domingo, 10 de outubro de 2021

União

"União Brasil", belo e cívico nome. Animados para a rinha. Com canelas, tênis, jeans, e arsenal de salivas para atrair eleitores. Perfilados para encarar Lula e Bolsonaro. O petista, por sua vez,  não esconde o triunfalismo. Cutuca e provoca os adversários. Não poupa o mito de barro. Garante que tem bala na agulha. Bolsonaro, por seu turno, continua indeciso. Sem partido. Com uma inacreditável postura serena, quase franciscano. Espera-se que a fidelidade partidária seja exigência da nova sigla. A união não pode ficar só no papel. O partido tem que evitar bola dividida. Também será preciso acompanhar as nuvens e as pegadas da árdua caminhada. O coração do político costuma ser volúvel. O namoro com Sérgio Moro precisa ser melhor pensado. Tiro no pé, insistir em enfiar o ex-juiz goela abaixo dos políticos veteranos e matreiros. No cretino e pouco republicano presidencialismo brasileiro, é arriscado criar abismos com políticos, em época de eleições. O União Brasil terá que avaliar possíveis desentendimentos no meio do caminho. Evitar que novo e empolgado partido não se transforme em clone e filial do guloso "centrão". Grupo político famoso por mudar de lado quando os acontecimentos ficam sombrios, colocando  em risco os interesses pessoais de seus membros. Então, tudo continuará como dantes, no quartel de Abrantes. Com brigas, safanões e insultos. Para alegria de Lula e Bolsonaro. 

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