quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

COLLOR ALERTA SOBRE CRISE HÍDRICA NO PAÍS

Senador Fernando Collor (PTB-AL) Artigo publicado na Gazeta de Alagoas - 8 de Fevereiro Ganha mais dimensão o drama vivido pela população do Sudeste - e de outras regiões - em torno da ameaça de falta d’água. O tema segue mobilizando as esferas de decisão, especialmente onde se encontram os reservatórios. Em Alagoas e em outros Estados do Nordeste, há cidades já em clima de alerta para a possibilidade de racionamento. Faz tempo que venho estimulando o debate acerca da biodiversidade e do uso racional da água. Tal preocupação é bem anterior ao drama atual, que ocupa a agenda cotidiana do noticiário. Como exemplo, rememoro a Eco-92 e a Rio+20, dois grandes eventos mundiais que tive a honrosa oportunidade de fazer acontecer no Brasil. Mais recentemente, o Ciclo de Audiências Públicas, realizado pela Comissão de Serviços de Infraestrutura, sob minha presidência no Senado Federal. Entre vários encontros estratégicos, com participação de gestores e especialistas, realço o painel “Água: gerenciamento e utilização”, em 2013, quando dissecamos o assuntocom o presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Guillo. Um País que possui 1,6 milhão de quilômetros lineares de rio, detendo grandes bacias hidrográficas e quase 18% da água doce superficial do planeta, é até paradoxal enfrentar o desafio de ter que normalizar e garantir ao seu povo o abastecimento desse bem tão precioso. Esse desafio passa pela celeridade de medidas que reflitam a diversidade e os contrastes do nosso território continental. Enquanto temos uma bacia amazônica que despeja no Atlântico 220 mil metros cúbicos de água por segundo, visualizamos um cenário antagônico no semiárido brasileiro, onde há quase cinquenta milhões de pessoas. Verificou-se no debate de 2013 a necessidade de a legislação sobre as águas melhor refletir as disparidades territoriais. Da mesma forma, observou-se a necessidade de retomar a construção de reservatórios destinados ao uso múltiplo das águas. Por fim, alerto para o fato de ter algo mais “secando” e travando a dinâmica do nosso desenvolvimento. Já afirmei, inclusive na tribuna do Senado: urge destravar a evolução da infraestrutura no Brasil desse emaranhado burocrático e tecnocrático, que se apresenta como uma espécie de governança paralela. É sempre oportuno destacar: sem transporte a economia do País não anda; sem água, energia e combustível, ela se apaga, da mesma forma que sem telecomunicação, ela se cala e, sem saneamento, ela adoece. É hora da superação. Como disse Albert Einstein, físico e humanista alemão, a criatividade nasce da angústia. Sem crises não há desafios nem progressos. Ideias e soluções - como as que se encontram documentadas no Senado Federal - existem em profusão para transpor os obstáculos e viabilizar saídas, num ambiente integrado de cooperação entre os distintos níveis de poder e os segmentos pensantes da vida nacional.

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