sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Ana Amélia diz que Câmara deu 'licença-presídio' a Donadon

A senadora Ana Amélia (PP-RS) criticou  a decisão da Câmara dos Deputados de não cassar o mandato do deputado Natan Donadon (sem partido-RO), condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha. Ela também repudiou a determinação do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de afastar Donadon e convocar o suplente, o ex-ministro Amir Lando (PMDB-RO), para assumir o mandato.

- Agora ficamos numa situação em que parece que o Presidente da Câmara deu uma licença-presídio ao deputado Donadon, porque ele mantém o mandato - disse.

A senadora defendeu a votação de duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC) que tramitam no Congresso: a PEC 196/2012, que torna obrigatório o voto aberto em Plenário nos processos de perda de mandato, e a PEC 18/ 2013, que determina a perda automática de mandato parlamentar em caso de condenação judicial definitiva por improbidade administrativa ou crimes contra a Administração Pública.

Segundo a parlamentar, a Câmara daria "motivo de orgulho" e razão, especialmente aos eleitores, se tivesse cumprido o que a Justiça decidiu. 

- Não há mais o que discutir, não há mais o que dar licença, a Justiça disse e deu a última palavra. Olha que situação lamentável sob todos os aspectos! Realmente, não há seriedade no trato dessa questão. Lamento que os deputados tenham chegado a essa, eu diria, trágica decisão - afirmou.

Ana Amélia também lembrou a votação aos vetos presidenciais, entre eles o do Ato Médico, na semana passada, quando o Plenário da Câmara foi invadido por manifestantes. A parlamentar criticou a sugestão de lideranças partidárias de retirar os jornalistas do local, o que comparou com a ideia de "em caso de traição, tira o sofá da sala".  Ela observou que o trabalho da imprensa apenas "desnuda a realidade, mostra o que está acontecendo", e o que mancha a instituição são "os malfeitos cometidos ali dentro".

- O Legislativo continua surdo e dando as costas às mobilizações populares - lamentou.

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