A Nação tomou conhecimento, há 25 anos atrás – após um longo e amadurecimento processo de meditação sobre os mais lídimos anseios nacionais e após mais de um ano e meio de estudos e discussões – do seu encontro com a Constituição, há tanto reclamada e esperada. É que no primeiro semestre de 1964, sob os impulsos de um movimento popular, fruto ou não de equívoco, as Forças Armadas, com o apoio, manipulado ou não, de significativa parcela da classe política – parlamentares, governadores e prefeitos – destituíram o Presidente da República e operaram lesões na ordem político – institucional vigente, através dos chamados atos institucionais. E o encontro se deu exatamente no dia 05 de outubro de 1988, com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil. É bem verdade que ela só ocorreu depois de muitos sofrimentos e tensões, pondo fim a uma longa noite que se havia abatido, durante 20 anos, sobre a história brasileira. A partir de sua promulgação, passamos a respirar o ar saudável e vivificante das liberdades públicas e civis, enfim restaurados, já que a longa era de autoritarismo e a prolongada fase de transição, que lhe sucedeu, receberam, então, o selo que as qualifica como etapas históricas superadas, para a formação de nossa cidadania. Basta ver as muitas e da maior importância inovações trazidas com a Carta de
Bernardo Cabral é jurista, ex-ministro, ex-deputado constituinte e ex-senador do Amazonas. Foi Relator Geral da Constituição Federal de 1988.
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