segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Gorgulho homenageia 3 eternos craques, JK, Pelé e Havelange

 

CAPA: a arte da capa é do cartunista brasiliense KÁCIO – Kacio Pacheco Vianna

O LIVRO QUE HOMENAGEIA OS 80 ANOS DE PELÉ LEMBRA TAMBÉM JK E OS 60 ANOS DE BRASÍLIA


Quer saber, mesmo, como nasceu o nome Pelé? Com todos detalhes, casos e circunstâncias?

Quer saber quantas vezes Dondinho, o pai de Pelé, bateu o próprio recorde de fazer 5 gols de cabeça numa mesma partida? O Pelé acha que ele fez essa proeza apenas uma vez. Mas não foi. E teve partida que Dondinho fez mais de 5 gols de cabeçaQuase o dobro. Foram nove cabeçadas certeiras. Não é à toa que recebeu o apelido de “O Maleável”.

Dondinho [João Ramos do Nascimento]nasceu no bairro Presépio, na cidade mineira de Campos Gerais. O primeiro emprego de Dondinho foi na padaria do Alcides de Carvalho. O pai de Pelé era um bom padeiro. Seus primeiros chutes foram na Escola Reunidas de Campos Gerais. Mas tinha um problema: Dondinho tinha mais fome de bola do que de pão. Por isso virou jogador de futebol. E se tornou mais conhecido na região quando, aos 18 anos, foi servir o Exército em Três Corações.

Dia 23 de outubro, quando Edison Arantes do Nascimento, ou o Dico, melhor ainda, o Pelé completar 80 anos, será lançado em sua homenagem, no Museu do Futebol, no Pacaembu, em São Paulo, o livro “DE CASACA E CHUTEIRAS – A Era dos Grandes Dribles na Política, Cultura e História”, do jornalista mineiro-brasiliense Silvestre Gorgulho.

O livro começou a ser escrito em 4 de novembro de 2010, quando o arquiteto Oscar Niemeyer, a pedido do autor Silvestre Gorgulho, deu a Pelé o projeto de um Monumento para ser construído em Santos, em frente ao Museu Pelé. 

Segundo o autor, Silvestre Gorgulho, o livro é resultado de 10 anos de pesquisas, de viagens, de muita leitura e de buscas em jornais da época em cinco cidades: São Lourenço, onde o pai de Pelé jogou em 1943 e 1944, em Três Corações, em Campos Gerais, em Bauru e Brasília.


FIOS CONDUTORES

Silvestre Gorgulho explica que o leitor terá uma visão ampla da Era Pelé. Por dois motivos: primeiro porque o livro tem três fios condutores para resgatar histórias, casos, dados, referências, fatos, fotos e registros. Segundo porque o livro tem a participação de pessoas ilustres e importantes na vida do Rei, como o arquiteto Oscar Niemeyer, o ex-presidente da FIFA João Havelange (que deixou escrito o Prefácio do livro), o governador João Doria, que faz a apresentação do livro, o cineasta Aníbal Massaíni (que faz a apresentação de Pelé) e do fiel escudeiro José Fornos Rodrigues – Pepito, que escreve a ‘orelha’ do livro.

Quanto aos três fios condutores que “nasceram” no ano de 1956, vale a pena lembrá-los

1) Juscelino Kubitschek de Oliveira que tomou posse na Presidência da República em 31 de janeiro de 1956;
2) Brasília que nasceu no papel em 18 de abril de 1956, quando JK assinou o Projeto-de-Lei, ou Mensagem de Anápolis, propondo ao Congresso Nacional a mudança da capital do Rio de Janeiro para o Planalto Central com a construção de Brasília;
3) Pelé que fez, em 7 de setembro de 1956,seu primeiro jogo profissional pelo Santos 7 x 1 Corínthians de Santo André, com apenas 15 anos. Pelé ganhou sua primeira taça, o Troféu Tiradentes. E o goleiro Zaluar, do Santo André, leva o primeiro dos 1.285 gols do Rei durante a carreira.

 

Para entender melhor o alcance da obra e a abrangência das 448 páginas do livro, nada melhor do que ler a apresentação que o governador João Doria fez do livro

 

O LEGADO CONTINUA

(Por João Doria – Governador de São Paulo)

 

DE CASACA E CHUTEIRAS – A Era dos grandes dribles na Política, Cultura e História”, do jornalista Silvestre Gorgulho, traz fatos e fotos que proporcionam uma reflexão sobre duas décadas de transformações vividas pelo Brasil. Transformações profundas que começaram em 1956 com dois fatos formidáveis: a posse do presidente Juscelino Kubitschek, no Palácio do Catete, em 31 de janeiro, e a estreia de Pelé, na Vila Belmiro, com apenas 15 anos, em 7 de setembro.

Dois fatos que provocaram um conjunto de mudanças e conseguiram espalhar ações de autoestima pelo Brasil.

A posse de JK, cumpridor de todas as 30 metas de campanha e, ainda, mais uma que ele chamou de meta-síntese, a construção de Brasília, acordou o gigante adormecido. Brasília, ao sair do papel para o concreto em abril de 1957, mudou de vez os rumos do País. A construção da nova capital, marco equidistante de todos os pontos cardeais, forçou o redescobrimento do Brasil. Todas as benesses do progresso e do desenvolvimento litorâneo começaram a chegar ao velho sertão, terras esquecidas de um país-continente.

No esporte, Pelé seguiu o mesmo ritmo. Colocou a bola no campo de um jogo extremamente coletivo para encantar o mundo, como Rei do Futebol. Foram 1.285 gols filmados, fotografados e registrados durante a carreira. Fez o cessar-fogo de uma guerra só para poder mostrar sua arte. Juiz é “expulso” de campo por ter tido a petulância de expulsar Pelé e, assim, possibilitar sua volta ao jogo. E, ainda, contrariando as regras, depois de ter sido substituído no primeiro tempo, Pelé, mesmo com dores, é obrigado a voltar no segundo tempo para evitar conflitos no estádio. Pelé é uma lenda eterna. 

Hoje, 43 anos depois de ter deixado os gramados, Pelé continua Rei. O Gol Mil tem meio século. Mas a saga por um autógrafo continua a mesma. Convites para participação em eventos não param de chegar.

Foram mais de duas décadas em que, embalado por constantes sobressaltos na política e no jogo das emoções, o Brasil despertou com altivez. Os brasileiros aproveitaram o bom momento e abraçaram o nascimento da Bossa Nova, do Cinema Novo, a conquista da primeira Copa do Mundo, as vitórias de Maria Esther Bueno no tênis, os nocautes de Éder Jofre e, até o título de campeão mundial de basquete. 

Agora, em 21 de abril de 2020, quando Brasília celebra 60 anos, essa é uma bela história que precisa ser lembrada dia a dia, ano a ano, em capítulos educativos e épicos. Se a Era JK terminou em novembro de 1976, com sua trágica morte na Via Dutra, a Era Pelé terminou em outubro de 1977, com sua despedida do futebol. Terminou? Não é bem assim. O legado de ambos continua.

Vale a leitura para entender o contexto vivido pelos brasileiros nessas duas décadas.  A leitura fará bem para a memória e para o coração. Heróis do passado plantaram trabalho e esperança. Uma nação pode colher autoestima e respeito. 

JK, Pelé e Brasília são os fios condutores desse sonho tropical. 

Em verde e amarelo.





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