Manaus, Joana enfocou essas habilidades e explorou mais a fundo os preparativos que são de responsabilidade do diretor assistente na metodologia de planejamento de um filme: Análise Técnica, Plano de Filmagem e Ordem do Dia.
De família com raízes no Amazonas, Joana se diz contente de poder trocar ideias com os realizadores locais, nos quais enxerga um grande desejo de produzir cinema. “As pessoas aqui são muito criativas e produzem filmes na guerrilha. Vejo uma energia forte, de pessoas muito ávidas para fazer cinema. Hoje trabalho no Festival de Cinema de Taguatinga (DF), e fico feliz de ver produções de Manaus selecionadas, filmes e documentários muito legais”, conta.
Ela destaca o papel da assistência de direção na realização de um filme. “É um aspecto importante para que um filme seja bem sucedido no set. É interessante passar esse conhecimento prático para que as pessoas possam fazer seus filmes”, assinala a diretora, que diz ter tido a sorte de aprender com profissionais de peso, entre eles Hsu Chien, Ivan Teixeira, e Kity Féo e Marcela Lordy. “Eles me ensinaram tudo. Adoro pensar que ensino hoje da mesma maneira como aprendi com eles”.

Trajetória – Joana Limongi é cineasta e artista plástica. É graduada em Artes Visuais e mestre em Artes pela Universidade de Brasília (UnB), tendo feito vários cursos na área do cinema, entre eles o curso de Roteiro da Escuela Internacional de Cine y Televisión (EICTV), de Cuba.
Estreou como diretora em 2009, com “A descoberta do mel”, curta de cunho experimental. “Depois dirigi outros curtas e trabalhei em diferentes funções no cinema, até entender que queria atuar como assistente de direção. Eu me realizo com isso”, declara ela, que atuou pela primeira vez como diretora assistente num longa ao lado do diretor Renato Barbieri, no documentário “Cora Coralina – Todas as vidas” (2015).
Apesar da paixão pelo trabalho no cinema, Joana minimiza o fascínio em torno de seus realizadores. “Outro dia vi o Edgard Navarro dizendo que não quer mais ser chamado de cineasta, mas de ‘cinemeiro’. Achei muito legal, e também me considero uma ‘cinemeira’. É um ofício de operário, de muito trabalho. ‘Cineasta’ traz uma ideia de glamour, que não existe no trabalho de verdade”, conta.
Ela também vê relação entre o cinema e outra atividade a que hoje vem se dedicando: a apicultura. “As abelhinhas fazem tudo no coletivo, e no cinema é assim também”.

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