sábado, 16 de setembro de 2023

Tenha dó

Um enfático "tenha dó", duas vezes, irritado, do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ao ministro André Mendonça, por criticar o espalhafatoso ministro da Justiça, Flávio Dino, trouxe de volta nas batucadas dos pagodeiros versos da dupla Claudinho e Bochecha, no samba "Tenha dó". Diz parte da letra: "Tenha dó/de compaixão/tenha dó nas cordas do violão". Nessa linha, no cotidiano do brasileiro, o tenha dó tem lugar cativo. Cresce como capim. Aumenta,  assustadoramente, a quantidade de moradores de rua. Tenha dó; a fome aumenta, triste e desesperador ver pais que não têm nada de dar para comer aos filhos. Tenha dó; governo pensando (pensando? foi mal) em comprar avião de luxo, autêntico hotel voador, para transportar Lula, Janja e aspones.  Tenha dó; o ministro Alexandre de Moraes exagerou, tenha dó, nas críticas ao jovem advogado que insultou os ministros da suprema corte; Não abriu o bico, porém, para advogado que afirmou que os ministros do STF são as pessoas mais odiadas do país. Tenha dó;  faltam creches em Brasília. Perto de 15 mil crianças aguardam vagas. População cada vez mais insegura, com roubos, assaltos e assassinatos. Tenha dó, governador Ibaneis Rocha; minireforma eleitoral aprovada pela Câmara Federal insulta o bom senso e agride a sociedade. Tenha dó; Lula cada vez mais refém dos gulosos do centrão.  Insaciáveis por vantagens. Querem sempre mais. O povo que se dane. Tenha dó; povo sofre sem bons postos médicos, sem vagas nos hospitais públicos. Tenha dó; de uma hora para outra, delator vira herói nacional. Para livrar a cara,  entrega  a própria mãe. Tenha dó; um escárnio, a numerosa comitiva de Lula a Cuba e aos Estados Unidos. Humilha e ofende milhões de brasileiros sem moradia, emprego e comida. Tenha dó. Quando a maioria dos políticos vai começar a lutar pelos pleitos do cidadão, deixando de cuidar e preservar seus próprios interesses? Tenha dó.


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