quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Chuva

Pingos que caem ao léu. Pingos grandes e pequenos. Tristes e sós. Pingos que tamborilam suavemente nos telhados. Vou ouvir os pingos da chuva. Parecem lágrimas jogadas ao vento. Darei pousada a chuva. Ela bate, insistente, na minha porta. Quem sabe ela não trará alegria a esta quadra melancólica da pandemia? Qual, a chuva também deve sofrer. Também deve ser triste e solitária. Vive jogada contra as paredes, telhados e ruelas. Que maior infelicidade: nascer no céu. Esplendoroso e azul e morrer na lama. Suja e feia.

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