segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Contribuições ambientais da ZFM são destacadas durante a 288ª Reunião do CAS

Vinte e seis projetos industriais e de serviços, sendo cinco de implantação e 21 de diversificação, ampliação ou atualização, com previsão de geração de US$ 133.63 milhões em investimentos totais e de 864 novos empregos no Polo Industrial de Manaus (PIM) nos três primeiros anos de operação, foram aprovados na 288ª Reunião  do Conselho de Administração da Suframa (CAS). 

Realizada no auditório da Autarquia, a reunião teve ainda como destaques debates sobre as contribuições do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) para a preservação da Amazônia, a importância da defesa das vantagens comparativas da ZFM nas discussões em torno da reforma tributária e a necessidade de fortalecimento da infraestrutura logística e de telecomunicações da região, como forma de possibilitar a manutenção de investimentos e ampliar a competitividade das empresas instaladas no PIM.

A solenidade foi presidida pelo secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec) do Ministério da Economia, Carlos Alexandre da Costa, e contou ainda com a participação do governador do Amazonas, Wilson Lima, do prefeito de Manaus, Arthur Neto, do vice-governador do Acre, Major Rocha, do superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, e de demais representantes de entidades de classe, dirigentes de órgãos públicos, parlamentares e empresários, entre outros.

Centro de sustentabilidade
O titular da Sepec, Carlos da Costa, afirmou que, neste momento em que as atenções mundiais estão voltadas para a Amazônia por conta da temática ambiental, a Zona Franca de Manaus tem uma grande oportunidade de buscar reconhecimento como maior projeto sustentável do planeta e de agregar valor estratégico em seus produtos. “O momento da região é muito feliz, porque, já que todo mundo está nos olhando, vamos mostrar como somos belos e como temos um modelo que deveria ser seguido por outros países”, afirmou o secretário.

Ele também mencionou que o governo federal está construindo, junto ao Inmetro, uma espécie de “certificação de pegada carbônica”, visando a demonstrar os impactos ambientais positivos dos produtos brasileiros e, em especial, dos produtos fabricados na ZFM. “A ideia é poder ter mecanismos de comparação e comprovação de que, se o desejo é mesmo pela preservação ambiental, os nossos produtos deveriam ser priorizados no mercado. Está na hora de dizermos: compre um celular, uma televisão, uma moto ou outro item fabricado na Amazônia e preserve ‘x’ árvores, porque eles foram feitos no maior projeto sustentável do mundo. Este é o momento de nos mostrar ao mundo com coragem porque somos exemplos” complementou.

Entre outros assuntos abordados pelo secretário, ele afirmou, ainda, que o Brasil está saindo da crise de maneira sustentável, com base em mudanças estruturais, esforços de simplificação e melhoria do ambiente de negócios, e voltou a comentar sobre a visão de futuro do governo federal para o desenvolvimento da região, que inclui não apenas o fortalecimento da dinâmica industrial do modelo ZFM, mas a efetiva implementação do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) com foco na geração de negócios e o sonho de transformar a região no maior polo de bioeconomia e economia sustentável do mundo. “Não queremos substituir o que existe hoje, e sim ampliarmos o modelo naquilo que faça sentido para a região, naquilo em que possamos ser o melhor do mundo”, disse o titular da Sepec. “Entre todas as possibilidades e cenários da reforma tributária, deixamos claro que o governo respeita e reconhece a importância da Zona Franca de Manaus e vamos preservar os incentivos de forma suficiente para que seja possível manter as empresas e atrair outras para cá. Vamos trabalhar juntos para ter marcos estáveis”, reforçou.

Crescimento
O superintendente Alfredo Menezes, além de agradecer publicamente o prefeito de Manaus, Arthur Neto, pelas obras de revitalização do Distrito Industrial que estão em andamento, destacou também os números do CAS neste ano que, em apenas duas reuniões, contabiliza 113 projetos de investimentos aprovados, estimando mais de cinco mil empregos diretos, US$ 800 milhões em investimentos totais e a injeção de faturamento da ordem de aproximadamente US$ 6 bilhões no PIM ao longo dos próximos três anos. “Nesta reunião temos investimentos importantes em segmentos representativos do PIM, como o Polo de Duas Rodas, que está em um momento muito bom neste ano, e o polo componentista. Os indicadores de desempenho do PIM mais recentes também mostram que ampliamos o faturamento em cerca de 11% no primeiro semestre e, além disso, os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) indicam uma geração de empregos no Amazonas acima da média nacional. Todos esses dados mostram que estamos em um momento muito satisfatório de crescimento e de ações que retornarão em benefício da população”, afirmou.

Menezes também renovou o convite da Suframa para a 1a edição da Feira de Sustentabilidade do Polo Industrial de Manaus (fesPIM), que será realizada no final de novembro, em Manaus, e destacou que a Autarquia foi convocada a integrar comitiva presidencial que visitará países como China e Japão na segunda quinzena de outubro. Por fim, ele também informou que a Suframa está em negociações com a ApexBrasil para desenho de uma parceria estratégica que estreite laços entre a região e mercados estrangeiros e possa, de fato, impulsionar a captação de investimentos internacionais.

sábado, 28 de setembro de 2019

Ruy Nogueira: Em Curitiba há uma mulher traída




Na capital da maldade, comentários impiedosos. O dinheiro que entrou fácil, a Bíblia na penteadeira, o amor eterno que ele jurou

https://www.brasil247.com/blog/em-curitiba-ha-uma-mulher-traida



Em Curitiba há uma mulher traída. Pior, ridicularizada. Quem conhece a incrível, fantástica, quase inacreditável história, já reserva-lhe olhares prenhes de malícia. Pelas costas, risinhos desumanos.  Na capital da maldade, comentários impiedosos. O dinheiro que entrou fácil, a Bíblia na penteadeira, o amor eterno que ele jurou.   
E os meninos? E o lar que juntos construíram? E os apartamentos comprados à preço de banana? E as viagens, as apresentações, as palestras? E a fama, os aplausos? E os prêmios? Sim, os prêmios! A casa está cheia deles.   
E a promessa de uma provável carreira política que poderia fazê-la até primeira-dama da República? “Vamos morar no Alvorada, meu amorzinho!”. Nada, nada. Tudo em vão. A implacável Lava Jato. Depois a terrível Vaza Jato. Agora, a desgraçada Vara Jato. Data vênia, a Vara... Por debaixo das vestes negras, data Vênus, o corpete, a cinta-liga e uma meia arrastão.   
Oh, Senhor Deus, tu faltastes à fiel de Curitiba!?   
Em Curitiba há uma mulher traída.   Reclamar a quem? À sogra ou ao Pastor? Fazer uma delação premiada? Sair louca correndo pelas ruas limpinhas do Bacacheri? Urrar suas verdades na Boca Maldita? Um striptease na Praça dos Três Poderes, bem em frente ao Supremo? Encenar um escândalo? Um supremo escândalo! Não seria nem rima, nem solução. De que adiantaria? O Jornal Nacional lhe daria o mesmo espaço? Nunca! Seria internada como louca. Louca, jamais!   
Na frieza da cidade, das pessoas e do leito. Na frieza dele, o traíra pervertido! Ela já sabe: irá se matar! Deixará uma carta o responsabilizando e enviará a todos. A todos! Via Telegram. Enforcar-se-á na mais alta das Araucárias e seu corpo inerte será balançado pelo vento frio do triste crepúsculo curitibano e bicado pelas gralhas azuis que lhe comerão os olhos. Mas, e a corda, a escada e a coragem? Seria uma vingança e tanto!   
Há uma mulher traída em Curitiba. Mulheres são traídas todos os dias em todos os lugares do mundo, de todas as maneiras, por todos os motivos...   
Mas, logo ela?! Em nome da lei? Em nome do quê? Do iluminismo? Do punitivismo? De passar o Brasil a limpo? O que será isso? Preso, Lula está mais livre do que ela. A mulher de Curitiba, dilacerada, só sabe que foi traída. A mulher de Curitiba, em mil pedacinhos, só sabe que está acabada.

Workshop Transpetro



quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Setentão - Recordando Gilberto Amaral (2014)


Anjo Ághata

Ághata, o anjinho de 8 anos queria ser bailarina.Irresponsáveis armados e fardados acabaram com a vida e com os sonhos da doce criança. Sua ternura, pureza e alegria foram para o melhor lugar do mundo: para perto de Deus. Uma caravana de anjos e reis veio buscá-la. Ághata foi mais uma vítima da brutalidade, da impunidade, da covardia, da intolerância e da   insegurança que tomaram  conta do Rio de Janeiro. Diante dos clichês e das desculpas esfarrapadas e cretinas das autoridades, resta aos pais, amigos e familiares  de Ághata o desespero,o choro, a agonia e a indignação. O Brasil, por sua vez, cobre-se mais ainda de vergonha aos olhos o mundo.  O clarão de luz , esperança, bondade e energia com os quais Ághata encantou a todos na Terra, vai iluminar ainda mais as estrelas. O orvalho da eternidade terá em Ághata uma sublime parceira.

Na ONU, Arthur Virgílio defende desmatamento zero na Amazônia

Convidado a participar das discussões das ações pelo clima, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, levou para a Organização das Nações Unidas (ONU) as propostas pactuadas no Fórum de Cidades Amazônicas, realizado em Manaus. “Os governantes do mundo precisam ter o controle desse processo [de mudanças climáticas] com lucidez, ou então, ao final deste século, o planeta perderá suas melhores condições de habitabilidade”, afirmou o prefeito referindo-se ao Acordo de Paris, que pretende manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C.

Arthur Virgílio foi muito aplaudido pela plenária ao encerrar seu discurso com palavras fortes e que expressam o desejo dos líderes locais e organizações que defendem a Amazônia. “Garimpo na Amazônia, não! Nossa meta é desmatamento zero”, afirmou.

Dividindo a mesa de discussão com o ministro dos Povos do Pacífico da Nova Zelândia, o representante da China para Mudanças Climáticas, a secretaria executiva da ONU na Comissão Econômica para a Europa, o secretário-geral do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, entre outras autoridades, o prefeito de Manaus chamou atenção para a necessidade de proteger a Amazônia, promovendo o desenvolvimento sustentável. “As recentes queimadas na Amazônia chamaram atenção do mundo, mas outros fatores comprometem a qualidade socioambiental da região, como o garimpo e a extração ilegal [de recursos minerais]”, declarou Arthur Virgílio Neto, citando um trecho do Pacto das Cidades Amazônicas.

O prefeito de Manaus participou dos debates das Reuniões de Coalizão, que são os painéis da Cúpula do Clima da ONU que antecedem a reunião com o secretário-geral da ONU, prevista para o dia 23/9, segunda-feira. As discussões seguem pelo domingo, 22, na sede da ONU, em Nova York, Estados Unidos. A cúpula do secretário-geral terá participação de alguns líderes mundiais e de poucas representações locais. Arthur compõe um grupo de cerca de dez prefeitos de todo o mundo que foram convidados para o evento.

Propostas

Ainda em sua fala, o prefeito de Manaus pontuou as principais propostas do Pacto das Cidades Amazônicas, entre elas, a sugestão à ONU pelo reconhecimento do Dia Internacional da Amazônia, a ser celebrado anualmente em 5 de setembro.

O Pacto das Cidades Amazônicas, apresentado por Arthur na Cúpula do Clima da ONU, foi criado no 1º Fórum de Cidades Amazônicas, realizado no início deste mês pela Prefeitura de Manaus, em parceria com a Fundação Konrad Adenauer e o ICLEI.

Cúpula do Clima

 A Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas deve reunir este ano, pelo menos, 60 países para discutir ações para reduzir os impactos das mudanças climáticas. O evento antecede a 25ª edição da Conferência Mundial do Clima – COP 25, que será realizada em dezembro, no Chile.

Pela primeira vez, a Cúpula do Clima foi aberta, neste sábado, 21, por jovens ativistas e empreendedores. A programação segue até a segunda-feira, quando chefes de estado e representantes de governos devem apresentar a proposta para frear o aquecimento global.

Zona Franca de Manaus é essencial para preservação da floresta amazônica



A importância estratégica da Amazônia para o Brasil e para o mundo e a necessidade incondicional de sua preservação, temas recorrentemente destacados pelo presidente da Republica, Jair Bolsonaro, em discurso realizado nesta terça-feira (24) na abertura dos Debates Gerais da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, guardam relação direta com o trabalho desenvolvido pela Suframa na administração da Zona Franca de Manaus (ZFM) – modelo de desenvolvimento regional mais exitoso da história do País.

Criada há mais de 50 anos pelo governo brasileiro, a Zona Franca de Manaus foi estabelecida, originalmente, para ser um centro industrial, comercial e agropecuário dotado de condições econômicas que permitissem seu desenvolvimento, diante dos fatores locais e das grandes distâncias dos centros consumidores de seus produtos. No entanto, especialmente a partir da implementação e da ampliação das operações do Polo Industrial de Manaus (PIM), a ZFM passou a gerar uma externalidade ambiental positiva, a qual, ainda que não intencional – uma vez que o modelo foi criado essencialmente com a lógica do desenvolvimento e da integração nacional –, exerceu influência decisiva para a preservação da floresta amazônica ao longo das últimas décadas.

A argumentação de que a Zona Franca de Manaus promove a harmonia entre a conservação ambiental na Amazônia e ações de desenvolvimento pode ser comprovada cientificamente por estudos como o livro “Impacto virtuoso do Polo Industrial de Manaus sobre a proteção da floresta amazônica: discurso ou fato?”, desenvolvido nos anos de 2009 e 2010 por pesquisadores das universidades federais dos Estados do Amazonas e Pará, do Instituto Piatam e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com resultados avaliados, ainda, por pesquisadores dos Estados Unidos, Europa e América Latina.

Neste estudo, avaliou-se o impacto do PIM na proteção da floresta em território amazonense em dois períodos distintos: até 1997 e entre 2000 a 2006, tendo como base os dados disponíveis sobre desmatamento no Estado. O estudo apurou que, no período de 2000 a 2006, quando a base de dados sobre o desmatamento na região passou a ter continuidade e consistência, a pressão sobre a floresta amazônica diminuiu entre 70% e 77%, em razão, fundamentalmente, da existência do Polo Industrial de Manaus. Com isso, demonstrou-se cientificamente que o modelo ZFM contribui para diminuir a pressão sobre os recursos ambientais e evitar o desmatamento da floresta amazônica.

Atualmente, o modelo ZFM é reconhecido nacional e internacionalmente como exemplo bem-sucedido de desenvolvimento e de conservação de sua área de atuação – Estados da Amazônia Ocidental e municípios de Macapá e Santana, no Estado do Amapá – em bases sustentáveis. Somente o Estado do Amazonas, mesmo após mais de quatro décadas de atividades industriais intensas, mantém preservada aproximadamente 98% de sua cobertura vegetal, marca inigualável que prova que é possível harmonizar alto grau de avanço tecnológico e respeito ao meio ambiente.

Indiscutivelmente, a preservação da floresta amazônica garante inúmeros benefícios para o Brasil e para o mundo. A Suframa, Autarquia do governo brasileiro vinculada ao Ministério da Economia, irá continuar empenhada no compromisso de garantir não apenas a sustentabilidade da região e seu progresso socioeconômico, mas também a estabilidade e o fortalecimento da Zona Franca de Manaus, principal agente de preservação deste patrimônio da humanidade.

Ághata, o anjinho de 8 anos queria ser bailarina. Irresponsáveis armados e fardados acabaram com a vida e com os sonhos da doce criança.   Sua ternura, pureza e alegria foram para o melhor lugar do mundo: para perto de Deus. Uma caravana de anjos e reis veio buscá-la. Ághata foi mais uma vítima da brutalidade, da impunidade, da covardia, da intolerância e da   insegurança que tomaram conta do Rio de Janeiro. Diante dos clichês e das desculpas esfarrapadas e cretinas das autoridades, resta aos pais, amigos e familiares de Ághata o desespero, o choro, a agonia e a indignação. O Brasil, por sua vez, cobre-se mais ainda de vergonha aos olhos o mundo.  O clarão de luz, esperança, bondade e energia com os quais Ághata encantou a todos na Terra, vai iluminar ainda mais as estrelas. O orvalho da eternidade terá em Ághata uma sublime parceira. 
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Não fiquei surpreso com a pobreza intelectual do discurso de Bolsonaro, na ONU. Texto recheado de repetidas e cansativas acusações, ressentimentos, clichês surrados sobre a Amazônia, e ameaças descabidas. Seguramente a rispidez, o provincianismo e grosseria de Bolsonaro não agradaram aos mais de 140 chefes de Estado presentes ao plenário da ONU. Enfatizar que ninguém mete o bedelho na soberania do Brasil foi valentia óbvia e desnecessária. Acusar parte da imprensa de sensacionalista, foi outra bobagem.  Na ONU, os presidentes devem enfocar detalhes da política externa de seus países. Anunciar avanços e contribuições de suas gestões. Medidas que podem servir ao mundo. Não praguejar como se estivesse em palanque eleitoral. Travestido de vítima e salvador da Pátria. Para concluir a série bestial de pantomimas, Bolsonaro deveria badalar para o mundo que insiste em tornar o filho catedrático em fritar hambúrguer, embaixador nos Estados Unidos.
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Excelente a matéria de Johanns Eller (O Globo- 22/9) destacando a vigilante e árdua missão do general Augusto Heleno como ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Heleno tem amplo currículo de bons serviços ao país. É respeitado por civis e militares. Patriota e competente.  Quem dera que o governo contasse com mais expressivos e firmes Helenos auxiliando Bolsonaro.
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Não foi só Ganso que jogou mal, contra o Goiás. Todo o time deu vexame. Seguramente a mais fraca partida do Ganso que assistir. O meia já entrou cabisbaixo. Cara amarrada. Triste. Em campo nada deu certo. Ficou evidente que Ganso e Nenê não podem jogar juntos. Ganso precisa jogar mais na frente. Perto da área adversária. Como atuou, e bem, contra o Corinthians. Algo anda dando errado na vida pessoal do Ganso. Alguma coisa tem atrapalhado e muito o rendimento do excepcional jogador. Como Ganso costuma ser retraído, a situação piora. Analistas de meia pataca não têm autoridade para jogar pedras em Ganso. Falam tolices sem procurar saber o que está acontecendo com o atleta. Lamento que Ganso esteja se prejudicando, profissionalmente, no combalido e confuso time do fluminense. Agora Ganso não pode mudar de clube. Ano que vem seguramente trocará de ares. Levantar a cabeça. Voltar a jogar seu vistoso e inteligente futebol.  Se realmente ainda pretende merecer uma chance de Tite na seleção.
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Na coluna de 22/9, no Globo, Marcelo Barreto ao recordar os títulos mundiais de futebol, conquistados pelo Brasil, salienta que Ricardo Teixeira como presidente da CBF conquistou 2 títulos, em 94 e 2002. Nessa linha, segundo o colunista, João Havelange, como presidente da então CBD, não conquistou nenhum título. Barreto errou feio.  Com Havelange no comando da entidade, o Brasil foi campeão do mundo nas copas de 58, 62 e 70.
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Com licença aos craques da legítima música popular, Orestes Barbosa e Tom Jobim: minha rua, no Lago Norte, era um palco iluminado. Eu dormia vestido de felicidade. Embalado por emoções. Acordava com passarinhos. A sinfonia mudou: É prego, martelo e pedra.  É escavadeira e furadeira. É o caminhão perfumado e barulhento da limpa-fossa. É o ronco do motosserra, da enceradeira e também da britadeira. Tem latidos para todos as horas, alturas e gostos. Além do débil mental pilotando motocicleta com cano de descarga aberto. Sou feliz com o inferno ao redor e não sabia. E cara alegre.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Collor abre os olhos de Bolsonaro - Folha de São Paulo - 17 setembro

Qualificada, ponderada, firme, lúcida  e patriótica a entrevista do ex-presidente e senador Fernando Collor. O título da matéria é oportuno, significativo e didático. Soa como sugestões e alertas de quem sabe que o poder é efêmero e massacrante. De homem público que deseja o melhor para a coletividade. (Poder - 17/9 - Folha de São Paulo - "Para Collor, Bolsonaro ganharia muito se retirasse a ideologia de seu governo").

Discurso em defesa de uma reforma da Previdência justa e sem penalizar o...

Para Collor, a Previdência não pode desconsiderar a questão sociaL

Para o senador Fernando Collor (PROS-AL) votar a favor desta proposta da Previdência "seria incoerente com minha história e um desrespeito ao meu modo de pensar". Nessa linha, em 2016, no sertão de Alagoas, Collor discursou advertindo sobre as ameaças contra a Previdência. Abaixo, na íntegra, discurso fundamentado, coerente e esclarecedor, do ex-presidente no plenário do Senado. Com apartes de apoio de dois atuantes, vigilantes e respeitados senadores, Paulo Paim ( PT-RS) e Antônio Anastácia( PSDB-MG).

O SR. PRESIDENTE (Antonio Anastasia. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - MG) – Muito bem.
Tenho, portanto, a grande honra e satisfação de conceder a palavra a S. Exa. Senador Fernando Collor.
O SR. FERNANDO COLLOR (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - AL. Para discursar.) – Presidente Senador Antonio Anastasia, Exmas. Sras. Senadoras, Exmos. Srs. Senadores, a importância da atualização da previdência é conhecida. É preciso lembrar, porém, que soluções para o aspecto fiscal não podem desconsiderar a questão social. Devemos estar permanentemente atentos e sensíveis às necessidades das pessoas, sobretudo dos mais pobres.
O Projeto de Reconstrução Nacional, proposto pelo meu Governo em março de 1990, foi reconhecido até mesmo por Roberto Campos, no seu livro de memórias A Lanterna na Popa, como um conjunto sólido e bem-acabado de propostas liberais para o Brasil recuperar a estabilidade e crescer.
Acreditava eu na época e continuo a acreditar hoje que o caminho para o desenvolvimento passa pelo social-liberalismo, por uma estratégia moderna que harmonize liberdade, eficiência e equidade, que busque eliminar a vergonhosa combinação de privilégio e penúria que insiste em caracterizar a nossa estrutura social.
No campo liberal, mais uma vez segundo Roberto Campos, fui pioneiro ao inserir irreversivelmente na agenda do País e no discurso político temas modernizantes da privatização, da desregulamentação e da abertura comercial.
14:04
De forma coerente, desde o início o meu Governo buscou reduzir o inchaço do Estado, estimular a economia e promover a inserção soberana e não conflituosa do Brasil no concerto das Nações. Ele teve início em um cenário de moratória da dívida externa, com linhas de crédito comerciais suspensas e sem interlocução com o exterior no campo econômico. Ciente da necessidade de tratar essa dívida como uma conta a ser paga e não mais como uma questão política a opor países desenvolvidos e em desenvolvimento, renegociei com nossos credores internacionais. Ao superar a visão arcaica e defensiva de que a dívida externa seria uma afronta à nossa soberania e um instrumento dos países ricos para nos manter dependentes, criamos as condições para colocar o Brasil no caminho da recuperação.
Implementei o Programa Nacional de Desestatização, o Programa Federal de Desregulamentação, dos setores produtivos, além do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade. Promovi redução unilateral das barreiras tarifárias ao comércio exterior. Em 1989, a taxa de importação média era de 38%, caracterizando o Brasil como um dos países de economia mais fechada do mundo. Ao final do meu período na Presidência da República, esse valor caíra para 21,2%.
Minha crença no liberalismo permanece inalterada. Contudo, mesmo o mais liberal dos governos precisa, necessariamente, ter consciência social e ambiental, sob pena de tornar-se elitista, predatório e isolacionista.
Exmas. Sras. Senadoras, Exmos. Srs. Senadores, do ponto de vista econômico, a chamada reforma da previdência não terá resultados práticos significativos no cotidiano da população. Autoridades acabaram por reconhecer que ela não resolverá o problema do desemprego e não promoverá a retomada do crescimento. Mas grande parte dos brasileiros foi convencida de que todos os nossos problemas desaparecerão no dia seguinte à sua aprovação, caso isso ocorra. Isto é óbvio: a mudança de um dia para o outro do quadro nacional não acontecerá.
Será muito difícil lidar com a descrença das pessoas – muito difícil. Nada pior que a descrença. Em pouco tempo, o resultado desse longo e desgastante esforço se transformará em decepção profunda para o povo brasileiro. No atual cenário de forte polarização, esse desgosto pode ensejar uma perigosa desagregação social.
Uma proposta mais adequada deveria conciliar o equacionamento fiscal com o fortalecimento da cidadania e a garantia da justiça social. Teria como objetivo reduzir a distância entre os mais ricos e os mais pobres. Mas é precisamente nesse campo que estão as maiores falhas do texto. Se ele terá o incerto resultado de reduzir privilégios de alguns, sem dúvida aprofundará a penúria de muitos brasileiros.
Argumenta-se que os mais pobres serão beneficiados na medida em que a contenção do déficit previdenciário liberar verbas para educação, saúde e segurança. Contudo, não há qualquer garantia formal de que os recursos economizados às suas custas serão aplicados naquelas áreas.
14:08
É certo, porém, que a dita reforma os prejudica diretamente quando mais precisam do benefício previdenciário para fazer frente às despesas decorrentes da avançada idade. Mesmo os medicamentos genéricos, por exemplo, são vendidos hoje a preços proibitivos para os mais carentes, apenas, como disse, como um pequeno exemplo da dramaticidade da situação dos aposentados caso essa reforma venha a ser aprovada. De alegados beneficiários, eles serão, na verdade, vítimas nesse processo.
A proposta transfere para a legislação infraconstitucional – e isto é grave – a definição de pontos importantes, como a disciplina de benefícios previdenciários, as regras de tempo de contribuição para aposentadoria, as regras de cálculo e reajuste e a possibilidade de acúmulo ou não de benefícios.
Além disso, constitucionalizam-se de forma transitória pontos que hoje não estão na Constituição Federal, como o cálculo do valor do benefício, a forma de rateio da pensão por morte e o valor mínimo da contribuição previdenciária. A nova disciplina constitucional permanecerá temporariamente em vigor até a edição de lei complementar, sabe-se lá quando, sobre o referido tema.
Esse duplo processo, de desconstitucionalização de alguns temas e de constitucionalização aparente e transitória de outros, acabará por aprofundar a vulnerabilidade dos direitos sociais. Tendo em vista as relações de longo prazo que se constituem em torno do regime previdenciário, parece temerário não contar com a estabilidade jurídica proporcionada pelo processo de modificação da nossa Constituição.
Regras de transição inócuas para o cálculo do benefício também merecem atenção, Sr. Presidente. A previdência está, em boa parte, fundamentada na confiança legítima do segurado de que, preenchidos os requisitos, ele, segurado, passará a receber o benefício quando estiver incapacitado para o trabalho, seja por idade, por doença ou invalidez. Quanto maior o tempo de contribuição, mais intensa, naturalmente, é a confiança do segurado no sistema e, portanto, maior deve ser o respeito do Estado a essa confiança. Na falta de regras de transição efetivas, o benefício concedido àquele que se aposentar no dia seguinte à promulgação da emenda constitucional, caso venha a ser aprovada, será substancialmente inferior ao daquele que tiver se aposentado dias antes. Isso não é justo! Isso é cruel!
Exmo. Sr. Presidente Antonio Anastasia, Exmas. Sras. Senadoras, Exmos. Srs. Senadores, quanto mais nos dedicamos ao estudo da matéria, mais pontos nebulosos se apresentam. Essa constatação é, por si só, suficiente para dar razão àqueles que defendem discussões mais aprofundadas sobre a previdência. O bom senso indica que o melhor seria dedicar mais algum tempo ao debate do que desperdiçar anos com as necessárias, indispensáveis, imprescindíveis correções e amargar décadas de arrependimento pela oportunidade perdida.
14:12
Reconheço o enorme esforço dos que se empenharam no aprimoramento do texto original. A manutenção da atual disciplina do benefício de prestação continuada é o símbolo, no meu entender, maior dos avanços obtidos no Congresso Nacional.
Na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal, o Relator acolheu sugestão minha, apresentada, e com muita honra para mim, em conjunto com o Senador Paulo Paim e associada a outras no mesmo sentido, de definir o salário mínimo como limite inferior da pensão por morte. É um importante avanço, que busca garantir a subsistência dos pensionistas e de suas famílias.
Mas ainda assim, os aprimoramentos alcançados no Legislativo são insuficientes. O texto apresenta, como já disse, vício de origem incontornável: privilegia o aspecto fiscal em detrimento do social. A intenção pode ser boa, mas não estou convencido de que seus efeitos serão justos, ou condizentes com os objetivos liberais.
Reafirmo, mais uma vez, minha profissão de fé em relação ao social-liberalismo. Votar a favor da proposta seria incoerente com a minha história e um desrespeito ao meu modo de pensar. É em razão desse conjunto indivisível de valores, Sr. Presidente Antonio Anastasia, Sras. e Srs. Senadores, que cultivo e pratico, que votarei contra a chamada reforma da previdência! Se ela é necessária, não pode ser feita a qualquer custo!
Para se reformar o Estado, é fundamental ter visão clara e lúcida do papel que ele deve desempenhar no mundo moderno. Não basta apenas remover aquilo de que se discorda, isso seria uma tarefa muito fácil. Há que se propor – isto é que é importante – algo em substituição. Precisamos de uma estratégia coerente e consistente, abrangente e suficientemente detalhada, realista e ainda assim ousada, que trace o mapa do caminho para reaquecer nossa economia, mas com justiça social, responsabilidade ambiental e inserção soberana no cenário internacional.
Eram essas as minhas palavras, S. Exa. Sr. Presidente Antonio Anastasia, Sras. e Srs. Senadores...
O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Presidente Collor, se me permite um aparte dentro do seu tempo ainda...
O SR. FERNANDO COLLOR (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - AL) – Ouço o Senador Paulo Paim.
O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para apartear.) – Primeiro, Presidente Collor – permita-me que assim o chame, e não somente Senador –, eu não esperava de pessoas como V. Exa., que eu aprendi no convívio aqui a respeitar, uma posição diferente a essa.
O seu discurso é didático, é educativo, tem uma sabedoria que poucos aqui conseguiram ainda entender, tem o raciocínio lógico, fala do social, fala do liberalismo, fala do meio ambiente, fala da responsabilidade de uma política econômica comprometida efetivamente com o povo brasileiro.
Eu quero, se possível... Eu pediria, e é a primeira vez que vou pedir isto... Está redondo. Sabem o que é redondo? É linguajar meu mesmo. Está redondinho o seu pronunciamento. Seria muito bom se a Casa pudesse mandar uma cópia para os 81 Senadores.
O SR. FERNANDO COLLOR (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - AL. Fora do microfone.) – Muito obrigado.
O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Se não puder ser o vídeo, que seja por escrito. Mas eu queria muito que os 81 Senadores ouvissem a sua fala aqui...
(Soa a campainha.)
14:16
O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – ... nesta quarta-feira, de um tema tão importante, que interessa, eu diria, a todo o povo brasileiro.
O resultado final – eu repito isto – prejudica a geração do passado, a do presente e também a do futuro. Só tenho isso para dizer – eu não faria um ajuste no seu pronunciamento –, porque muita gente não está entendendo o que está acontecendo.
E aí eu termino dizendo: obrigado por ter cedido, lá na CCJ, naquele período mais forte do debate, o espaço para este Senador. Mas estou convencido: V. Exa. fez falta lá, mas já está de volta e vai participar agora dos debates finais.
Meus cumprimentos a V. Exa.
Olhe, fiquei aqui todo o tempo ouvindo e quase hipnotizado pelo raciocínio e o discurso de V. Exa. sobre a previdência.
Obrigado.
O SR. FERNANDO COLLOR (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - AL) – Muito obrigado a V. Exa., Senador Paulo Paim, cujas palavras me enchem de orgulho e de satisfação, por entender que, diante do que V. Exa. acaba de afirmar, eu estou trilhando o caminho da razão, o caminho do bom senso, o caminho certo, o caminho em favor do povo brasileiro.
V. Exa., que pontifica, nesta Casa e na sua vida, ao longo de tantos e tantos anos, como um defensor incansável dos direitos dos trabalhadores, merece de todos nós um grande reconhecimento pelo trabalho que vem exercendo. Eu é que me sinto honrado de ter tido V. Exa. ocupando a posição na Comissão de Constituição e Justiça quando do debate da chamada reforma da previdência, em que V. Exa. o vivenciou com tanto brilhantismo e com tanto talento na defesa dos seus pontos de vista, que são os pontos de vista que defendem o interesse do povo brasileiro.
Muito obrigado pelas suas palavras.
Eu agradeço, Sr. Presidente, mais uma vez, o tempo que me foi concedido.
Obrigado, Presidente, Senador Antonio Anastasia.
O SR. PRESIDENTE (Antonio Anastasia. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - MG) – Muito obrigado, eminente Senador Fernando Collor.
Eu gostaria de, fazendo coro às observações do Senador Paulo Paim, igualmente cumprimentar V. Exa. pelo lúcido pronunciamento, fruto da sua experiência, descortino, tirocínio e visão e vocação públicas, que V. Exa. tão bem apresenta nesta Casa. Não há dúvida de que a ponderação feita pelo Senador Paim é muito apropriada. E nós todos Senadores temos muito a aprender com o pronunciamento feito aqui agora por V. Exa. sobre tema tão delicado, que é o da previdência.
Portanto, meus cumprimentos e, mais uma vez, meus parabéns.
O SR. FERNANDO COLLOR (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - AL) – Muito obrigado a V. Exa., Senador Antonio Anastasia, que também é um dos Senadores que honram e dignificam este Senado da República, pelas suas palavras. Eu as acolho como um sintoma de que nós estamos partilhando um caminho comum, um caminho da responsabilidade para com o futuro deste País e para com o futuro do povo brasileiro.
Muito obrigado a V. Exa. mais uma vez.
O SR. PRESIDENTE (Antonio Anastasia. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - MG) – Parabéns, Presidente.
Dando sequência à ordem dos inscritos, agora, para uma comunicação inadiável, concedo a palavra ao eminente Senador Paulo Paim, do PT, do Rio Grande do Sul, para o seu pronunciamento.
Senador Paulo Paim, como é comunicação, bem o sabe, o prazo é um pouquinho menor, mas sempre contando com a boa vontade da Presidência.
O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para comunicação inadiável.) – Mas eu já fiquei contemplado pela fala do ex-Presidente, Senador Collor de Mello. Já me senti contemplado.
Sr. Presidente Anastasia, Senador Kajuru, Senador Humberto Costa, Senador e ex-Presidente Collor, vou falar sobre o salário mínimo. Tem tudo a ver com a previdência.
14:20
O Governo Federal já acabou com a política de valorização do salário mínimo, aquela política que nós aprovamos por unanimidade, Câmara e Senado, que garantia a inflação mais o PIB. Para surpresa nossa, agora anuncia que também não vai dar para o salário mínimo o prejuízo causado pela inflação, que é automático. Está na Constituição que tem que se manter o valor real. Agora, anunciam que vão congelar o salário mínimo por dois anos.
Se continuar assim, eles, que dizem que querem combater os privilégios, vão levar o salário mínimo para um valor correspondente hoje, se continuar não havendo reajuste, a R$500. E hoje vale R$1 mil. Preocupa-me muito.
É bom lembrar que, já que dizem que combatem o privilégio, que cerca de 100 milhões de pessoas, direta e indiretamente, dependem dele, do salário mínimo. É bom lembrar para o Governo que, para cada R$1 a menos no salário mínimo, o Governo perde de arrecadar R$0,54 em tributos.
Aonde vamos chegar? Na miséria total da população? Na fome coletiva? Em mais desemprego? Se não existe poder de compra, o empregador não vai produzir os estoques para guardar na prateleira. Ele tem de ter para quem vender. E o salário mínimo é termômetro, é parâmetro também para os outros salários.
Eu pergunto: é atacar privilégio congelar o salário mínimo por dois anos?
Economistas renomados afirmam que retirar a inflação prejudica a retomada da economia, provoca o aumento da desigualdade e usaram para essa ideia a palavra estupidez. Não é minha, mas eu assino embaixo também. É uma estupidez. Atacam o social.
Para a Doutora em Desenvolvimento Econômico da Unicamp Marilene Teixeira, numa sociedade, como a brasileira, marcada pelo baixo salário, inclusive do salário mínimo, o congelamento é um desastre em todos os sentidos. Diz ela: "O salário mínimo é uma espécie de farol da economia. Mesmo em setores muito precarizados, com trabalho informal, sem registro em carteira, o trabalho tem de ter a sua remuneração baseada pelo menos no valor do salário mínimo. O congelamento vai afetar tanto os trabalhadores formais como os informais", fecho aspas.
Trinta por cento do total de pessoas ocupadas recebem o salário mínimo, R$998; 67% ganham até dois salários mínimos, R$1 mil. Levantamento do Dieese mostra que recebem um salário mínimo 23 milhões – previdência agora – de aposentados e pensionistas do INSS, 12 milhões de empregados, 8,5 milhões de trabalhadores por conta própria, 3,7 milhões de empregados domésticos, num total de aproximadamente 50 milhões de pessoas.
14:24
Por isso, eu falei que, direta e indiretamente, cem milhões de pessoas dependem do salário mínimo. Aqui daria 48 milhões. Vamos botar só um dependente. É como se o pobre tivesse direito a um filho, mas não pode ter esposa, o que seria um milagre, não é? Então, tem que botar dois dependentes. Tem que botar o pobre, com o desemprego que está aí, a esposa e um filho. Daí iríamos para quanto? Para 150 milhões de pessoas. Se eu ficar só em um que trabalha e a esposa, sem nenhum filho, já dariam cem milhões de pessoas pelo cálculo que está aqui apresentado.
Mas vamos em frente. Ainda segundo a economista da Unicamp, o congelamento é um efeito cascata que puxa para baixo todos os benefícios dos aposentados e pensionistas que serão agora – eu diria – metralhados com essa reforma da previdência, em que a ampla maioria pode pensar que vai passar a receber de benefício daqui para frente a metade daquilo que receberia com a atual legislação.
Isso que o Presidente Collor falou muito bem, a tal de regra de transição só atinge 20%; o resto todo, como V. Exa. falou, no outro dia, já passarão a receber, em tese, a metade daquilo que teria de direito. Ou seja, você tem praticamente milhões de pessoas impactadas diretamente com a perda de compra do salário mínimo. Imagine o impacto que terá na economia dos pequenos Municípios que dependem da aposentadoria para fazer sua economia girar.
Adriana Marcolino, outra economista do Dieese, concorda...
(Soa a campainha.)
O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – ... que a medida do Governo não é inteligente, é uma medida cruel e burra, porque fragiliza ainda mais a nossa economia com uma economia relativamente baixa para os cofres públicos. O que o Governo vai economizar é muito pouco.
Termino, Sr. Presidente.
O próprio Governo anunciou que, se hoje o salário mínimo fosse congelado, a economia para o próximo ano seria de apenas R$12 bilhões. Vale fazer uma economia dessa de tirar na reforma... V. Exa. falou muito bem, Presidente Collor. Quando ele reduz o leque de abrangência do abono, que não serão mais dois salários mínimos, mas somente R$1,38 mil, 13 milhões de pessoas deixarão de receber o salário mínimo. E aqui ele fala nesse momento que mais R$12 milhões ele tira do mercado quando ele acaba com o reajuste do salário mínimo.
Termino dizendo que isso, Sr. Presidente, só vai aumentar ainda mais a desigualdade social e a pobreza. Não garantir o aumento real já é uma perda considerável para as famílias de baixa renda – ele não vai garantir; agora é o PIB, como eu falava no início –, mas congelar vai diminuir o poder aquisitivo dos mais pobres, é um absurdo. Por isso, eu quero ainda acreditar que isso não vai acontecer. O nosso País tem que criar e estabelecer concretamente política de geração de emprego, de redução da desigualdade e de distribuição de renda.
A última frase: temos que ficar atentos, pois se ventila já a ideia de congelar, retirar a inflação...
(Soa a campainha.)
O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – ... que já poderia ser incluída na PEC 438, de 2018, já tramitando na Câmara dos Deputados. Então, tome nota do número: Proposta de Emenda à Constituição 438, de 2018. É ali que eles querem emplacar uma emenda dizendo que o salário mínimo não será mais corrigido nem pela inflação.
14:28
Eu tenho a ousadia de dizer, não precisa me dar nem mais um minuto, 30 segundos chegam: aqui no Plenário do Senado, essa proposta não passa.
Eu tomo a liberdade de dizer, como tomo a liberdade também de dizer, Presidente Anastasia: essa reforma da previdência vai ser debatida aqui exaustivamente no dia da votação; eu faço um apelo aos Senadores, mesmo aqueles que têm uma visão de que os destaques poderão resolver, então, este é o momento: que a gente vote, cada um vote com a sua consciência a peça principal; mas nos destaques dessas questões mais terríveis, eu diria, que levarão à miséria absoluta, e eu diria até à morte, até a morte de milhões de brasileiros, no estado de miséria em que as coisas vão entrar, nós podemos ajustar com destaques. Vamos trabalhar. Cada um, na peça principal, vote com a sua consciência; mas nos destaques – e eu tenho certeza de que teremos mais destaques que serão votados aqui no Plenário – nós podemos mudar o curso da história e salvar o povo brasileiro.
Era isso. Obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Antonio Anastasia. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - MG) – Senador Paulo Paim, uma vez mais tenho a oportunidade de cumprimentar V. Exa. E é interessante que o discurso que V. Exa. acaba de fazer veio em casamento com o que falava há pouco o Presidente Collor. Aparentemente houve quase uma dobradinha de temas, porque são temas sociais de alta relevância os dois, numa harmonia muito adequada na questão previdenciária e na questão do salário mínimo, tão importantes para a população mais pobre do Brasil. E V. Exa. tem razão, não acredito que uma proposta com essa natureza possa ser aprovada com essa desvinculação total. Seria muito danoso às pessoas no Brasil. Parabéns, Senador Paulo Paim.

Pena ver Marco Maciel neste estado

As leis de Deus são realmente implacáveis. Algumas doem na alma. Soam como injustas. Difíceis de admitir e compreender. Sobretudo quando constata-se que marginais, vigaristas, patifes, ladrões, pedófilos, assassinos, estão cheios de saúde. Soltos e faceiros. Enquanto figuras humanas notáveis e qualificadas, como Marco Maciel, que honrou e dignificou a vida e os importantes cargos que ocupou, aguarda, em casa, sem poder falar nem andar, com Alzheimer, o chamado do todo Poderoso. Ironicamente, Marco Maciel também é imortal, membro da Academia Brasileira de Letras. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Suframa apresenta oportunidades da ZFM para empresa chinesa do segmento fotovoltaico

O superintendente adjunto de Operações da Suframa, Luciano Tavares, reuniu-se  com executivos da Zhangjiakou Longchi Technology, empresa de origem chinesa que atua no segmento de produção de baterias e energia limpa. Também participaram do encontro o superintendente adjunto de Projetos da Suframa, Gustavo Igrejas, o coordenador geral de Planejamento e Programação Orçamentária, Fábio Calderaro, e o coordenador geral de Comércio Exterior, Felipe Esteves, bem como o ex-vereador e deputado federal Massami Miki e demais assessores e empresários que acompanham a comitiva estrangeira na passagem por Manaus.

Durante a reunião, os profissionais da Suframa fizeram, inicialmente, uma apresentação sobre o modelo Zona Franca de Manaus, abordando tópicos como os incentivos fiscais ofertados, as contrapartidas exigidas das empresas, os reconhecimentos internacionais da ZFM e os processos produtivos básicos (PPBs) aprovados especificamente para produtos do segmento fotovoltaico, entre os quais geradores fotovoltaicos, painéis solares fotovoltaicos, módulos inversores e módulos acumuladores de energia elétrica (baterias).

Em seguida, os representantes da Autarquia também fizeram uma apresentação sobre o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), apresentando dados sobre as potencialidades da biodiversidade amazônica e explanando a nova proposta de trabalho elaborada para o Centro, a qual é fundamentada, principalmente, no novo marco da inovação e na geração de negócios.

Os executivos da Longchi Technology, além de exibir um vídeo institucional da empresa, também aproveitaram a oportunidade para tirar dúvidas sobre as informações apresentadas pela equipe técnica da Suframa, buscando conhecer mais detalhadamente sobre a incidência dos tributos, a infraestrutura logística da região e, no tocante ao CBA, a possibilidade de cooperação para desenvolvimento de novas tecnologias. Ao final da reunião, a comitiva estrangeira seguiu para uma visita à sede do CBA e para outras atividades que deram prosseguimento à agenda em Manaus.

O superintendente adjunto Luciano Tavares destacou a importância da audiência com os executivos da Longchi Tech, afirmando que a Suframa tem grande interesse na atração de investimentos para o segmento fotovoltaico da Zona Franca de Manaus. “É uma empresa que, por tudo que foi demonstrado, aparenta ter grande expertise e capacidade tecnológica para fabricação de produtos nesse segmento.  E isso se torna cada vez mais importante, sobretudo, em um mundo que está cada vez mais voltado para a identificação de soluções que promovam a energia limpa”, pontuou Tavares.

Política emocionante

Tópicos do emocionante noticiário político, merecedores de atenção. Bolsonaro reuniu-se com os ministros Augusto Heleno, Ernesto Araújo e o deputado Eduardo Bolsonaro, para a elaboração do discurso presidencial na ONU. Votos para que o filho de Bolsonaro não insista em colocar no texto suas notáveis e famosas receitas de fritar hambúrguer; A propósito, o deputado Kim Kataguiri, do DEM paulista, em recente entrevista indagou, perplexo, "Como é que vamos ter como embaixador em Washington uma pessoa que fala inglês tão bem quanto Joel Santana?"; Lamentável, mas não deu certo, o movimento de Pedro Simon para que o deputado Baleia Rossi desistisse da candidatura a presidente do MDB. Pena. O  mundo pode naufragar, mas Simon continuará desprendido e generoso. Preocupado e empenhado em resolver os problemas da humanidade; Por fim, a senadora Kátia Abreu, mostrando que não tem medo de cara feia, retrucou, enfaticamente, em plenário, a hipocrisia dos "falsos moralistas e vestais, fantasiados de santos", por não aceitarem a derrota, em duas votações que rejeitaram dois nomes indicados para o Conselho Nacional de Justiça. Para a senadora de Tocantins, é "feio e deplorável" que senadores troquem insinuações e farpas entre si, desrespeitando  e não aceitando o voto secreto alheio. A seu ver, são estas atitudes que apequenam o senado. Perfeita a dura e oportuna lição de política de Kátia Abreu aos eternos aprendizes ruborizados da "nova política".

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

De: VICENTE LIMONGI NETTO
Enviado: quarta-feira, 18 de setembro de 2019 13:21
Para: aluizio.maranhao@oglobo.com.br
Assunto: há 50 anos
 
meu caro,

costumo acompanhar a sessão há 50 anos. Sobretudo para recordar e curtir algumas das minhas matérias.
nessa linha, fiquei triste e não entendi porque não saiu o jornal do dia 16 setembro de 1969. pulou para o dia 17.
tem matéria minha, "Eles não vivem só da pasta do trivial do sr.ministro."

saúde, abs,

vicente limongi netto

ex- O Globo e assinante. 

Artigo do Limongi - Tribuna da Internet - melancólico senado baba ovo do jornal nacional

TRIBUNA DA INTERNET
Sob o Signo da Liberdade
Deprimente espetáculo de sabujice nos 50 anos do Jornal Nacional
Posted on 16 de setembro de 2019, 20:25    
                       João Roberto Marinho agradeceu o puxa-saquismo 
 Vicente Limongi Netto

Quem não viu, perdeu um fantástico show de subserviência explícita.  Os 50 anos do Jornal Nacional motivaram o singelo espetáculo de puxa-saquismo do Senado Federal.  No alto do plenário, o busto do ex-senador Rui Barbosa cobriu-se de vergonha. O verbo curvar, reiterado com notável satisfação pelo roliço presidente Davi Alcolumbre, ao colocar no céu o Jornal Nacional, foi repugnante e escandaloso.  Um primor de bajulação.
O Amapá sente-se orgulhoso com o folclórico rebento Alcolumbre, que é hoje a maior cara lambida do Congresso Nacional. Bajula poderosos sem nenhum constrangimento.
EMBALO NAUSEANTE – As palavras do áulico Davi foram acolhidas com fervor pelos dóceis e embevecidos corações dos políticos presentes. Senadores foram no embalo nauseante do medonho Davi. Discursaram no mesmo tom. De cócoras. Patéticos e melancolicamente. Duro saber qual foi o mais serviçal, constrangedor e deprimente.
Esqueceram, por conveniência, esperteza e medo, quantas vezes a TV-Globo e o arrogante e pretensioso Jornal Nacional, pisaram no Senado. Quantas reputações foram destruídas pelo policialesco Jornal Nacional. Quantas vezes o noticioso dono da verdade de meia pataca perseguiu e humilhou a instituição e homens públicos. Incluindo senadores, que jamais dobraram a espinha para o grupo Globo. Quem andam de cabeça erguida. 
CAIR EM DESGRAÇA – Quem não seguir a linha “verdadeira” e “jornalística” do impoluto Jornal Nacional, sem a menor dúvida, precisa ter determinação, caráter e firmeza para não cair em desgraça.  Jair Bolsonaro e Marina Silva, por exemplo, na campanha presidencial, foram vítimas dos algozes e petulantes carrascos, William  Bonner e Renata Vasconcelos.
ELOGIOS FÁCEIS – Na sexta-feira, a sessão arrastou-se por horas. Jornalistas da Globo presentes no plenário, alguns respeitados e expressivos, ouviam perplexos a enxurrada de elogios fáceis e de surrados clichês dos parlamentares diante dos diretores da Globo presentes. Um horror.
Mas a deprimente missão   dos lambe botas engravatados foi cumprida com louvor. Por alguns instantes foram premiados e focalizados pelo Jornal Nacional com migalhas do noticiário político, em uma longa e sonífera cobertura, no encerramento do programa. 
BALANÇANDO A PANÇA – Voltando ao saltitante Alcolumbre. Eis que ele foi balançar a pança na TV de Silvio Santos. Verdade? No Duro. O que os provincianos não fazem para aparecer… Duvido que ex-presidentes do Senado e do Congresso, como Nelson Carneiro, Paulo  Torres, José Sarney,  Jarbas Passarinho, Jader Barbalho,  Renan Calheiros e Mauro Benevides, se prestariam a esta triste  pantomima.
Alcolumbre participou do quadro de charadas. Perdeu feio para o Ratinho. Por 71 a 25. Foi convidado pelo apresentador, pai do governador do Paraná, para disputar troféu de calouro no programa dele. Davi aceitou, com uma condição: levar seu querido, conselheiro e mestre, Randolfe Rodrigues, igualmente catedrático em bajular a TV Globo.
A próxima aparição do macaco de auditório Davi, será como coroinha de missa ao vivo, na Record, celebrada pelo bispo Macedo. A seguir, na Band, sob o comando da Ana Paula Padrão, o trêfego Alcolumbre vai desafiar Eduardo Bolsonaro para ver quem melhor frita hambúrguer. Será a glória para a pavorosa dupla.