O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), que em 2010 apresentou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 506-A, pedindo a prorrogação dos benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus por 50 anos, agora vai fazer a defesa da matéria no plenário da Câmara dos Deputados, local onde iniciou a sua trajetória política. Ele vai à Comissão Especial da Câmara Federal, em Brasília, apresentar argumentos a favor do modelo, ente os dias 14 e 16 de maio. A presença de Arthur Virgílio Neto na comissão foi viabilizada após a aprovação de requerimento de autoria do deputado federal tucano Plínio Valério, que é membro da comissão especial, solicitando a realização de audiência pública e a presença do prefeito de Manaus, segundo o requerimento, “para colaborar com subsídios”. A Zona Franca de Manaus, que vem sendo atacada constantemente por parlamentares de outros Estados, tem apoio do Governo Federal. A presidente Dilma Rousseff disse em outubro de 2011, em uma de suas visitas a Manaus, que a prorrogação do modelo é compromisso de seu governo e um presente para a cidade. Por conta do Polo Industrial e dos incentivos à Zona Franca, Virgílio tem entrado em conflito com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), por causa de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que quer derrubar as vantagens comparativas do modelo. A proposta do paulista é equalizar o ICMS, o que seria um "golpe de morte" para a ZFM, de acordo com o prefeito. Mesmo não estando mais em Brasília, Arthur Virgílio continua participando ativamente das discussões em torno da Zona Franca, assunto que pautou sua vida pública na capital federal durante o mandato de oito anos no Senado. A articulação pró-modelo tem o apoio declarado do senador Aécio Neves (PSDB), que pretende encontrar o prefeito nas próximas semanas, e o presidente nacional do Partido Social Democrático (PSD) e ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que em Manaus, há duas semanas, defendeu abertamente a Zona Franca, assumindo compromisso público em defender o modelo. Além da Zona Franca, Virgílio tem voltada suas baterias para outros temas nacionais, que estão em pauta e atingem diretamente o desenvolvimento da capital que governa. “Vou voltar a falar muito da questão nacional. Por exemplo, acho um absurdo as prefeituras terem direito a apenas 10% dos recursos. As prefeituras estão à míngua. Eu debato com altivez, não manipulando crianças em manifestações. Tenho respeito por quem governa o País, mas não estou aqui para bajular e abrir porta de carro. Meu ramo é trabalhar. Eu represento meu povo e me sinto um chefe indígena defendendo os nossos interesses”, afirmar o prefeito. Está confirmado para o dia 02 de maio às 15h, em Brasília, a audiência de Arthur Virgílio Neto com a presidente Dilma Rousseff (PT), a primeira desde que o tucano tomou posse. A pauta da reunião será a articulação de convênios e a concessão de empréstimos para realização de obras de infraestrutura na capital amazonense para a Copa do Mundo de 2014.
PSDB
Os constantes atritos de Arthur com alguns membros do PSDB já fizeram o prefeito a ameaçar que deixaria a sigla. Após conversar com a alta cúpula do partido, disse que neste primeiro momento pretende ficar no partido, até porque não é o tipo de político “que fica trocando de partido”. Ele explicou que não há demérito dos parlamentares tucanos em votar a favor de seus estados e que representam interesses contra a ZFM. “A única que me fará mudar de partido, de fato, é uma solução agressiva, de fato, contra o modelo”, diz.
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