quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Velhice

Lição aos açodados preconceituosos e pobres de espírito: admito ser chamado de idoso ou velho. Jamais de doente. Lamentavelmente, é o que anuncia a Organização Mundial da Saúde (OMS), uniformizada como inventora da verdade. A entidade decidiu, no crepúsculo da ciência e pregou nas vísceras, na alma e no coração dos maiores de 60 anos, a pecha de doente. Existem doentes, com idade avançada, firmes no batente. Produzindo e mantendo a fé. Respeito é bom e eu gosto. Doente, uma ova. Perto dos meus 77 anos, repilo a torpe sentença de vida. Não pretendo me entregar tão cedo ao desânimo. O patético e ruidoso arrazoado da OMS esquece, por má fé ou desinformação - ou ambas as coisas - que ficar doente, sofrer com dores, demorar a sarar, não é privilégio apenas dos idosos. 

Antes fosse. Nem Deus, o maior dos estadistas, o dono da justa palmatória do Universo, tem a tola presunção de identificar seres humanos pela idade avançada.  

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