sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Anjos

A jornalista Cida Barbosa ("A dor da ausência" - CB- 8/10) alimenta a ternura. Repudia a inércia do mal. Comove o leitor com indignações pertinentes. Cida sabe que conviver com a dor, dilacera corações. Escurece o bom senso. A aflição entra na pele. Tortura os ossos. A brutalidade da pandemia tornou-se parceira do revide. Do rancor e da covardia. Crianças são assassinadas sem dó e piedade. Desaparecem na poeira do vento. Raros assassinos são trancafiados. O buraco que passa a existir e conviver nas famílias das vítimas é avassalador. Não tem cura. Pena que os deuses do universo  ainda não bateram o martelo, sentenciando: é proibido matar crianças. Fico amargurado e penalizado, como pai e avô, com o sofrimento daqueles que perderam frágeis seres humanos. São amados pela pureza. Com olhos miúdos. Semeando alegrias. Todas passaram a alimentar minha solidão. Por ordem das estrelas.


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