segunda-feira, 8 de abril de 2013

Deu no jornal "Jornal em Tempo"


Pólo naval abre novos horizontes na economia do Amazonas

De acordo com dados do Sindnaval-AM, cada estaleiro demandará investimentos de quase R$ 10 bilhões. De acordo com dados do Sindnaval-AM, cada estaleiro demandará investimentos de quase R$ 10 bilhões. Após muitas idas e vindas nos planos de estruturação do polo naval no Amazonas, uma longa espera iniciada em 2006 pode terminar em breve. A modernização do setor está perto de sair do papel. A finalização do projeto técnico, que atualmente está em execução pela Companhia de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Ciama) e pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra-AM), vai coincidir com o início das obras de terraplanagem do acesso ao Distrito 3, previstas para junho deste ano, enquanto que o “start” da obra do novo polo é aguardado para 2014. Quando o novo polo naval estiver em pleno funcionamento, o setor deverá empregar 35 mil pessoas, mais que o dobro do contingente de trabalhadores que atua hoje nas empresas do setor. Para tornar o polo naval uma atividade rentável para a economia do Estado, os investimentos chegarão à ordem de R$ 10 bilhões por cada estaleiro. “Quando o polo se tornar realidade, o Amazonas terá um novo fôlego, somando-se ao segmento de exploração de petróleo em nossa região bem, como ao Distrito Industrial, que hoje é responsável por mais de 80% de faturamento”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas (Sindnaval-AM), Matheus Araujo. A expectativa da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) é de que o novo polo transforme o Amazonas em uma referência na construção e no reparo de navios no país. “As indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM) não olham paras as potencialidades regionais. A construção do polo naval é uma nova matriz que dará um impulso enorme para a economia do Estado”, avalia o vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo.

Perfil

Atualmente, sete estaleiros de médio porte (sendo quatro europeus e três brasileiros, entre eles um para construir embarcações militares) estão confirmados para ocupar a área de aproximadamente 32 quilômetros lineares no bairro do Puraquequara. Além dessas empresas, 60 pequenos estaleiros também devem ocupar o espaço. Atividade mineral é uma das principais alternativas em relação à ZFM. Um dos principais minérios extraídos hoje no AM é o tântalo. Apesar do paradoxo, o Amazonas tem pensado no futuro com os olhos voltados para o chão. Mais especificamente para o solo, onde há uma riqueza em minérios avaliada em trilhões de reais, que pode ser a redenção econômica para municípios do interior do Estado. Somente com a extração do potássio, o potencial é de R$ 1 trilhão. Embora exista uma riqueza imensurável, a exploração do solo amazonense ainda está aquém de sua capacidade, que se bem aproveitada poderá dobrar o número atual de vagas no setor que é de aproximadamente 8 mil empregos. Conforme o secretário de Estado de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos (SMGRH), Daniel Nava, no Amazonas há apenas duas minas principais em operação: uma em Pitinga (a 130 quilômetros de Manaus), que lavra e concentra minério de estanho, nióbio e tântalo, e outra em Jatapu, em Urucará (a 344 quilômetros da capital), com potencial de 1,2 milhão de toneladas de calcário para uso agrícola. “É difícil estimar toda a riqueza mineral do Amazonas. Nossa potencialidade ainda está na forma de jazidas. Mas riqueza no subsolo sem exploração na forma de mina, não tem valor algum. Porém, temos um século pela frente para crescer”, afirma. Nos próximos cem anos, oportunidades é o que não vão faltar. Além do calcário, potássio, estanho e nióbio, o Amazonas possui ferro, gipsita para indústria de cimento, ouro, argila vermelha (polo cerâmico), caulim, areia, brita, seixo e agregados para a construção civil, água mineral, óleo e gás em abundância para extrair nas próximas décadas.

Investimentos

Até 2016, a indústria mineral deverá investir em torno de R$ 56 bilhões na região da Amazônia, segundo previsão do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). A meta do governo do Estado é tentar abocanhar pelo menos 10% deste total, conforme revela o secretário da SEMGRH, Daniel Nava. “Se acrescentarmos o que a indústria petrolífera poderá contribuir, principalmente, na proposta para a consolidação no Polo Industrial de Manaus (PIM) de um pólo gás-químico, tenho certeza que nossa riqueza poderá ser superior ao que atualmente representa ao nosso Estado”, salienta. Conforme dados da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), o setor mineral e o de óleo e gás contribuem com aproximadamente 20% da economia do Amazonas.

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