segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Helio Fernandes

ATÉ TU, JOAQUIM BARBOSA?

O atual presidente do Supremo, quando era simples ministro, atendeu pedido da União, recebeu o processo, apesar do então Procurador Geral da República ter recusado, denunciando: “Esse recurso é p-r-o-t-e-l-a-t-ó-r-i-o. (Essa maneira, sibalaba, é do próprio Procurador Geral Claudio Fontelles, hoje destacado na Comissão da Verdade, pediu demissão, insatisfeito). Apesar disso, Barbosa recebeu o processo, engavetou-o por 42 meses, relatou mais de 40 processos que chegaram depois. (Isso é crime, nos EUA dá cadeia). Só se deu por “impedido” quando escrevi o artigo de primeira página (em 1º de dezembro de 2008), interrompendo a circulação do jornal. Barbosa só podia ter permanecido no Supremo, se tivesse respondido, pessoal ou através da Justiça, a esse artigo, um dos orgulhos e satisfação de minha vida exclusivamente de jornalista.



PS – Por hoje vou terminar, coisa que não acontecerá com a indenização da Tribuna da Imprensa. Depois de 35 anos de um processo inacabável, como acreditar?



PS2 – Infelizmente, a Justiça (excetuada a primeira instância) age de forma autoritária, discriminatória, atrabiliária e omissa, igual à Justiça da ditadura.



PS3 – Afinal, valeu a pena derrubar a ditadura, ou essa derrubada foi apenas teórica?



PS4 – Por que nenhum ministro protestou quando Barbosa tirou o processo da gaveta depois de 42 meses?



PS5 – A presidência do Supremo é exercida por rodízio. Mas mesmo o rodízio deveria ser interrompido quando chegou a vez de Barbosa. Seu passado (e não apenas no caso da Tribuna) não rima com rodízio. Nem com sua arrogância, prepotência e falta de constrangimento.



PS6 – O Millôr, não como meu irmão, mas com seu notável senso de justiça e sua extraordinária sensibilidade, comentou o artigo que vai completar 5 anos: “Helio se equiparou a Emile Zola, ao absolver o capitão Dreifus, condenando os juízes”.



PS7 – Em 1899, Rui Barbosa escreveu artigo contundente contra juízes covardes. A primeira frase: “Justiça tardia não é justiça”. Apesar dos 114 anos decorridos, Joaquim Barbosa não teve tempo de ler, pelo menos para honrar o sobrenome.

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