segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Ex-presidente Collor propõe desatar o nó logístico do Brasil
Em edição de
setembro passado, The Economist produziu reportagem especial sobre o Brasil,
publicando tabela produzida pelo Fórum Econômico Mundial na qual a infraestrutura
do País obteve a vergonhosa 114ª posição, entre 148 países avaliados. No Brasil
esse ranking foi recebido com reclamações quanto aos critérios da pesquisa. O
índice a ser levado em consideração deveria ser o do Banco Mundial. Está bem,
assim seja. Utilizando outros critérios de avaliação em seu Índice de
Eficiência Logística, o Banco Mundial mostra-nos em situação melhor, mas
igualmente lamentável: em 2012 ocupamos a 45ª posição num universo de 155
países. O fato é que em 114º ou em 45º lugar não ficamos bem na
fotografia. O desleixo nessa área já vinha há tempos sendo registrado
pelo analista Marcos Mendes, que em estudo sobre o assunto mostrou que o
investimento público em infraestrutura no Brasil declinou de 3,6% do Produto Interno
Bruto (PIB) no período 1981-1986, para 1,15% no período 2001-2006. O próprio
Banco Mundial, em relatório, aponta: após cerca de 30 anos de subinvestimentos
em, o Brasil se encontra hoje com um grande déficit de infraestrutura tanto em
termos quantitativos, quanto qualitativos. Apoiado em estudo de Calderóne
Servén, observou Mendes que em decorrência dessa redução de
investimentos, “o Brasil, na comparação com ouros países emergentes, ficou para
trás, em termos de quantidade, qualidade e de acesso da população a estradas,
energia elétrica, telefones, internet, água e saneamento”. É certo que o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em 2007, propôs reduzir as
deficiências do Brasil nas áreas do saneamento, logística, energia e habitação.
Mas nos seis anos do programa, uma característica disseminada têm sido a do
descumprimento de orçamentos e cronogramas, gerando dúvidas sobre a capacidade
de planejamento do governo. Para os candidatos à Presidência da República em
2014, Marcos Mendes deixa o recado muito útil: investimentos públicos de
qualidade representam o caminho efetivo para melhorar a qualidade de vida de
todos. “Fazer obras boas, úteis e necessárias voltará a dar votos”. É o que
mostra, também, estudo da reputada Fundação Dom Cabral (MG): se o sistema
brasileiro de transportes e logística tivesse a eficiência do sistema
norte-americano, o País deixaria de perder R$ 83,2 bilhões anualmente, cifra
comparável ao orçamento anual do Ministério da Saúde. No comando da Comissão de
Serviços de Infraestrutura do Senado Federal, o ex-Presidente Fernando Collor
está produzindo trabalho da maior relevância para o futuro do Brasil, por
intermédio de um sério e excepcional ciclo de audiências públicas denominado
“Investimento e Gestão: desatando o nó logístico do País”. Neste segundo
semestre, muita gente do governo e fora dele abordou com abrangência e
profundidade, os desafios que estão diante de nós nos setores estratégicos das
Telecomunicações, da Aviação Civil e da Mineração. Aos que se interessam pelo
assunto, recomendo a leitura da íntegra das apresentações e dos debates que têm
tido lugar nesse ciclo de audiências públicas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário