A senadora Ana Amélia (PP-RS) criticou em Plenário
o veto da presidente Dilma Rousseff ao Projeto de Lei Complementar 200/2012,
que acabou com a cobrança provisória de multa adicional de 10% do Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) nas demissões sem justa causa. Segundo a
parlamentar, o veto presidencial foi “a prova mais recente e concreta da
intransigência do governo federal”.
- É o hábito de descumprir acordos e desrespeitar
votações apoiadas pela maioria dos parlamentares desta Casa e da Câmara
Federal. Esse ato é mais um motivo para o Congresso intensificar, a partir do
próximo dia 20 de agosto, a análise atenta dos vetos presidenciais, como os
aplicados à desoneração de itens da cesta básica e ao ato médico, que teve 10
dispositivos vetados - conclamou.
Ana Amélia lembrou que a multa de 10% sobre o FGTS
foi criada em 2001 com o objetivo de zerar a dívida decorrente de decisão
judicial que obrigou o governo federal a compensar o FGTS pelas perdas
relativas ao Plano Verão e ao Plano Collor I. A dívida, entretanto, já teria sido
compensada em julho de 2012, garantiu.
A manutenção da cobrança adicional, alertou a
senadora, aumenta os custos das empresas e dificulta novas contratações no
mercado de trabalho. Por isso, no último dia 3 de julho, o Congresso Nacional
aprovou o fim dos 10%. A progressista gaúcha esclareceu ainda que, além dos 10%
adicionais, os empregadores já são obrigados a pagar 40% de multa do FGTS
quando a demissão é sem justa causa.
Como integrante da Subcomissão do FGTS, no âmbito
da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), Ana Amélia disse não concordar com a
medida, que prejudicaria em cerca de R$ 3 bilhões os planos de investimento das
empresas, de acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
- Em vez de reforçar o caixa do FGTS, o destino dos
recursos provenientes da multa de 10% tem sido outro: ajudar o governo a
arrumar a bagunça e o descontrole das contas públicas. É o velho costume de
fazer cortesia com o chapéu alheio – reclamou a senadora, que pediu aos colegas
para, a partir das novas regras de tramitação de vetos no Congresso, cobrar do
Executivo o cumprimento de acordos assumidos com os parlamentares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário