segunda-feira, 10 de março de 2025

Inadimplência melhora mesmo com alta do endividamento

Estudo da CNC aponta que as famílias estão contraindo novas dívidas com condições de pagamento melhores para quitar as antigas.

 

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de fevereiro, promovida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), indica que o percentual de famílias que informaram ter dívidas a vencer, seja por conta de cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa, voltou a crescer após duas quedas consecutivas, chegando 76,4% em fevereiro de 2025. Ou seja, o percentual de endividamento encontra-se 0,3 ponto percentual (p.p.) acima do registrado em janeiro e 1,5 p.p. abaixo do verificado em fevereiro do ano passado (77,9%).

Porém, o estudo também sugere que parte das famílias brasileiras está optando por fazer uma nova dívida, com condições e prazos mais vantajosos, a fim de pagar as antigas. Este endividamento não é considerado ruim porque está sendo acompanhado de uma redução, na comparação mensal, de 0,5 ponto percentual nas dívidas em atraso, que corresponde a 28,6% das famílias inadimplentes em fevereiro, o terceiro recuo consecutivo. O percentual de famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso também permanece com tendência de queda, indo para 12,3%.

“A taxa média de juros cobrada aos consumidores apresentou recuo. E isso pode estar fazendo com que as famílias se preocupem mais com os juros pagos pelas contas atrasadas. Desse modo, passam a considerar vantajoso a troca de crédito”, analisa o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

Este cenário vai ao encontro dos últimos dados do mercado de crédito do Banco Central do Brasil, que demonstra evolução constante das concessões, confirmando um crescimento da procura por esses recursos. Esse movimento pode indicar que as famílias estão dispostas a criar novas dívidas para conseguirem quitar sua inadimplência.

Além de os consumidores terem menos contas atrasadas, o percentual de famílias com dívidas em atraso por mais de 90 dias vem recuando há quatro meses, chegando a 48,2% do total de endividados, o menor indicador desde julho de 2024. Outro dado positivo é que o percentual dos consumidores que têm mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas também apresentou redução, atingindo 20,5%, o menor percentual desde novembro de 2024.

Percepção de endividamento cresce

A Peic indicou também um dado que merece atenção com relação à percepção de endividamento, com o terceiro aumento seguido do percentual de pessoas que se consideram “muito endividadas” chegando a 16,1%, o maior nível desde setembro de 2024. A porcentagem daquelas que dizem que “não têm dívidas desse tipo” caiu para 23,5%, o que acende um sinal de alerta para a melhora do perfil de endividamento. Vale ressaltar que essa é uma percepção individual das famílias captada pela pesquisa sobre o que consideram muito ou pouco em termos de endividamento. Ou seja, é um indicador subjetivo e não caracteriza propriamente um superendividamento, mas sim a visão de cada brasileiro sobre o assunto.

“As nossas projeções mostram que o endividamento deve continuar aumentando ao longo deste ano, com as famílias sentindo mais confiança em utilizar o crédito para o consumo e a quitação de dívidas antigas, apesar dos juros. Além disso, a inadimplência deve continuar arrefecendo ao longo de 2025”, avalia Felipe Tavares, economista-chefe da CNC.

quinta-feira, 6 de março de 2025

Nota "Para não esquecer a história"- Coluna Eixo Capital - 6 março - Correio Brasiliense

Ana Campos,

Ultrajante, indecorosa, infame, afrontosa, torpe, melancólica e inacreditável, ontem, hoje e sempre, a iniciativa de elegantes,  sábios e orgulhosos senhores e senhoras de promover conclave repudiando a ditadura e homenageando a Assembléia Nacional Constituinte,  sem ter a dignidade, a grandeza, o respeito e a educação de convidar o ex-senador, ex-ministro da justiça, ex-presidente da OAB Nacional e relator-geral da Constituinte, o jurista Bernardo Cabral. É a velha, desprezível, mesquinha, imperdoável, revoltante, vil e deplorável ingratidão brasileira, com figuras que dedicaram a vida ao bom, honesto e saudável exercício da atividade pública, como Bernardo Cabral. Tenho ânsia de vômito. Próximo dia 27 Bernardo completa 93 anos de idade. Lúcido, altivo e generoso,  trabalhando diariamente, como consultor jurídico da Confederação Nacional do Comércio. Meus contundentes protestos a Fundação Astrojildo Pereira e ao Partido Cidadania, autores da promoção, marcada para o próximo dia 15, no Panteão Tancredo Neves. 


terça-feira, 4 de março de 2025

Pesquisa irá propor estratégias para revitalização do Setor Comercial Sul e criação de Polo Tecnológico Criativo

Com apoio da Fecomércio-DF, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal (Secti-DF) anunciou, o início de uma pesquisa para diagnosticar o cenário atual do Setor Comercial Sul, desenvolver um modelo urbanístico digital e físico e criar uma plataforma de suporte à estruturação do Polo Tecnológico Criativo.

O lançamento do projeto ocorreu no Teatro Sesc Silvio Barbato, um dos marcos culturais do DF, localizado no SCS. Totalmente reformado, o espaço foi entregue à população no início do ano com uma apresentação teatral que reuniu autoridades e expoentes da cultura local. A reforma é parte de um conjunto de ações de revitalização do SCS desenvolvidas pelo Sistema Fecomércio-DF, que além do Sesc-DF envolve Senac-DF e Instituto Fecomércio-DF, todos com unidades na região.



A pesquisa é resultado de uma chamada pública da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), intitulada “Programa Desafio DF”, o projeto integra um conjunto de ações estratégicas do GDF voltadas à revitalização da área central de Brasília.


Durante o lançamento do projeto, o presidente José Aparecido Freire falou sobre os investimentos realizados pelo Sesc-DF e pelo Senac-DF e destacou a atuação conjunta de diversas áreas para a revitalização do Setor Comercial Sul (SCS). Ele lembrou que, até recentemente, a instalação de empresas de tecnologia no local não era permitida, mas a situação mudou em 2023, quando o Governo do Distrito Federal (GDF) e a Câmara Legislativa (CLDF) aprovaram a inclusão de quase 300 novas atividades econômicas. A medida atendeu a uma demanda apresentada pela Fecomércio-DF e abriu caminho para a instalação de novas empresas na região.


“Conseguimos avançar graças à união de esforços, e o que acontece hoje é resultado dessas parcerias. Seguiremos com essa proposta de atrair cada vez mais empresas e revitalizar o Setor Comercial Sul, aproveitando sua localização estratégica, próxima ao metrô, à rodoviária e à W3 Sul. A recuperação dessa área está diretamente ligada ao fortalecimento do setor produtivo da nossa capital”, afirmou Freire.


A participação da academia no processo também foi ressaltada pelo reitor da Universidade Católica de Brasília (UCB), Carlos Longo. Para ele, a interação entre universidade, mercado e governo é essencial para o desenvolvimento econômico e tecnológico da região.


“Queremos fortalecer a conexão entre a universidade, as empresas e o governo para impulsionar o desenvolvimento de novas tecnologias. Hoje, por exemplo, tivemos um encontro com representantes da Embaixada da China, onde discutimos a importância da relação entre academia e setor produtivo. Na China, o mercado não avança sem a universidade, e a universidade não cresce sem o mercado. Esse caminho é fundamental, e a Universidade Católica se posiciona como um parceiro estratégico nesse processo, algo que nos enche de orgulho”, afirmou.


A revitalização do SCS tem sido uma das principais pautas do setor produtivo, que vê na região um grande potencial para atrair investimentos, estimular o empreendedorismo e consolidar um ambiente de inovação no Distrito Federal.


O diretor-presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), Marco Antônio Costa Júnior, destacou que o projeto representa uma oportunidade de transformação para o Setor Comercial Sul (SCS) e tem como base o Panorama da Economia Criativa, iniciativa desenvolvida em parceria com a Câmara de Turismo da Fecomércio-DF. O estudo mapeou não apenas os agentes criativos, mas também o potencial de cada região e a movimentação financeira do setor, que em 2022 alcançou cerca de R$ 9 bilhões no PIB do Distrito Federal.