sábado, 28 de março de 2020

Em casa pela vida

Sigo todas as instruções para manter-me vivo. Não dou trela ao azar. Não me deixo vencer pelo desânimo nem pelo seu parceiro, a irritação. Mantenho meus hábitos. Abro janelas. Arejo a casa. Saúdo o canto dos pássaros. Varro a casa. Penduro roupa no varal. Lavo louça. Telefono para os  amados netos e filhas. O distanciamento forçado alimenta e fortalece a alma. Com vigoroso e indispensável amor e solidariedade. O espírito cultiva pensamentos voltados para aqueles que também sonham em preservar suas vidas. Muitos deles, infelizmente, não têm alternativas materiais e financeiras para cuidarem-se com mais segurança. Imagino a intranquilidade e o tormento rondando lares e vidas de famílias amontoadas em cubículos. Sem condições básicas de saneamento. Onde falta de tudo um pouco. São legítimos heróis da resistência. Bravos anônimos. O governo não pode esquece-los. O isolamento nos leva a pensamentos e auto-críticas. Sinto-me protegido, revigorado e orgulhoso com os esforços dos abnegados patriotas profissionais da saúde. Na mesma linha, aplaudo, também, e coloco no pedestal do bem, bombeiros, lixeiros, garis, policiais civis e militares, caminhoneiros, vigilantes e motoboys. Lamentável, por sua vez, que setores políticos não se entendam. O coletivo é prejudicado por juvenis arranca-rabos. Cresçam.   Anteciparam 2022 sem a permissão dos eleitores. Oremos.

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