sábado, 9 de novembro de 2019

Crédito mais barato: a aposta nos pequenos negócios

             *Eduardo Braga
              Como reerguer a economia num cenário de escassez de crédito e de investimentos, desemprego nas alturas, crise fiscal e turbulência política? O avanço de um novo pacto federativo no Congresso é um primeiro passo. Outro, ainda mais desafiador que a reforma da Previdência, é a aprovação de novas reformas estruturais.  Também é fundamental as políticas de desenvolvimento regional para reduzir as desigualdades econômicas e sociais.
                    Mas a economia vai continuar patinando sem a ampliação de crédito – e crédito mais barato – a um segmento estratégico para a geração de emprego e renda no Brasil: as micro e pequenas empresas de comércio e prestação de serviços.
             Padarias, armarinhos, papelarias, lojinhas de varejo de moda, de prestação de serviços de eletrônica e de informática, lanchonetes, escritórios de advocacia, salões de beleza e outros inúmeros pequenos negócios representam 99% de todas as nossas empresas, respondem por 44% da massa salarial e geram 27% do PIB nacional.
               Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) deixam claro peso dos pequenos empreendimentos. No último mês de agosto, foram eles os  responsáveis por oito em cada dez empregos gerados no país. São eles que empregam 55% do total de trabalhadores com carteira assinada, num momento de informalidade recorde no mercado de trabalho. Motivos de sobra para assegurar maior fôlego a um setor asfixiado pela crise – a Serasa listou 5,5 milhões de micro e pequenas empresas inadimplentes, em julho passado.   
                A criação da Empresa Simples de Crédito (ESC), que aprovamos em março passado no Senado, foi uma conquista importante, ao permitir que pequenos empresários emprestem para microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte a juros menores e sem as formalidades do sistema financeiro. A expectativa é que sejam injetados R$ 20 bilhões no mercado.
                 Ainda é pouco. Não há como incrementar produção e consumo sem multiplicar a oferta de crédito e reverter os juros aviltantes cobrados hoje na ponta – mais de 300% ao ano, no caso dos cartões de crédito e cheques especiais. 

Senador do Amazonas, líder do MDB .



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