Para incentivar meninas brasileiras a seguir carreira
científica, a Embaixada dos Estados Unidos desenvolveu o programa Science Camp
— Elas nas Ciências. O projeto é resultado da parceria entre Brasil e EUA em
ciência e tecnologia e reunirá 90 adolescentes do ensino médio em uma série de
atividades entre amanhã e 8 de março em Manaus. A programação começa hoje, com
a abertura oficial, às 10h45, na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília, e se encerra no Dia Internacional
da Mulher na capital do Amazonas. As meninas, entre 16 e 18 anos, são de
escolas públicas de diferentes regiões do país. Há representantes de todos as
unidades da Federação, sendo cinco do Distrito Federal. Segundo Susan Bell,
adida cultural da Embaixada dos EUA, a seleção levou em conta a idade, o
rendimento escolar (principalmente na área de exatas), o interesse e a
participação em projetos de instituições parceiras, como o Jovens Embaixadores.
Susan explica que a ideia surgiu dela e de outras duas colegas da embaixada que
perceberam o interesse de algumas jovens em desenvolver atividades científicas
na prática. “Trabalhamos com o programa nos últimos seis meses. A intenção é
mostrar também que as carreiras acadêmicas têm papel importante no comércio
internacional. Estudar esse campo gera muitas oportunidades. E as meninas nessa
etapa (do ensino médio) estão decidindo o futuro”, ressalta.
Sem fronteiras
Durante os quatro dias, as participantes vão assistir a palestras e interagir
com mulheres líderes do setor privado e cientistas e pesquisadores renomados.
Haverá um networking com as companhias da Zona Franca de Manaus para abordar a importância da ciência.
A Coca-Cola, por exemplo, fará uma conferência sobre reciclagem e explicará os
esforços e incentivos na contratação de mulheres. As atividades práticas serão
monitoradas e envolverão as áreas de ciência, tecnologia e inovação. No último
dia, elas devem apresentar um projeto de autoria própria. A iniciativa da
embaixada está aliada ao programa federal brasileiro Ciência sem Fronteiras e
conta com o envolvimento do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Referência mundial em biologia tropical, o Inpa realiza estudos científicos do
meio físico e das condições de vida da região amazônica desde 1954, quando foi
instituído. O instituto tem como prerrogativas promover o bem-estar humano e o
desenvolvimento socioeconômico regional. Por muitos anos, ele fez levantamentos
e inventários de fauna e de flora. Atualmente, o desafio é expandir de forma
sustentável o uso dos recursos naturais da Amazônia. Entre os três sítios de
pesquisa e de experimentação do Inpa, está a reserva florestal Adolpho Ducke,
que será visitada pelo grupo de adolescentes. Situada próxima a Manaus, ela
ocupa uma área de 100km² e é considerada a maior reserva da Amazônia de fácil
acesso. Com a flora e a fauna relativamente intactas, ela está ligada ao
instituto de pesquisa, cujo trabalho tem reconhecimento internacional e é uma
referência para programas de pós-graduação. A adida cultural Susan Bell não
confirma uma segunda edição do projeto, mas acredita nos bons resultados.
“Sabíamos que era uma ideia boa, mas não esperávamos a ótima reação do governo,
das empresas, dos pesquisadores e das meninas.
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