Jornal em Tempo|
Izabel Santos
A comissão especial que discute a prorrogação da
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Zona Franca de Manaus no Congresso
Nacional deve enfrentar dificuldades para alcançar um consenso. Essa previsão
já havia sido feita pelo deputado federal Henrique Oliveira (PR/AM) e ontem
ganhou reforço do presidente da comissão, o deputado federal Édio Lopes
(PMDB/RR). Está prevista para esta terça-feira (2) a escolha dos
vice-presidentes da comissão. Um dos nomes cotados para assumir a função é o
deputado amazonense Silas Câmara (PSD). De acordo com Édio Lopes, as vozes
contra a ZFM não se limitam mais a São Paulo. “Ouvem-se vozes contra no Sul,
Sudeste, Nordeste e até do Norte. É um dispositivo constitucional que precisa
ser discutido e pode até ser revisto. Serão essas as arestas mais agudas a
serem aparadas”, analisa. A comissão precisará de no mínimo 307 assinaturas
para aprovar o relatório. Para Édio, não há dúvidas de que a atitude dos
parlamentares em defender os interesses dos seus estados seja legítima, mas
esse dever originaria os maiores obstáculos para um parecer que beneficie a ZFM
como os amazonenses esperam. “Tem a participação de membros da federação. A
questão Zona Franca de Manaus encontra resistência hoje, não apenas entre os
paulistas”, disse. O parlamentar Henrique Oliveira protocolizou um requerimento
solicitando uma reunião da comissão em Manaus, mas Édio Lopes já adiantou que
estão previstas a realização de no mínimo duas reuniões na capital e uma em Boa
Vista (RR). Em sua solicitação, Henrique sugere a participação dos governadores
dos Estados abrangidos pela Suframa, de Josué Neto (PSD), presidente da
Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas; do prefeito de Manaus, Arthur
Neto (PSDB); de Bosco Saraiva (PSDB), presidente da Câmara Municipal de Manaus;
de Tomás Nogueira, superintendente da Suframa; do desembargador Ari Moutinho,
presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas; e do presidente da
Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus. Sobre o esvaziamento da última
reunião, o presidente compartilha a mesma opinião que o relator da comissão, o
deputado federal Átila Lins (PSD). Para eles, o compromisso foi prejudicado
pelo horário, e não por falta de interesse dos membros da comissão. “O
esvaziamento foi geral e não apenas na nossa reunião”, garantiu.
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